O chanceler Mauro Vieira lamentou a falta de consenso entre os membros do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) para que o grupo faça uma declaração sobre a guerra de Israel.
“É desesperador não ter consenso”, declarou Vieira na sede da ONU, em Nova York (EUA), nesta terça-feira (31). Ele se reuniu com embaixadores dos Estados Unidos, da Rússia, e da China — membros permanentes do Conselho, logo com poder de veto.
Para Vieira, a situação no Oriente Médio está ainda mais grave hoje, após o bombardeio de Israel a um campo de refugiados na Faixa de Gaza e também por causa do envolvimento de outras nações no conflito.
Ainda assim, ele disse que vislumbra que o tempo dado aos países para mais consultas diplomáticas e o fato de uma declaração já ter sido aprovada na Assembleia-geral da ONU são fatos que devem contribuir para que uma resolução seja aprovada em breve no Conselho.
O Brasil finaliza nesta terça seu mandato da Presidência temporária do Conselho de Segurança. Ela será assumida pela China amanhã.
Até o Brasil terminar o mandato de membro não permanente, em 31 de dezembro, o país irá se esforçar para aprovar uma resolução no grupo sobre o conflito israelo-palestino, disse Vieira.
“A situação está muito mais complexa hoje. E, a pedido de todos, estamos dando mais tempo para consultas. Estamos com vistas a ter um sucesso, de chegarmos a uma resolução, mas preferimos que fosse dado um pouco mais de tempo para ver o retorno dessas consultas, e fosse aprovado”.
Até o momento, já foram propostas três resoluções, do Brasil, da Rússia e dos Estados Unidos. Todas foram vetadas por membros permanentes do Conselho.
Na última sexta-feira (27), o presidente Lula afirmou ser contra o poder de veto dos cinco membros permanentes (EUA, França, Reino Unido, China e Rússia), destacando que somente os EUA foram contra o texto do Brasil e que, por isso, não foi aprovado.