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Região Nordeste deve continuar com chuvas fortes e risco de alagamentos

Inmet emite alerta de grau máximo para três estados

O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) divulgou hoje (25) alerta no grau máximo, de “grande perigo”, para o acúmulo de chuvas no litoral de Alagoas e Pernambuco e da Paraíba. Com informações da Agência Brasil.

Entre quarta e quinta-feira (26), deve chover entre 60 milímetros (mm) e 100mm, o que ocasiona grande risco de transbordamento de rios, alagamentos e deslizamento de encostas.

Rio Grande do Norte e Sergipe também devem ser afetados por precipitações e ventos intensos, de 60 km/h a 100km/h, com risco de cortes de energia elétrica pela queda de galhos e árvores e alagamentos.

A região vem sofrendo com fortes tempestades desde segunda-feira (23). Uma das áreas mais atingidas é a região metropolitana do Recife. De acordo com a Defesa Civil da capital pernambucana, o acúmulo de chuvas chegou a 258 mm nas últimas 48 horas, cerca de 80% do previsto para todo o mês de maio.

Até o momento, a prefeitura de Olinda, cidade vizinha ao Recife, confirmou a morte de uma pessoa devido a um deslizamento de barreira. Outra morte chegou a ser informado pelo Corpo de Bombeiros de Pernambuco, mas a prefeitura ainda não confirmou. Desde terça-feira (24), houve sete deslizamentos na cidade.

A Defesa Civil Nacional também divulgou alertas e orienta os moradores dos estados afetados a buscarem informações com os órgãos locais. É importante ficar atento aos alertas enviados por meio de SMS, TV por assinatura e pelas redes sociais da Defesa Civil Nacional  e do Inmet, diz o alerta.

Em caso de emergência, a Defesa Civil pode ser acionada pelo número 199 e o Corpo de Bombeiros, pelo 193. Para receber alertas por SMS, o cidadão deve se cadastrar enviando mensagens de texto para o número 40199, informando o CEP do local onde reside.

Reservas Hídricas do RN superam 50% da sua capacidade

A barragem Armando Ribeiro Gonçalves, maior reservatório do RN, acumula 1.418.859.313 m³

O Governo do Estado do Rio Grande do Norte, por meio do Instituto de Gestão das Águas do RN (Igarn), monitora 47 reservatórios, com capacidades superiores a 5 milhões de metros cúbicos, responsáveis pelo abastecimento das cidades potiguares. O Relatório do Volume dos Principais Reservatórios Estaduais indica que as reservas hídricas superficiais totais do RN somam, nesta quarta-feira (25), 2.206.081.019 m³, percentualmente, 50,40% da sua capacidade total, que é de 4.376.444.842 m³. No último relatório, divulgado no dia 16 de maio, elas acumulavam 2.117.155.925 m³, correspondentes a 48,37% da sua capacidade total.

A barragem Armando Ribeiro Gonçalves, maior reservatório do RN, acumula 1.418.859.313 m³, equivalentes a 59,79% da sua capacidade total, que é de 2.373.066.510 m³. No relatório divulgado na semana passada, o manancial estava com 1.359.263.610 m³, correspondentes a 57,28% da sua capacidade total.

Já a barragem Santa Cruz do Apodi, segundo maior manancial do RN, acumula 258.613.920 m³, percentualmente, 43,12% da sua capacidade total, que é de 599.712.000 m³. No dia 16 de maio, o reservatório estava com 253.343.795 m³, equivalentes a 42,24% da sua capacidade total.

Localizada em Upanema, a barragem Umari acumula 208.360.368 m³, correspondentes a 71,16% da sua capacidade total, que é de 292.813.650 m³. No relatório anterior, o reservatório estava com 200.955.783 m³, equivalentes a 68,63% da sua capacidade total.

Os reservatórios monitorados pelo Igarn que permanecem com 100% da sua capacidade, são: Santana (Gangorra), localizado em Rafael Fernandes; Flechas, localizado em José da Penha; Passagem, localizado em Rodolfo Fernandes; Riacho da Cruz II, localizado em Riacho da Cruz; Apanha Peixe, localizado em Caraúbas; o açude público de Encanto; Beldroega, localizado em Paraú; e Pataxó, localizado em Ipanguaçu.

O açude Santa Cruz do Trairi, localizado em Santa Cruz, voltou a receber águas com as últimas chuvas e acumula 620.902 m³, correspondentes a 12,04% da sua capacidade total, que é de 5.158.750 m³. Na segunda-feira, 16 de maio, o reservatório estava com 143.970 m³, percentualmente, 2,79% da sua capacidade total.

