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A deputada federal Natália Bonavides (PT-RN) se manifestou nas redes sociais para justificar seu voto a favor da derrubada de vetos do presidente Lula ao projeto que trata da geração de energia eólica em alto-mar. A medida, segundo estimativa da Abrace (Associação dos Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres), abre caminho para um aumento na conta de luz dos brasileiros de até 3,5%. A petista afirmou que a decisão foi acordada com o governo federal, que comprometeu a editar uma medida provisória para evitar o aumento das tarifas.
A derrubada dos vetos foi aprovada no Congresso Nacional, na última terça-feira (17), com amplo apoio de partidos da base do governo federal. Na Câmara dos Deputados, 347 votaram a favor da medida, enquanto os contrários foram apenas 56.
No Partido dos Trabalhadores (PT), 63 dos 68 deputados federais – o equivalente a 92,6% da bancada – votaram pela derrubada. Entre eles, os dois petistas da bancada federal do Rio Grande do Norte: Natália Bonavides e Fernando Mineiro.
Já no Senado Federal, 48 votaram pela derrubada do veto de Lula. Apenas 12 foram a favor da manutenção do dispositivo.
Natália afirma que seguiu “orientação do governo”
Em sua publicação, Natália alegou que a decisão seguiu orientação do próprio governo Lula, que, segundo ela, já articula a edição de uma medida provisória para impedir que o subsídio aprovado resulte em aumento da conta de luz.
A deputada destacou ainda que o trecho que prevê benefícios a empreendimentos de pequenas centrais hidrelétricas, biomassa e energia eólica foi incluído por pressão do centrão em um projeto originalmente voltado à regulamentação da geração de energia no mar.
De acordo com Natália, o governo federal concordou em derrubar o veto como parte de um acordo mais amplo com o Congresso Nacional.
“Esse item foi incluído no projeto original, que não tinha nada a ver com o tema, pela pressão do centrão. A apreciação dos vetos fez parte de um acordo para limpar a pauta do Congresso e permitir a votação de projetos importantes, como o reforço orçamentário do Fundo de Desenvolvimento do Nordeste”, afirmou a parlamentar.
“Por isso, o próprio governo orientou a votação pela derrubada desse veto e apresentará uma medida provisória para garantir que, mesmo com esse subsídio, a conta de luz não seja afetada”, acrescentou.
A Abrace estima que a derrubada do veto presidencial poderá custar até R$ 197 bilhões à sociedade até 2050.
Divisão na bancada potiguar
Além dos dois petistas potiguares, também votaram pela derrubada dos vetos Benes Leocádio (União) e João Maia (PP). Carla Dickson (União), General Girão (PL), Sargento Gonçalves (PL) e Robinson Faria (PP) não participaram da votação.
Já na bancada potiguar no Senado Federal, os votos favoráveis à derrubada do veto vieram de Rogério Marinho (PL) e Zenaide Maia (PSD), enquanto Styvenson Valentim (PSDB) votou pela manutenção do dispositivo.