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Juíza multa advogado por gritar em audiência no Dia da Mulher: “Desrespeito”

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A juíza da 46ª Vara do Trabalho de São Paulo Karoline Sousa Alves Dias multou o advogado Renato Bruno Ferreira Maia por gritar durante uma audiência no Dia Internacional da Mulher (8/3).

Juíza multa advogado por gritar em audiência no Dia da Mulher

Karoline registrou, na ata da audiência, que o defensor interrompeu o depoimento de uma testemunha e proferiu “em alto e bom som” ofensas a ela, enquanto juíza, ao gritar que a gravação da audiência era uma “palhaçada”.

O advogado queria que os depoimentos fossem degradados, ou seja, que estivessem disponíveis de forma escrita, mas a magistrada negou e autorizou a gravação em vídeo, que seria disponibilizado às partes.

De acordo com a ata, ao ser questionado sobre a declaração de que o ato era uma “palhaçada”, o advogado “aumentou ainda mais o tom para ratificar que se tratava de uma palhaçada e permaneceu proferindo insultos”.

Na ata, Karoline afirmou que, ao ser advertido, Maia seguiu gritando, dizendo que expressou “sua opinião”.

A magistrada considerou que a postura do advogado foi desrespeitosa e um ato “atentatório à dignidade da jurisdição”, e estipulou multa de 20% do “valor atualizado da causa, a ser revertida a instituição sem fins lucrativos”. Atualmente, a ação está em R$ 409 mil.

“Oficie-se à seccional OAB/SP, com a lembrança de que, neste dia 08 de março, em que se comemora o Dia Internacional da Mulher, este nobre causídico homem se sentiu no direito, que para ele,  tratava-se de mera ‘opinião’, de gritar e consequentemente desrespeitar todas as participantes desta audiência, a qual, muito oportunamente, consigno, conduzida por uma juíza mulher, assistida  por uma secretária de audiência mulher, representada a reclamada por uma advogada mulher e uma preposta mulher, revelando o quanto ainda lamentavelmente sofrem as mulheres, pelo simples fato de o serem, para além das diversas desigualdades de gênero, no simples exercício de seus misteres e o quanto ainda há para conquistar nesta sociedade, a começar pelo mínimo, respeito”, disse a juíza.

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