Apesar de ainda apresentar um baixo volume, o açude Itans, localizado em Caicó, também recebeu águas e acumula 4.002.653 m³, equivalentes a 5,28% da sua capacidade total, que é de 75.839.349 m³. No último relatório divulgado, o reservatório estava com 1.839.058 m³, correspondentes a 2,42% da sua capacidade total.

A barragem Mendubim, localizada em Assu, acumula 53.939.867 m³, correspondentes a 69,73% da sua capacidade total, que é de 77.357.134 m³. Na segunda-feira da semana passada, o manancial estava com 50.534.896 m³, percentualmente, 65,33% da sua capacidade total.

O açude Morcego, localizado em Campo Grande, acumula 6.201.224 m³, correspondentes a 92,44% da sua capacidade total, que é de 6.708.331 m³. No relatório do dia 16 de maio, ele estava com 5.820.894 m³, percentualmente, 86,77% da sua capacidade total.

A barragem de Pau dos Ferros continua recebendo águas e acumula 37.506.800 m³, equivalentes a 68,39% da sua capacidade total, que é de 54.846.000 m³. Na segunda-feira, 16 de maio, o reservatório estava com 35.906.539 m³, correspondentes a 65,47% da sua capacidade total.

Situação das lagoas

A lagoa de Extremoz, responsável por parte do abastecimento da zona norte da capital, acumula 10.109.444 m³, equivalentes a 91,74% da sua capacidade total, que é de 11.019.525 m³. No último relatório divulgado, a lagoa estava com 9.927.428 m³, equivalentes a 90,09% da sua capacidade total.

Já a lagoa do Bonfim, responsável pelo abastecimento da adutora Monsenhor Expedito, acumula 38.929.062, percentualmente, 46,2% da sua capacidade total, que é de 84.268.200 m³. No dia 16 de maio, a lagoa estava com 38.381.701 m³, equivalentes a 45,55% da sua capacidade total.

A lagoa do Boqueirão, localizada em Touros, permanece cheia com 11.074.800 m³, que correspondem a 100% da sua capacidade.

Operações com Pix entram na mira dos auditores fiscais do RN

Secretaria de Tributação passou a monitorar pagamentos recebidos pelos contribuintes por meios eletrônicos em maio.

Operações eletrônicas como o Pix passaram a ser monitoradas pelos auditores fiscais do Rio Grande do Norte, neste mês de maio, segundo a Secretaria Estadual de Tributação.

A SET informou que atualizou as malhas ficais, que são os cruzamentos de dados fornecidos pelos contribuintes e instituições financeiras, e incluiu esses novos meios de pagamento nas análises.

Além do Pix, boletos, transferências e vouchers, entre outros, entram na mira dos auditores fiscais. Segundo o governo, a medida fortalece o combate à sonegação fiscal, que é considerada crime contra a ordem tributária.

Até então, o fisco operava com malhas que relacionavam apenas informações de vendas efetuadas com cartão de crédito ou débito, e, muitas vezes, não representavam a movimentação real das empresas.

Agora os auditores podem identificar, por exemplo, os casos em que uma empresa não emitiu notas fiscais, ou recolheu impostos com valores menores que o devido, mas recebeu pagamentos via Pix com valores acima dos informados.

As novas malhas fiscais – que são comparativos entre as informações dadas pelos contribuintes e os dados reais – envolvem quatro modalidades:

  • Inapto com movimento de pagamentos eletrônicos;
  • Divergência Receita Declarada (DAS) x Receita de pagamentos eletrônicos;
  • Divergência da Escrituração Fiscal Digital (EFD) x Pagamentos eletrônicos;
  • DAS Não informado x Receita de pagamentos eletrônicos.

“Temos atuado, desde o início desta gestão, para modernizar os nossos controles, o que é fundamental para a equalização de receitas do Estado em conformidade com a movimentação real dos setores econômicos. E acompanhar as novas formas de pagamento faz parte desse processo”, diz o secretário estadual de Tributação, Carlos Eduardo Xavier.

Governo do RN flexibiliza obrigatoriedade na cobrança do passaporte vacinal

O Governo do Rio Grande do Norte flexibilizou a obrigatoriedade na cobrança do passaporte vacinal. Foi decretado nesta quinta-feira (26) a dispensa da comprovação do esquema vacinal contra a covid-19 para entrada em equipamentos públicos e privados. Inicialmente, a medida vale para ambientes destinados ao público em geral, estádios e ginásios esportivos, além de cinemas, teatros, salas de concertos e museus, independentemente do número de pessoas.

Permanece obrigatória a comprovação do esquema vacinal em conformidade ao calendário de imunização como condição para acesso aos eventos de massa, sociais, recreativos, conferências, convenções, simpósios e afins, realizados em locais fechados, com participação simultânea superior a 2.000 pessoas.

