Por Carol Ribeiro
Secretário-chefe do Gabinete Civil do Governo do RN, Raimundo Alves (PT) é um dos articuladores do PT de Fátima Bezerra. Na campanha de 2022, conduziu as articulações que garantiram a reeleição da governadora no primeiro turno. Em 2024, quando o foco do PT foi a disputa na capital, ele se manteve nos bastidores. Agora, após a derrota de Natália Bonavides (PT), no segundo turno, para a chapa Paulinho Freire (UB) e Joanna Guerra (Republicanos), que tinha como padrinhos Álvaro Dias (Republicanos), Rogério Marinho (PL), Styvenson Valentim (Podemos) e José Agripino (UB), Raimundo avalia que o PT teve “um dos melhores resultados de sua história no RN” e que o partido “está no caminho certo para 2026”.
Numa rápida conversa com o Diário do RN, o secretário-chefe do Governo do RN ressalta que “até o adversário reconhecia” o preparo e a capacidade de entendimento de Natália sobre Natal. Para ele, Natália Bonavides é “uma das líderes do processo de renovação que o PT está passando”.
“Eu tenho 40 anos de militância no PT e poucas vezes eu vi uma campanha tão bonita com tanta paixão da militância quanto essa. Para isso, foi fundamental a postura e a capacidade de convencimento que a candidata Natália teve com a militância e com a população de Natal. Nos debates, ela apresentava tanta capacidade de entendimento da cidade e facilidade na apresentação das respostas que até o adversário reconhecia. Ela realmente foi gigante. Natália fez história e hoje é uma das líderes do processo de renovação geracional que o PT está passando”, afirma Raimundo.
Ao contrário do que avaliam opositores, como Álvaro Dias e José Agripino, o articulador do Partido dos Trabalhadores não vê 2024 como uma eleição de desempenho ruim para o partido. Segundo Raimundo Alves, “o PT obteve em 2024 os melhores resultados de sua história no RN”.
“Elegeu sete prefeitos, 13 vices-prefeitos e 62 vereadores e vereadoras. Participou ativamente das eleições em mais de 120 municípios onde privilegiou alianças com partidos da base de sustentação do governo da Professora Fátima, tática que se provou acertada”, pontuou.
A tática de privilegiar alianças na base da governadora nos municípios do RN traz a esperança, para ele, de que estejam no “caminho certo para 2026”. O secretário-chefe lembra que esse processo já é implantado desde 2018 e, sem citar qual o “rumo” do partido, afirma que vão apressar o passo.
“Acho que o PT plantou as bases para o processo de aliança com partidos e lideranças políticas agora em 2024, processo esse que a Governadora já vem implantando desde 2018, o que nos deixa bastante esperançosos que estamos no caminho certo para 2026. Vamos manter o mesmo rumo e apressar o passo”, explica.
Em 2024, o PT firmou aliança com os partidos MDB, PSB e PDT, além dos integrantes da Federação Brasil da Esperança, que inclui PV e PCdoB.
Nos bastidores, as possibilidades do grupo para 2026 incluem a candidatura da governadora Fátima ao Senado. Para isso, o vice-governador Walter Alves (MDB) assumiria a cadeira do Executivo, com a renúncia da gestora, em período regulamentar de acordo com legislação eleitoral. Isso o levaria a ser candidato natural à reeleição ao Governo do RN. As conversas e os planos, entretanto poder mudar e/ou amadurecerem até lá.
Raimundo: “Adversários fizeram uso da máquina pública municipal”
Ainda sobre a campanha eleitoral, Raimundo Alves avaliou a campanha realizada pelo adversário de Natália Bonavides. Ele acentua ações que relaciona à “extrema-direita” e cita outras que atribui ao uso da máquina pública pelo prefeito Álvaro Dias. A campanha que, de acordo com Raimundo, foi suja, está passando por apuração dos órgãos competentes.
“As fakes News, que viraram uma tradição nas campanhas da extrema-direita; as denúncias com muitas evidências de que houve compra de votos; a utilização da máquina pública, como o caso da iluminação da Ponte Newton Navarro na noite anterior à eleição; o constrangimento a que trabalhadores terceirizados que prestam serviços à Prefeitura de Natal foram submetidos; a violência política, com ameaça à vida da candidata Natália; a misoginia contra Natália e contra a governadora Fátima; enfim, ficou muito evidente que não foi uma campanha limpa, mas tudo isso foi colocado para apuração e alguns fatos já comprovados para julgamento dos órgãos competentes que certamente haverão de se pronunciar”, acredita Alves.