As negociações de cessar-fogo entre o Hamas e mediadores foram interrompidas nesta terça-feira (5) no Cairo, sem avanços, com apenas alguns dias para uma possível suspensão dos combates a tempo do início do Ramadã.
O alto funcionário do Hamas, Bassem Naim, disse à Reuters que o grupo militante apresentou sua proposta de acordo de cessar-fogo aos mediadores durante dois dias de negociações e agora está esperando uma resposta dos israelenses, que ficaram fora dessa rodada.
“(Primeiro-ministro Benjamin) Netanyahu não quer chegar a um acordo e a bola agora está na quadra dos americanos” para pressioná-lo por um acordo, disse Naim.
Israel se recusou a comentar publicamente as negociações no Cairo.
Uma fonte disse à Reuters anteriormente que Israel estava se afastando porque o Hamas havia rejeitado sua exigência de fornecer uma lista de todos os reféns que ainda estão vivos. Naim disse que isso era impossível sem um cessar-fogo primeiro, pois os reféns estavam espalhados pela zona de guerra e mantidos por grupos separados.
As negociações do Cairo foram anunciadas como um obstáculo final para alcançar o primeiro cessar-fogo estendido da guerra – uma trégua de 40 dias durante a qual dezenas de reféns seriam libertados e a ajuda seria bombeada para Gaza para evitar uma fome causada pelo homem, antes do Ramadã, que deve começar no início da próxima semana.
Fontes de segurança egípcias disseram na segunda-feira (4) que ainda estão em contato com os israelenses para permitir que as negociações continuem sem uma delegação israelense presente.
Washington, que é o aliado mais próximo de Israel e um dos patrocinadores das negociações de cessar-fogo, disse que um acordo aprovado por Israel já está na mesa e cabe ao Hamas aceitá-lo. O Hamas contesta esse relato como uma tentativa de desviar a culpa de Israel se as negociações fracassarem sem acordo.
Os Estados Unidos também pediram que Israel faça mais para aliviar a catástrofe humanitária em Gaza, onde mais de 30 mil pessoas foram mortas pelo ataque de Israel, lançado após os ataques do Hamas que mataram 1.200 pessoas em outubro.