Em caso de descumprimento da medida, evento ou estabelecimento podem ter autorização suspensa e os organizadores podem receber aplicação de multa pecuniária.

O decreto, publicado no Diário Oficial do Estado (DOE), considera a adesão da populção potiguar ao plano nacional de vacinação contra a covid-19. Segundo monitoramento da plataforma RN+Vacina, 84% dos habitantes encontram-se totalmente vacinados.

No documento, ainda fica recomendado às instituições públicas, órgãos, empresas e entidades privadas a estimulação à adesão de seus servidores, funcionários e colaboradores ao plano nacional de vacinação contra a covid-19.

O decreto é assinado pela governadora Fátima Bezerra e o secretário de Saúde Cipriano Maia.

Reforma tributária do Senado mexe com R$ 1,1 tri na economia

Presidente Rodrigo Pacheco (Senado) tenta construir consenso para votar texto na próxima semana

A proposta de reforma tributária em discussão no Senado mexe com tributos que, juntos, somam R$ 1,1 trilhão em arrecadação – dinheiro que é repartido entre o governo federal, Estados e municípios.

Conhecida como PEC 110, a proposta altera a Constituição para permitir a mudança em 5 tributos, que, juntos, somam 13,2% do Produto Interno Bruto brasileiro.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), busca consenso para aprovar o texto na CCJ, a Comissão de Constituição e Justiça. Disse ao Blog que articula, junto com Davi Alcolumbre (União-AP), presidente da comissão, para pautar a proposta durante o esforço concentrado da semana que vem. A PEC é relatada pelo senador Roberto Rocha (PTB-MA).

No texto, o ICMS, imposto cobrado pelos Estados sobre circulação de mercadorias e serviços, é o que tem maior volume arrecadatório. Equivale a 7,6% do PIB (R$ 660 bilhões). Por isso, há uma alta resistência de governadores em fazer mudanças tributárias. Houve muita discussão até chegar a um acordo em torno do texto atual.

Projeto cria 3 impostos

A proposta abre caminho para:

  • 2 impostos federais: a CBS (fusão do PIS e da Cofins) e o Imposto Seletivo (novo IPI);
  • 1 imposto subnacional: o IBS (fusão do ICMS, de incidência estadual, e do ISS, de incidência municipal).

Carga tributária

A PEC impede o aumento da carga total de impostos. As alíquotas seriam definidas via projeto de lei.

Setor de serviços é contra

O grupo quer incluir um teto na Constituição para a alíquota cobrada de si. A equipe do relator diz ser inviável, mas que segue aberta para encontrar outros pontos de convergência.

Maior benefício: simplificação

Para o relator, a proposta irá diminuir a insegurança jurídica. Estimativa do Insper aponta que o contencioso tributário brasileiro atingiu R$ 5,4 trilhões em 2019.

Chance de passar no Congresso

Os números levantados pelo Poder360 demonstram o motivo por trás da resistência em torno da aprovação do texto: há muito dinheiro envolvido. Qualquer mudança na forma de cobrar as alíquotas pode penalizar diversos setores.

Em ano eleitoral, é perto de zero a chance de o texto da reforma tributária ser aprovado no Senado e na Câmara até o fim de 2022. O movimento de Pacheco em tentar aprová-lo ao menos na Comissão de Constituição e Justiça é um avanço.

Saiba como votou cada deputado na aprovação do limite do ICMS

Aprovação do texto-base é triunfo para o governo Bolsonaro, Paulo Guedes e Arthur Lira, defensores do projeto

A Câmara aprovou na 4ª feira (25.mai.2022), por 403 votos favoráveis e 10 contrários, o texto-base do projeto de lei que define o teto de 17% para o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) de combustíveis, energia elétrica, telecomunicações e transportes coletivos.

Depois da votação, os deputados analisaram 8 destaques, trechos votados separadamente e que podem alterar o conteúdo do projeto. Todos os pedidos foram rejeitados e agora a proposta será encaminhada ao Senado.

Avaliação do governo fica estável: 54% desaprovam e 38% aprovam…

Pesquisa Blog realizada de 22 a 24 de maio de 2022 mostra que o governo do presidente Jair Bolsonaro (PL) é desaprovado por 54% da população brasileira, ante 56% na rodada de 15 dias antes. A aprovação é agora de 38%, numa variação para cima de 2 pontos percentuais em relação ao último estudo.

As taxas de avaliação à gestão federal tiveram oscilações dentro da margem de erro do levantamento, de 2 pontos percentuais para mais ou para menos. O movimento registrado nesta rodada, no entanto, foi positivo para o Palácio do Planalto.

