Os franceses rejeitaram mais uma vez a chegada da direita radical ao poder.
Apesar dos resultados expressivos das forças direitistas na votação para o Parlamento europeu e no próprio primeiro turno dessa eleição para o legislativo nacional, na hora da definição a população francesa recuou — algo que já havia acontecido em eleições presidenciais no país.
A derrota surpreendente deixou o partido Reunião Nacional, de Marine Le Pen, como a terceira força mais votada na Assembleia Nacional.
As previsões de uma semana atrás, de alcançar 300 cadeiras no parlamento, diminuíram para algo na faixa de 150. E isso aconteceu porque os franceses apareceram em grande número nas seções de votação — o maior comparecimento em mais de 40 anos.
Jordan Bardella, protegido de Marine Le Pen e que era cotado para ser o novo primeiro-ministro francês em caso de uma vitória do RN, declarou que a aliança “não natural” e “desonrosa” entre esquerdistas e a coligação de Macron impediu a vitória de seu partido.
Bardella se refere à aliança entre partidos de esquerda que deixaram suas diferenças para formar uma coligação anti-RN.
Os vários blocos políticos de tendências diversas de esquerda superaram a distância que os separa do bloco do presidente Emmanuel Macron para chegar ao surpreendente resultado no segundo turno das eleições legislativas.
Políticos da direita radical observam que nada, a não ser a oposição ao RN, une os políticos dessa aliança, que vai de Edouard Philippe, na centro-direita, a Philippe Poutou, da esquerda trotskista. E que essa falta de entendimento é um mau presságio para o futuro.