12.3 C
Ouro Branco

Corte de Haia ignora pedido de cessar-fogo e ordena que Israel adote medidas contra genocídio

Anúncios

A Corte Internacional de Justiça (CIJ), principal tribunal da ONU, ordenou nesta sexta-feira (26) que Israel limite os danos causados aos palestinos durante sua ofensiva na Faixa de Gaza, além de garantir a provisão de serviços básicos e assistência humanitária, assim como tomar medidas efetivas para prevenir e punir incitações diretas ao genocídio.

No entanto, a CIJ não acatou uma das solicitações da África do Sul, realizada durante a primeira audiência, há 15 dias, que seria ordenar a suspensão imediata das ações militares israelenses na Faixa de Gaza, apesar de o massacre israelense contra a Palestina já ter matado mais de 26 mil cidadãos e cidadãs.

O Estado de Israel deve “tomar todas as medidas ao seu alcance para prevenir a prática de todos os atos abrangidos pelo Artigo II da Convenção sobre o Genocídio”, disse Joan Donoghue, presidenta da corte, ao ler a primeira sentença em resposta a um pedido da África do Sul, que acionou a CIJ sob acusação de genocídio contra Israel.

“A corte está ciente da extensão da tragédia humanitária que está em curso na região e está profundamente preocupada com a contínua perda de vidas”, declarou Donoghue.

Dos 17 juízes, a imensa maioria votou a favor de medidas urgentes, que cobriram a maior parte do que a África do Sul solicitou. Em alguns itens, apenas um juiz votou contra; em outros, dois juízes. A corte ordenou que Israel se abstenha de quaisquer atos que possam se enquadrar na convenção sobre genocídio e também garanta que suas tropas não cometam atos genocidas em Gaza.

Israel alega que suas tropas cumprem as leis internacionais, fazem o possível para minimizar danos à população civil e que as acusações são distorcidas, uma vez que o país está praticando legítimo direito de defesa em virtude do ataque realizado pelo Hamas em 7 de outubro de 2023.

A decisão final sobre o caso deve levar anos, estimam especialistas.

O que diz a convenção

A África do Sul aponta que Israel, com suas ações sobre a Faixa de Gaza desde o dia 7 de outubro, quebra a Convenção de Prevenção e Punição ao Crime de Genocídio (Convenção do Genocídio).

O artigo 2 lista cinco pontos que definem se uma ação militar vai além de um crime de guerra e constitui crime de genocídio: matar membros do grupo; causar sérios danos físicos ou mentais a membros do grupo; deliberadamente infligir sobre o grupo condições de vida calculadas para levar à sua destruição física no todo ou em parte; impor medidas com intenção de prevenir nascimentos dentro do grupo; forçosamente transferir crianças de um grupo para outro grupo.

O pedido sul-africano argumenta que, a partir do enquadramento da Convenção, os atos de Israel nos últimos três meses incluem “matar palestinos em Gaza, causar a eles sério dano físico e mental e infligir sobre eles condições de vida calculadas a trazer sua destruição física”, ou seja, se encaixariam em pontos da definição da Convenção.

Mais artigos

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Últimos artigos