A taxa de aprovação e desaprovação do governo Bolsonaro vem oscilando de 36% a 38% e de 54% a 56%, respectivamente, desde o levantamento realizado de 10 a 12 de abril de 2022. No início do ano, a avaliação negativa do governo estava na casa dos 60%.

A diferença entre aprovação e desaprovação é agora de 16 pontos percentuais. Já foi de 36 pontos, na passagem de agosto para setembro do ano passado. Há 15 dias, estava em 20 p.p.. Há 1 mês, marcava os mesmos 16 pontos.

Trabalho de Bolsonaro

O Blog também perguntou aos entrevistados sobre a avaliação do trabalho de Jair Bolsonaro. Para 51%, o desempenho do presidente é “ruim” ou “péssimo”, enquanto 29% o avaliam como “ótimo” ou “bom”. Os que não sabem são 3%.

A taxa “bom/ótimo” de Bolsonaro vinha oscilando para cima, de dezembro de 2021 até o fim de fevereiro de 2022. O movimento favorável foi interrompido em meados de março, quando a curva variou de 30% para 27%. Depois desse período, a taxa se mantém entre 27% e 29%.

Há 15 dias, o desempenho do presidente era avaliado negativamente por 53%, enquanto 28% consideravam “ótimo” ou “bom”. A variação foi dentro da margem de erro.

A pesquisa inclui 5 opções de avaliação de governo por conta do perfil específico do eleitorado brasileiro. No país onde mais se faz pesquisa com a população, os Estados Unidos, há décadas só se usa a pergunta mais direta e que dá só duas opções de resposta (aprova ou desaprova).

Uma parcela dos que preferem responder “regular” (quando há essa opção) pode aprovar ou desaprovar o governante ou o governo, mas tudo fica numa área cinzenta.

GAP: 22 p.p.

A diferença entre os que acham o trabalho de Bolsonaro “ruim” ou “péssimo” e o avaliam como “ótimo” ou “bom” é de 22 pontos percentuais. É a mesma de 1 mês atrás. A maior distância foi 35 p.p, em novembro de 2021.

Aprovação x voto em 2018

Hoje, 32% dos eleitores que votaram em Bolsonaro no 2° turno das eleições em 2018 desaprovam o seu governo. Já os que aprovam são 63% nesse grupo.

Entre os que escolheram Haddad em 2018, 84% desaprovam a atual gestão federal. Os que aprovam nesse estrato são 7%.

Saiba o que muda com projeto que limita ICMS nos Estados ..

A Câmara aprovou nesta 4ª feira (25.mai.2022) o projeto de lei que define um teto de 17% para o ICMS de combustíveis, energia elétrica, telecomunicações e transportes coletivos. Com a aprovação, a proposta segue para o Senado.

O ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) é um tributo estadual que representou 86% da arrecadação dos Estados em 2021, ou R$ 652 bilhões. O Poder360 já mostrou que os governos regionais tiveram recorde na receita com impostos em 2022.

O projeto visa reduzir os preços dos produtos considerados essenciais aos brasileiros, como gasolina, diesel e conta de luz, que impulsionaram a inflação do país nos últimos meses. As mudanças reduzem, porém, a arrecadação dos Estados com o tributo.

O texto é defendido pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). Para ele, segurar os preços é “essencial” para “proteger a população”. Os custos dos combustíveis foram pressionados depois da guerra entre Ucrânia e Rússia.

IMPACTO E COMPENSAÇÃO

O deputado federal Danilo Forte (União Brasil-CE) é o autor do projeto. Ele afirmou que o texto pode reduzir a conta de luz em aproximadamente 11% e a gasolina de 9% a 12% na bomba. Os Estados declaram, porém, que haverá uma perda arrecadatória de R$ 100 bilhões.

O relator do projeto, deputado Elmar Nascimento (União Brasil-BA) colocou no texto uma garantia de compensação aos Estados e municípios que perderem mais de 5% da arrecadação com o projeto. Será feita por meio do abatimento da dívida dos entes com a União.

Assista à entrevista coletiva com Forte e Nascimento sobre as mudanças no projeto (18min29s):

O governo federal cobre o percentual de prejuízo pelo período de 6 meses até dezembro de 2022. Estados em recuperação fiscal, como Rio de Janeiro, Goiás, Minas Gerais e Rio Grande do Sul teriam uma compensação automática.

Segundo o relator do projeto, o Ministério da Economia defende que os Estados e os municípios não terão perdas de receita. O dinheiro que a população deixou de pagar com o ICMS desses tributos será gasto em outros produtos que têm incidência do ICMS.

“Não há perda de arrecadação, que está crescendo em números absolutos […] Se os Estados estivessem aplicados no ano passado, a perda seria zero. Os Estados subiram, em números absolutos, quase 50%”, afirmou o deputado Elmar.

