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A Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte (TJRN) manteve, em decisão divulgada na quinta-feira (30), a prisão preventiva do ex-policial militar Wendel Fagner Cortez de Almeida, conhecido como Wendel Lagartixa, que havia sido decretada no âmbito da operação “Aquerosene”, deflagrada para prender os acusados de integrarem um grupo de extermínio envolvido no homicídio triplo ocorrido em abril de 2022, no bairro da Redinha em Natal.
Além de Wendel Lagartixa, os ex-policiais militares João Maria da Costa Peixoto, conhecido como João Grandão, Francisco Rogério da Cruz e Roldão Ricardo dos Santos Neto também tiveram a prisão preventiva decretada pelos desembargadores do TJRN. Todos são acusados de integrar o mesmo grupo de extermínio de Wendel Lagartixa.
A maioria da Câmara Criminal votou favorável ao recurso apresentado pelo Ministério Público Estadual, através do Gaeco (Grupo de Combate ao Crime Organizado), para manter a prisão preventiva de Wendel Lagartixa e decretar a prisão dos demais integrantes do grupo de extermínio.
Wendel Lagartixa foi eleito deputado estadual pelo PL em 2022, mas teve o mandato cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em razão de uma condenação por crime hediondo em 2019.
Procurado pela reportagem da Agência Saiba Mais para comentar a decisão do TJRN, o senador Rogério Marinho, presidente estadual do PL, não respondeu ao nosso questionamento se pediria ou não a expulsão de Wendel Lagartixa, que segue filiado ao partido do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Em 2024, a filha do ex-policial militar, Anne Lagartixa (Solidariedade), foi eleita vereadora de Natal. Depois de empossada para seu primeiro mandato, ela também foi eleita para um dos cargos da Mesa Diretora da Câmara Municipal e prometeu defender “o legado do pai”.
Histórico
Em julho de 2024, Wendel Lagartixa teve sua prisão preventiva decretada pelo TJRN. Ele é acusado de integrar um grupo de extermínio que, segundo denúncia do Ministério Público, é responsável por um triplo homicídio cometido a tiros, em abril de 2022, em um bar no bairro da Redinha, na zona Norte de Natal.
Ele já havia sido preso em uma operação da Polícia Federal em 2013, sob a mesma acusação de participação em um grupo de extermínio, além de estar envolvido em outra investigação da PF.
Lagartixa foi preso em maio de 2023, no município baiano de Vitória da Conquista, em uma blitz da Polícia Rodoviária Federal. No carro em que ele estava com seu irmão e um sobrinho, os agentes encontraram uma pistola de uso restrito, escondida embaixo de uma bolsa.
No final de julho, ele foi absolvido da acusação de porte ilegal de arma de fogo, mas permaneceu preso em razão do mandado de prisão preventiva expedido pelo TJRN. Em agosto, o desembargador Saraiva Sobrinho negou um pedido de habeas corpus solicitado pela defesa de Lagartixa.