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No Flipipa, Abimael é reconhecido como símbolo de resistência cultural

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Foi em pleno Flipipa, em uma mesa repleta de reflexões literárias e culturais, que o nome de Abimael Silva ecoou como um dos grandes defensores da memória do Nordeste. Referenciado pelo escritor Lira Neto e destacado pelo jornalista Vicente Serejo, o editor potiguar recebeu, nesta sexta-feira (15), um reconhecimento que reforça sua importância para a preservação da literatura regional. Emocionado, Abimael resumiu sua trajetória: “É a prova de que estamos no caminho certo. Tudo que fiz foi com luta, mas com a certeza de estar trilhando a direção correta.”

Abimael Silva é mais que um editor. É um símbolo de resistência cultural. Nascido em Várzea, interior do Rio Grande do Norte, e radicado em Natal, ele fundou o Sebo Vermelho nos anos 1980, transformando uma banca de revistas na Rua Vigário Bartolomeu em um dos maiores polos de preservação literária do estado. Hoje, com 665 obras publicadas, segue firme no propósito de alcançar a marca de mil títulos, uma meta que traduz sua incansável dedicação às letras.

A editora Sebo Vermelho foi responsável por reedições importantes, como “Poetas do Rio Grande do Norte”, de Ezequiel Wanderley, e por dar visibilidade a autores contemporâneos. Em 2007, Abimael organizou “As 14 Mais da Poesia Potiguar”, a primeira antologia dedicada às poetas mulheres do estado. Além disso, ele criou o “Jornalzinho do Sebo Vermelho”, que circulou por mais de uma década, sempre com recursos próprios, contribuindo para fortalecer a cena literária potiguar.

Durante a Flipipa, ele anunciou sua mais recente empreitada: a reedição de “Mistério de Juazeiro”, de Manoel Diniz, uma obra histórica publicada originalmente em 1935, que aborda aspectos da vida do Padre Cícero. Para Abimael, essa reedição é mais um passo na missão de resgatar e valorizar a memória cultural do Nordeste.

No coração do centro de Natal, na Avenida Rio Branco, Abimael continua a ser uma presença marcante. Entre amigos, estantes abarrotadas e conversas animadas, ele reafirma diariamente seu papel como guardião da cultura potiguar. Seu trabalho, reconhecido em eventos como a Flipipa, transcende as fronteiras do estado e inspira todos aqueles que acreditam na força da literatura como alicerce da identidade de um povo.

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