Em abril, o Congresso aprovou o projeto que cria uma alíquota única do ICMS sobre os combustíveis em todo o território nacional. Saiba o que mudou

COMO É A TRIBUTAÇÃO DE ENERGIA

A legislação estabeleceu que o ICMS pode existir em 3 faixas de alíquotas:

  • de 7% a 12% – para produtos básicos, que são do setor alimentício em sua maioria;
  • de 17% e 18% – aplicáveis à generalidade das mercadorias;
  • de 25% a 30% – para produtos considerados supérfluos, como cigarros, bebidas alcoólicas e outros.

A tributação de energia elétrica chega a 30% nos Estados.

LEIA A ÍNTEGRA DO PROJETO

Art. 1º A Lei no 5.172, de 25 de outubro de 1966, passa a vigorar acrescida do art. 18-A, com a seguinte alteração:

“Art. 18-A Para fins da incidência de impostos sobre a produção, a comercialização, a prestação de serviços ou a importação, os combustíveis, o gás natural, a energia elétrica, as comunicações e o transporte coletivo são considerados bens e serviços essenciais e indispensáveis, não podendo ser tratados como supérfluos.

Parágrafo único. Para efeito do disposto neste artigo:

I – é vedada a fixação de alíquotas sobre as operações referidas no caput em patamar superior ao das operações em geral, considerada a essencialidade dos bens e serviços;

II – é facultado ao ente federativo competente a aplicação de alíquotas reduzidas em relação aos bens referidos no caput, como forma de beneficiar os consumidores em geral; e

III – é vedada a fixação de alíquotas de que trata o inciso II, para os combustíveis, a energia elétrica e o gás natural, em percentual superior ao da alíquota vigente quando da publicação desta Lei. ”

Art. 2º A Lei Complementar no 87, de 13 de setembro de 1996, passa a vigorar, com as seguintes alterações:

“Art. 3º ……………………………………………………………………….

…………………………………………………………………………………..

IX – operações de qualquer natureza de que decorra a transferência de bens móveis salvados de sinistro para companhias seguradoras; e

X – os serviços de transmissão e distribuição e os encargos setoriais vinculados às operações com energia elétrica.

…………………………………………………………………………………..

Art. 32-A As operações relativas aos combustíveis, ao gás natural, à energia elétrica, às comunicações e ao transporte coletivo, para fins de incidência de imposto previsto nesta Lei, são considerados bens e serviços essenciais e indispensáveis, não podendo ser tratados como supérfluos.

§ 1º Para efeito do disposto neste artigo:

I – é vedada a fixação de alíquotas sobre as operações referidas no caput em patamar superior ao das operações em geral, considerada a essencialidade dos bens e serviços;

II – é facultado ao ente federativo competente a aplicação de alíquotas reduzidas em relação aos bens referidos no caput, como forma de beneficiar os consumidores em geral; e

III – é vedada a fixação de alíquotas de que trata o inciso II, para os combustíveis, a energia elétrica e o gás natural, em percentual superior ao da alíquota vigente quando da publicação desta Lei.

§ 2º No que se refere aos combustíveis, a alíquota definida conforme o disposto no § 1o deste artigo servirá como limite máximo para a definição das alíquotas específicas (ad rem) a que se refere o art. 3o, inciso V, alínea b, da Lei Complementar no 192, de 11 de março de 2022. ”

Art. 3º As perdas de arrecadação dos Estados ou Distrito Federal que tiverem contrato de refinanciamento de dívidas com a União previsto no art. 9-A da Lei Complementar no 159, de 19 de maio de 2017, decorrentes da redução da arrecadação do Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS), serão compensadas pela União.

§ 1º A compensação a que se refere o caput dar-se-á por meio da dedução no valor das parcelas da dívida do Estado ou Distrito Federal com a União prevista no art. 9-A da Lei Complementar no 159, de 2017, até o limite do saldo previsto no § 2o deste artigo.

§ 2º O total das perdas de arrecadação de ICMS do Estado ou Distrito Federal, descontados quaisquer valores referentes à repartição tributária, irá compor o saldo a ser compensado pela União.

§ 3º O saldo previsto no § 2o deste artigo será atualizado nas mesmas condições das dívidas dos Estados com a União prevista no art. 9-A Lei Complementar no 159, de 2017.

§ 4º Ato do Ministro do Estado de Economia estabelecerá a metodologia de controle do saldo previsto no § 2o deste artigo.

§ 5º A compensação a que se refere o caput se dará enquanto houver obrigação do Estado ou Distrito Federal com a União, em decorrência do previsto no art. 9-A da Lei Complementar no 159, de 2017, observado o disposto no art. 6o.

