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Em Natal pela primeira para encenar a sua “Autobiografia Autorizada”, espetáculo que já apresenta há 10 anos, o autor Paulo Betti, um dos artistas mais renomados da televisão, do cinema e do teatro brasileiro, conversou com a reportagem da Agência Saiba Mais sobre a peça que apresenta neste sábado (22) e no domingo (23) no Teatro Alberto Maranhão (TAM), o momento político do país e o encontro que teve com a governadora Fátima Bezerra (PT). Petista histórico, ele não se abalou com os ataques recebidos de blogs da extrema-direita natalense, lembrando que, se dependesse do fascismo, a arte seria destruída.
Paulo disse que está em Natal desde quarta-feira (19), revelou que está adorando a capital potiguar e também confessou que nem ele próprio entendia por que nunca tinha vindo aqui antes. O ator contou que o primeiro lugar que visitou foi o TAM. Ele lembrou, inclusive, que o ex-governador que dá nome ao teatro era bisavô do compositor e cantor carioca Rodrigo Maranhão.
A respeito do espetáculo, escrito pelo ator, com direção de Juliana Betti e Rafael Ponzi, Paulo contou que o monólogo de uma hora e meia de duração é sobre a transição que sua família fez da “roça para a cidade”.
Descendente de italianos, Paulo Betti nasceu numa pequena casa na zona rural de Rafard, no interior de São Paulo, mas se mudou ainda na infância com a sua família para a cidade de Sorocaba.
““Como descendente de italianos, a peça é um pouco também sobre os italianos no Brasil. Enfim, é uma comédia, porque eu faço o papel do meu pai, da minha mãe, da minha avó, do meu avô, eu represento os meus irmãos, sempre procurando o olhar de comédia para a história“, Esses.
A peça, segundo ele, não abrange a sua vasta carreira artística, que fez dele um dos nomes mais conhecidos do país, principalmente pelos seus papéis icônicos na TV, como o antológico Timóteo D’Alembert, que está de volta às telas com a reprise de Tieta, sucesso de 1989.
“O espetáculo termina quando eu vou começar a carreira artística. Essa parte da minha história ficará para outra peça, mais um livro, será a peça final”, relevou, acrescentando que já começou a planejar essa segunda parte.
Depois de dez anos sendo apresentada nos palcos, ser encenada mais de mil vezes e ser vista por mais de 300 mil pessoas, a autobiografia autorizada do ator virou um livro de 128 páginas, lançado em dezembro de 2024 pela Geração Editorial.
Instagramável
Paulo brinca dizendo que a peça “é muito instagramável”, porque há uma série de projeções para estimular o público a fotografar, publicar nas redes sociais e marcar o ator, que garante que reposta tudo em seu Instagram.
““Aparecem fotos incríveis, porque tem projeções de vídeos, mas basicamente todo mundo tem uma noção disso, desse olhar artístico”, comentou. Dessa forma, apesar de tratar de memórias passadas, dialoga com os tempos modernos da conectividade das redes sociais.
Política
Ao falar sobre política, Paulo Betti se disse feliz de ter conhecido pessoalmente a governadora Fátima Bezerra, com quem ressaltou ter “afinidade ideológica”, elogiando sobretudo o respeito dela “à arte e à cultura”, demonstrado pela restauração do Teatro Alberto Maranhão, feita em seu primeiro mandato à frente do Executivo do RN.
““Era um teatro que estava fechado há oito anos e ela fez questão de restaurar. Isso mostra o respeito dela à arte, à cultura. Então, além da nossa afinidade ideológica, desse encontro de quem está do lado certo da história, o lado da democracia, tem o fato de ela gostar do teatro, da cultura e da arte”, destacou.
Paulo Betti também comentou os últimos acontecimentos da conjuntura politica nacional, com a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), acusado de ter planejado uma tentativa de Golpe de Estado em 2022, que resultou nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023.
Ele se disse impressionado porque, mesmo depois de tudo o que foi revelado, ainda existem pessoas que normalizam o que aconteceu e o que “quase aconteceu”, referindo-se à possibilidade da concretização do Golpe de Estado.
É impressionante o grau de covardia, não só de quem perpetuou todos esses gestos, mas de quem hoje ainda acha que era pra ser aquilo, que acredita no discurso da mentira”, refletiu.
Para Paulo Betti, “não tem como conversar com fascista, porque o fascista odeia tudo todos os princípios que nós defendemos”. “Mas não é por isso que vamos deixar a luta”, completou.
Serviço:
“Autobiografia Autorizada”, com Paulo Betti.
Quando: sábado (22) e domingo (23), às 19h, no TAM.
Ingressos à venda no outo.com/bobox ou na bilheteria do teatro.
