Após força-tarefa instituída pelo Governo do Rio Grande do Norte, foi anunciado, na noite desta segunda-feira (18), um plano de contingência para enfrentar a superlotação no maior hospital do estado, o Monsenhor Walfredo Gurgel, localizado na Zona Leste da capital. As medidas foram divulgadas pela Secretária estadual de Saúde, Lyane Ramalho.
As ações consistem na aceleração da obra do segundo andar do Walfredo Gurgel, prevista para ser entregue até o dia 30 de novembro, o que possibilitará abertura de mais 39 leitos; na criação de um grupo gestor focado na otimização do fluxo de pacientes e na redução do tempo de permanência, não só no Walfredo, mas nos outros hospitais da Grande Natal, no fortalecimento da linha de cuidado do AVC no Walfredo e na implantação de uma barreira sanitária ortopédica de baixa complexidade.
De acordo com Lyane Ramalho, as medidas devem ser postas em prática em curto e médio prazo. “São várias ações, com que a gente quer rapidamente vislumbrar aqueles corredores muito mais livres. Estimativamente, em 90 dias, a gente quer colocar a barreira sanitária para funcionar, e, muito antes disso, esvaziar os corredores do Walfredo Gurgel”, disse.
Ainda segundo a secretária, com a criação da barreira sanitária ortopédica de baixa complexidade, pacientes com problemas ortopédicos mais simples conseguirão ser atendidos no município de origem. Dessa forma, os leitos do Walfredo seriam utilizados por aqueles que precisam de assistência mais complexa.
“Nada mais é do que a implementação de um serviço de atendimento de pessoas que sofrem acidentes, que quebram braço ou qualquer coisa da ortopedia de baixa complexidade, e que já funciona, inclusive, nos outros Municípios ou nas outras regiões. Assim, a gente monta o serviço, e esse custo é dividido entre Estado e Municípios. O Estado entra com 40% dessa despesa e os Municípios que estão utilizando esse serviço rateiam esse custo”, afirmou.
“Esse ponto já está sendo discutido com todos os municípios da Região Metropolitana há mais de um ano, ele já sendo construído, inclusive, com gestores, com os secretários municipais, sendo calculado ponto a ponto; e em outras regiões do estado, em todas as portas, isso já funciona. É importante que a gente diga que não está inventado a roda no Walfredo Gurgel. Essa urgência de baixa complexidade já é feita nas outras regiões de saúde pelo Municípios, em colaboração com o Estado”, completou a secretária.
Para o diretor do Walfredo Gurgel, Geraldo Neto, as ações planejadas pelo Governo Estadual conseguirão mudar a realidade da unidade de saúde. “Estamos enfrentando um aumento significativo de atendimentos, especialmente por acidentes de trânsito. Nossa média diária de atendimentos passou de 400 para mais de 800 nos últimos meses. A entrega do segundo andar, aliada à redistribuição de pacientes, vai ser um divisor de águas”, avaliou.
A secretária adjunta de Saúde, Leidiane Queiroz, que vai coordenar o grupo que conduzirá as ações no Walfredo Gurgel, afirmou que o trabalho será acompanhado de perto até que haja um controle da crise. “Vamos trabalhar de forma ainda mais próxima à equipe do Walfredo Gurgel, com uma espécie de ‘gabinete itinerante’ dentro do hospital. Nosso papel será otimizar o fluxo de pacientes e garantir que as medidas sejam implementadas com celeridade. Estaremos lá diariamente até que a situação seja controlada”, declarou a terapeuta ocupacional.