§ 6º Eventual saldo positivo favorável ao Estado ou Distrito Federal, considerando-se honradas todas as suas obrigações refinanciadas nos termos do art. 9-A da Lei Complementar no 159, de 2017, não ensejará em direito ao ressarcimento por qualquer forma ou meio.

Art. 4º As perdas de arrecadação dos Estados ou Distrito Federal com dívidas contratuais junto à União não alcançadas pelo art. 9-A da Lei Complementar no 159, de 2017, decorrentes da redução da arrecadação do ICMS, serão compensadas pela União na parcela que superar a 5% (cinco por cento) desta redução.

§ 1º A compensação a que se refere o caput dar-se-á por meio da dedução no valor das parcelas da dívida do Estado ou Distrito Federal com a União até o limite do saldo previsto no § 2o.

§ 2º O total das perdas de arrecadação de ICMS do Estado ou Distrito Federal, descontados quaisquer valores referentes à repartição tributária, irá compor o saldo a ser compensado pela União.

§ 3º Ato do Ministro do Estado de Economia estabelecerá os índices de atualização e metodologia de controle do saldo previsto no § 2o.

§ 4º A compensação a que se refere o caput se dará enquanto houver saldo de dívida contratual do Estado ou Distrito Federal com a União, observado o disposto no art. 6o.

§ 5º Eventual saldo favorável ao Estado ou Distrito Federal, considerando-se honradas todas as suas dívidas contratuais, não enseja em direito de ressarcimento por qualquer forma ou meio.

Art. 5º Cessam-se os efeitos das compensações por perdas de arrecadação de ICMS caso as alíquotas retornem aos patamares vigentes anteriormente à publicação desta Lei ou a compensação devida tenha sido efetivamente realizada, não havendo mais saldo a ser compensado.

Art. 6º A compensação realizada pela União nos termos dos arts. 3o e 4o limitar-se-á às perdas de arrecadação de ICMS incorridas até 31 de dezembro de 2022.

Art. 7º Para fins do disposto nos arts. 3o e 4o, as perdas de arrecadação serão apuradas utilizando-se como referência a receita corrente de ICMS conforme apresentada no demonstrativo a que refere o inciso I do art. 53 da Lei Complementar no 101, de 4 de março de 2000, publicado no bimestre imediatamente anterior à data de publicação desta Lei.

Art. 8º O disposto nos arts. 124 e 125 da Lei no 14.194, de 20 de agosto de 2021, não se aplica a esta Lei e aos atos do Poder Executivo dela decorrentes.

Art. 9º O disposto no art. 35 e nos incisos I e II do caput e no § 2o do art. 14 da Lei Complementar no 101, de 4 de maio de 2000, não se aplicam ao disposto nesta Lei.

Análise: “Top Gun: Maverick” traz menos suor e mais IMAX

Evocando diversos elementos do seu antecessor, a continuação de “Ases Indomáveis” é um ótimo filme de ação

O filme não se trata apenas da continuação de “Top Gun – Ases Indomáveis”, de 1986, se trata de uma verdadeira homenagem ao antecessor. A cena inicial, por exemplo, é praticamente a mesma do longa original, incluindo a canção de Kenny Loggins: “Danger Zone”.

Porém, ouvimos o clássico tecladinho, uma marca dos anos 80, poucas vezes no filme, logo, a trilha sonora é tomada pela grandiosidade de Hans Zimmer que harmoniza com os sons de caças supersônicos.

Quem pilota um deles é Tom Cruise, que retorna como Pete “Maverick” Mitchell. Dessa vez, ele será o instrutor de uma missão que contará com a elite dos pilotos de caça dos Estados Unidos, dentre eles o filho de Goose, o parceiro de longa data de Maverick.

Como filme solo é um bom divertimento, mas a imersão é maior se o original for visto. Com menos propaganda da Marinha americana e mais câmeras Imax, o envolvimento com a história se dá de um jeito mais fluído do que “Ases Indomáveis”.

Entende-se o motivo das missões, das aflições dos personagens e de eventuais pares românticos que se formam. Entretanto, o casal “Charlie-Maverick” que arrancou suspiros na década de 80 ao som de “Take My Breath Away”, da banda Berlin, não retorna para a continuação de “Top Gun”. Dessa vez, teremos “Penny-Maverick” ao som de “Hold My Hand”, de Lady Gaga.

Jennifer Connelly é o par romântico de Tom Cruise, em um mesmo tom oitentista passivo-agressivo, ambos possuem uma relação conturbada ameaçada pelo comportamento rebelde de Maverick.

