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Intervenção federal no DF termina nesta terça-feira; “Dever cumprido”, diz Cappelli

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Novo secretário de Segurança Pública do DF, Sandro Avelar assume em definitivo controle das forças de segurança da capital federal

A intervenção federal na Segurança Pública do Distrito Federal (DF) – decretada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) por conta dos atos criminosos de 8 de janeiro – se encerra oficialmente nesta terça-feira (31).

Em publicações nas redes sociais, o interventor nomeado por Lula, Ricardo Cappelli, agradeceu ao presidente e ao ministro da Justiça, Flávio Dino (PSB), pela confiança.

“Foram dias duros. Tive que tomar decisões importantes no calor dos acontecimentos. Fiz o meu melhor, espero ter acertado. Retorno ao Ministério da Justiça com o sentimento de dever cumprido”, escreveu Cappelli.

O interventor ainda acrescentou que “o 8 de janeiro de 2023 entrou para os livros de história”.

“Tentaram golpear a nossa democracia. A Operação Lesa Pátria, da Polícia Federal, seguirá punindo os responsáveis. Tenho plena confiança na corregedoria da PM. Os inquéritos separarão o joio do trigo. A lei será cumprida”, concluiu.

Com o fim da intervenção, o primeiro compromisso de Cappelli, nesta quarta (1º), ao retornar para o cargo de secretário-executivo do Ministério da Justiça, será a participação em uma reunião, às 10h, no Palácio do Planalto, com os secretários de todas as pastas da Esplanada dos Ministérios.

Às 15h, ele deve participar da posse do ministro Flávio Dino como senador.

Novo secretário assume em definitivo

Na última quarta-feira (25), a governadora em exercício do Distrito Federal (DF), Celina Leão (PP), anunciou o delegado da Polícia Federal (PF) Sandro Avelar como novo secretário de Segurança Pública do DF.

Avelar já passou a assumir seu cargo durante o período de intervenção federal para colaboração entre governo federal e do DF.

Com a saída de Cappelli, o novo secretário assumirá em definitivo o controle das forças de segurança da capital federal.

Em coletiva de imprensa, o novo secretário declarou que aceitou o convite “com muita honra e também como uma missão”, destacando que confia “absolutamente nas forças de segurança do Distrito Federal”.

No governo de Jair Bolsonaro (PL), em 2021, ele atuou o como diretor-executivo da PF — o “número dois” da corporação. Avelar já foi secretário de Segurança Pública do DF, entre 2011 e 2014, no mandato Agnelo Queiroz (PT).

Posse parlamentar

Quando questionado sobre os planos de segurança para a posse dos parlamentares do Congresso, que ocorre no dia 2 de fevereiro, Avelar disse que o plano está “praticamente consolidado” pelo trabalho do interventor federal, Ricardo Cappelli, junto às forças de segurança do DF.

Em entrevista à CNN nesta segunda-feira (31), o interventor federal na área da segurança pública do Distrito Federal, Ricardo Cappelli, afirmou que a segurança será reforçada.

“Estamos montando uma grande operação, uma operação similar a aquela montada no dia 1º, para a posse do presidente Lula, para essa semana. Temos a posse dos deputados, dos senadores, a eleição das mesas das duas casas, e também a reabertura do ano judiciário. Então, é uma operação de segurança reforçada que vai tomar conta da Esplanada”, disse Cappelli.

O interventor afirmou que as manifestações democráticas são garantidas pela Constituição Federal e que os atos criminosos que culminaram com a invasão e depredação das sedes dos Três Poderes, no dia 8 de janeiro, não voltarão a se repetir.

“Quem quiser vir, o Brasil é um país livre e democrático. O direito à manifestação é garantido pela Constituição. Manifestações democráticas não há qualquer problema. Agora, não há chance de se repetir aquilo, aqueles fatos inaceitáveis que o Brasil presenciou no dia 8 de janeiro”, afirmou.

Interventor apresentou relatório de atos criminosos

Na semana passada, o interventor apresentou o relatório sobre os atos criminosos ocorridos contra as sedes dos Três Poderes federais, em Brasília, no dia 8 de janeiro.

Segundo Cappelli, o material foi embasado por informações recebidas por órgãos como Secretaria de Segurança Pública do DF, Polícia Militar, e as subsecretarias de Operações Integradas e de Inteligência do Distrito Federal.

O relatório cita o acampamento na região do Quartel-General do Exército, em Brasília, e relaciona essa concentração de pessoas às invasões aos prédios públicos.

“Desde o início, o acampamento apresentava uma complexa e engenhosa organização, com distribuição das tendas em setores específicos, destinadas à cozinha e despensa, a medicamentos e/ou atendimento médico, ao fornecimento de energia por geradores, havia acesso à internet, informações, local para realização de cultos religiosos e diversas outras organizações internas”.

O material apresentado ao ministro da Justiça, Flávio Dino, e ao Supremo Tribunal Federal (STF) diz que além das estruturas citadas, nos acampamentos “havia suporte logístico aos manifestantes, com fornecimento de mantimentos (alimentos e água) e pedidos de doações”.

“Na medida em que o acampamento foi se estruturando, observou-se que algumas medidas de segurança foram adotadas pelos participantes, dentre as quais a utilização de rádios-comunicadores, e a atuação de alguns membros em ações características de serviço de segurança da área, visando, dentre outras finalidades, identificar possíveis infiltrados”, acrescenta o relatório.

*Publicado por Léo Lopes, com informações de Fernanda Pinotti, Tiago Tortella, Larissa Rodrigues, Leonardo Ribbeiro e Thayana Araújo, da CNN

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