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João Maia deve levar prefeitos e aliados do PL para sua futura sigla

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O PL no Rio Grande do Norte vai perder nos próximos dias sua maior referência dos últimos 21 anos: o deputado federal João Maia, que está no partido desde que iniciou sua vida pública, como secretário de Desenvolvimento Econômico no Governo Wilma de Faria. Foi pelo PL que João conquistou seu primeiro mandato na Câmara dos Deputados em 2007, sendo colega do hoje presidente nacional do PL, ex-deputado Valdemar Costa Neto. Agora, coube ao amigo de anos dizer a João que ele teria de mudar a comissão do partido potiguar, que só teria fim da vigência em fevereiro de 2024.

“Eu nunca fui radical quando o PL era aliado de Lula nem quando foi de Bolsonaro. Continuo sendo o mesmo João Maia”, declarou no fim de semana um João Maia passando a impressão de que o PL no Estado não vai sobreviver com a nova cara e ideologia da direita radical, que será implantada pelo senador Rogério Marinho, buscando criar uma onda bolsonarista no interior, para fazer uma frente de oposição sistemática à governadora Fátima Bezerra, à esquerda, ao PT e também ao Governo Lula, seu maior opositor.

Vários prefeitos hoje no PL vão pedir desfiliação partidária. Também sairão vice-prefeitos, como os de Caicó e Pau dos Ferros, Toinho Santiago e Renato Alves da Silva. Ex-prefeitos e vários pré-candidatos que votaram e são ligados à legenda também vão sair dos quadros do PL para acompanhar a nova opção partidária de João Maia. Ele sempre foi fiel ao PL, fez crescer a sigla no interior e deu sobrevida na capital. Agora, a missão de trazer bolsonaristas e radicais será de Rogério Marinho.

HISTÓRICO
Não foi a primeira vez que Rogério Marinho tomou um partido de alguém. Em 2009, quando brigou com a então governadora Wilma de Faria e saiu do PSB, Rogério foi para o PSDB e, a nível nacional, tirou a sigla tucana do ex-senador Geraldo Melo, fundador do partido no Estado. Na época, Geraldo Melo, chateado com a atitude de Marinho, saiu do PSDB e foi para o Cidadania. Geraldo só retornou ao ninho tucano em 2017 a convite do hoje presidente da Assembleia, deputado Ezequiel Ferreira.

CAMINHOS
João Maia deverá assinar a ficha de um partido que lhe dê o comando da sigla no Estado. Ele sempre foi dirigente partidário, desde 2005. No radar da base do Governo Lula, João tem hoje o PDT, que não tem mais representação depois da saída do ex-prefeito Carlos Eduardo. Outra sigla que continua sem composição no RN é o Podemos. Mas, se depender do advogado tributarista Robson Maia e do ex-deputado Agaciel Maia, João assina a ficha do PSD da senadora Zenaide Maia. Assim, a família voltaria ao mesmo partido unida. Terá que convencer o ambicioso Jaime Calado, que anda articulando a derrota do prefeito Eraldo Paiva (PT), em São Gonçalo do Amarante.

INDIVIDUALISTA?
Não pegou bem para o presidente da Câmara Municipal, vereador Ériko Jácome, a articulação para montar uma chapa própria no MDB ou até no União Brasil para ele ser o único mandatário a ser candidato. Vereadores que votaram em Ériko a pedido de Paulinho Freire já andam reclamando nos bastidores. O sobrinho de Antônio Jácome e primo de Jacó anda sendo individualista. Vereadores como Kleber Fernandes e Raniere Barbosa vão para o Republicanos e devem juntar entre 13 colegas ou mais. A força do prefeito Álvaro Dias até março do ano que vem será testada.

NEGANDO
Ériko articulou o encontro da semana passada e admite que vai ajudar o grupo no que estiver ao seu alcance, mas frisou que não será candidato pelo grupo. “Todos os 16 vereadores sabem disso. Eles mesmos não querem que eu faça parte da chapa. Eu vou fazer como na última eleição, formarei a minha própria nominata”. Jácome prefere não ir para o Republicanos, mas sim integrar o grupo “Pensando Natal”, que será integrado por nomes sem mandatos. Então, de cara, o presidente da Câmara começa a brincadeira eleito e tirando vaga de outro.

FOCO
Vereadores que hoje estão preocupados com suas reeleições, como Bispo Francisco de Assis, Chagas Catarino, Nivaldo Bacurau, Preto Aquino, Eribaldo Medeiros, Luciano Nascimento, Dickson Júnior, Peixoto, Camila Araujo, Margarete Régia e outros, querem garantias no Republicanos. Eles sabem das preferências do Palácio Felipe Camarão hoje na reeleição de Kleber Fernandes e outros nomes mais próximo ao prefeito Álvaro. Inclusive, iniciou-se um movimento de colocar na chapa Irapoã Nóbrega, secretário de Serviços Urbanos e homem da cofiança do prefeito.

OLHA PARA O CÉU
O prefeito Allyson Bezerra montou a estratégia de dividir para somar em pleno São João de Mossoró. Dividir, no caso, é provocar cizânia entre os sindicatos e somar, no caso também, seria encontrar uma solução para a greve sem valorizar potenciais adversários políticos. Mais cedo, Allyson publicou vídeo dizendo que a greve geral é motivada por interesses políticos e eleitorais.

BOLSONARISMO
A ação que tramita no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contra Jair Bolsonaro (PL), cujo julgamento começa nesta quinta-feira 22, tem como principal consequência oito anos de inelegibilidade. De acordo com a atual legislação, caso condenado, o ex-presidente estará apto a se candidatar novamente em 2030, aos 75 anos, ficando afastado portanto de três eleições até lá (sendo uma delas a nacional de 2026). A investigação no TSE tem como foco a reunião entre Bolsonaro e embaixadores de diversos países no Palácio do Alvorada em julho do ano passado quando ele desacreditou o sistema eleitoral e atacou ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) sem apresentar provas.

EXTENSO
Pautado para começar nesta quinta-feira 22, o julgamento da ação eleitoral que pode tornar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) inelegível deve ocupar todas as sessões do TSE até o início do recesso judiciário, em julho. Após a sessão, o tribunal ainda tem mais duas sessões ordinárias, nos dias 27 e 29, e encerrará os trabalhos com uma sessão extraordinária, na qual normalmente não há julgamento de processos, no dia 30.

SUBSTITUTO
No Palácio dos Bandeirantes e visto como catapulta para o do Planalto, o governador Tarcísio Freitas vem se esquivando de um projeto nacional em 2026 desde antes de sentar-se na cadeira e, no que depender de seus auxiliares, não deve centrar esforços para se viabilizar à Presidência mesmo se a pressão aumentar. Tarcísio é considerado o principal sucessor, que herdaria os votos e a liderança do ex-presidente no campo da direita.

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