Porém, as marcas registradas de “Ases Indomáveis” não estão no casal: a química, o suor e cenas mais ousadas. A testosterona que o filme evoca funciona mais como um simulacro do longa original. Em tempos de uma Hollywood puritana encabeçada por filmes estéreis da Marvel, o romance em “Top Gun: Maverick” não se destaca.

Entretanto, Pete Maverick continua sendo o desejo de todos os personagens do filme, sendo o tópico de discussão de 90% dos diálogos. Nesse quesito, o apetite é o mesmo.

Mas, para não ser injusta, acabamos por ter um vislumbre daqueles anos 80 suados quando vemos uma cena de futebol americano na praia, remetendo àquela da partida de vôlei. Todos sem camisa, incluindo Cruise, que, depois de alguns minutos, se retira, e deixa que seus alunos pilotos formem uma conexão e aprendam a trabalhar em equipe.

De peitoral de fora, quase 40 anos depois, tanto Cruise quanto Maverick não se apegam à idade. O ator se aproxima do personagem dentro do cockpit ao realizar as manobras espetaculares com os caças F-18, infinitamente melhores que aquelas do filme original. Não há dublês ou qualquer CGI nas cenas de perseguição aérea, a força G que vemos nos rostos de todos os atores é real.

O que há é somente Tom Cruise sendo ele mesmo. Um artista com hobbies radicais que encontrou no cinema um espaço livre para realizá-los, para nossa sorte.

Bolsonaro sanciona projeto que modifica regras do Pronampe

Nova rodada do programa vai abranger também microempreendedores individuais, que somam cerca de 13 milhões de pessoas

O presidente Jair Bolsonaro (PL) sancionou nesta quarta-feira (25) o Projeto de Lei 3.188/2021, que mantém recursos para garantir empréstimos a micro e pequenas empresas por meio do Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe). O texto foi aprovado em definitivo pelo Congresso Nacional no fim de abril.

A norma que agora entra em vigor adia para 2025 a devolução ao Tesouro Nacional de valores não utilizados de um fundo relativo a empréstimos do Pronampe.

O programa foi criado em maio de 2020 para auxiliar financeiramente os pequenos negócios e, ao mesmo tempo, manter empregos durante a pandemia da Covid-19. No ano passado, o Pronampe se tornou uma política pública permanente do governo federal.

A estimativa do governo é garantir pelo menos R$ 50 bilhões em crédito para micro e pequenas empresas com o programa, através do sistema financeiro. A nova rodada do Pronampe vai abranger também microempreendedores individuais (MEIs), que somam cerca de 13 milhões de pessoas.

Somando às mais de 5,5 milhões de micro e pequenas empresas, a nova fase do Pronampe tem o potencial de atender mais de 20 milhões de empresas e microempreendedores, que representam 98% das empresas do país.

Mudanças

A proposta sancionada torna permanente o uso de recursos do Fundo de Garantia de Operações (FGO) em operações não honradas. Uma das alterações aprovadas no Congresso dispensa as empresas de cumprirem cláusula de manutenção de quantitativo de empregados prevista nas contratações até 31 de dezembro de 2021. Essa regra só será restabelecida para empréstimos feitos a partir de 2022.

O texto também acaba com a data limite, estipulada até o fim de 2021, para que o governo aumente o aporte de recursos ao FGO para atender o Pronampe, pois o programa se tornou permanente.

Caso esse aumento de participação da União aconteça por meio de créditos extraordinários, os valores recuperados ou não utilizados deverão ser destinados à amortização da dívida. Já outros valores utilizados pelo FGO para honrar prestações não pagas deverão ser direcionados para a cobertura de novas operações contratadas.

O nova lei ainda estabeleceu uma mudança no Programa de Estímulo ao Crédito (PEC) para ampliar o seu acesso a empresas com até R$ 300 milhões de receita bruta anual, consideradas de médio porte.

A legislação que criou o programa destinava o PEC somente a microempreendedores individuais (MEI), a micro e pequenas empresas, a produtores rurais e a cooperativas e associações de pesca e de marisqueiros com receita máxima de R$ 4,8 milhões. Para o público-alvo atual, o texto reserva 70% do valor total que pode ser contratado.

O programa permite aos bancos contarem com créditos presumidos de tributos federais a serem usados para diminuir o valor a pagar em troca de empréstimos feitos sob seu risco. As contratações de operações, cujo prazo de funcionamento tinha acabado em 2021, serão reabertas até dezembro de 2022.

Outra medida incluída na lei é a dispensa de exigência de apresentação de alguns tipos de certidões pelos interessados em obter empréstimo, como as de quitação eleitoral, comprovação do recolhimento do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (ITR) e Certificado de Regularidade do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, para as instituições que emprestarem por meio do PEC.

Veto

Por orientação da área jurídica, segundo o Palácio do Planalto, o presidente da República decidiu vetar os dispositivos da lei que dispensavam apresentação da Certidão Negativa de Débito (CND) relativa à Seguridade Social por meio do PEC.

Na avaliação do governo, a medida viola a Constituição Federal, que veda acesso a crédito e benefícios tributários de pessoa jurídica devedora da Previdência Social.

Cerca de 2 milhões em extrema pobreza não receberam o Auxílio Brasil

Entre as 17.820.667 famílias registradas como extremamente pobres, 1.995.898 ficaram de fora da lista de beneficiários em março deste ano

Em março deste ano, ao menos 2 milhões de famílias em situação de extrema pobreza ficaram de fora da lista de beneficiários do Auxílio Brasil.

De acordo com dados do Cadastro Único, disponibilizados pelo Ministério da Cidadania, entre as 17.820.667 famílias registradas como extremamente pobres, 1.995.898 não receberam o benefício. Caso foi revelado pelo colunista do Uol Carlos Madeiro.

No mês de março, o número de famílias à espera do auxílio aumentou 15% em relação a fevereiro, quando 1.735.253 mil se encontravam nessa situação. Mais de 85% das famílias fora da lista de beneficiários estão nas regiões Norte, Nordeste ou Sudeste do Brasil.

O Auxílio Brasil é o programa de renda que substituiu o Bolsa Família, criado em 2003. De acordo com as regras, o programa é voltado para famílias em situação de extrema pobreza — com renda mensal per capita (por pessoa) de até R$ 105 — e de pobreza (que possui renda per capita de R$ 105,01 a R$ 201), que tenham gestantes, nutrizes ou jovens com até 21 anos de idade que tiverem concluído ou matriculados em escolas de educação básica.

Cerca de 11% das famílias em situação de extrema pobreza estão fora da lista de beneficiários. Na época da aprovação da lei que instituiu o benefício, o presidente Jair Bolsonaro (PL) vetou o artigo que obrigava o governo ter “dotação orçamentária suficiente” para atender todos os possíveis beneficiários. Com isso, o governo não tem obrigação legal de atender a todas as famílias que necessitam do benefício.

Valor permanente

Valor permanente
Na última quinta-feira (19/5), o governo federal publicou a Lei nº 14.342, que torna permanente o valor mínimo de R$ 400 para o Auxílio Brasil. O presidente Jair Bolsonaro (PL) editou a MP em dezembro do ano passado, mas o texto precisava do aval do Congresso Nacional para se tornar lei. Como os parlamentares alteraram o texto original enviado pelo governo, a proposta voltou ao Palácio do Planalto.

O benefício social foi criado em dezembro, mas a implementação dependia da aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos Precatórios, que permitiu a renegociação do pagamento de precatórios.

A postergação da quitação dos débitos da União abriu margem fiscal para a execução do Auxílio Brasil. No entanto, a promulgação da PEC dos Precatórios só ocorreu no fim do ano passado, o que atrasou os planos do Executivo federal e postergou a votação da MP para o início deste ano.

Regras do Auxílio Brasil
De quanto é o benefício?

O governo federal paga R$ 400 para 17 milhões de famílias de baixa renda que já eram atendidas pelo Bolsa Família. O programa social deve custar aos cofres públicos R$ 84,7 bilhões em 2022.
Quando começou a valer?

O pagamento do Auxílio Brasil começou em novembro do ano passado. O mês não teve novas parcelas do Auxílio Emergencial, já que a última foi paga em outubro.
Quem deve receber o benefício?

O auxílio será pago a famílias em situação de extrema pobreza e em situação de pobreza – desde que um dos membros seja gestante ou tenha menos de 21 anos; Situação de extrema pobreza: famílias com renda de até R$ 89 por pessoa; e Situação de pobreza: famílias com renda mensal que varia de R$ 89,01 a R$ 178 por pessoa.
Como faço o cadastramento?

Ainda não há detalhes, mas a expectativa é que sejam utilizados os próprios dados do Bolsa Família e do Cadastro Único.
Quais são as modalidades do programa?

Três benefícios vão formar o “núcleo básico” do programa: Benefício Primeira Infância: para famílias com crianças de até 3 anos incompletos; Benefício Composição Familiar: para famílias que tenham gestantes ou pessoas de 3 a 21 anos; Benefício de Superação da Extrema Pobreza: esse benefício será concedido se a renda mensal per capita da família ainda estiver abaixo da linha de extrema pobreza, mesmo após computadas as “linhas” anteriores.

Outros seis benefícios serão pagos à base atual do Bolsa Família: Auxílio Esporte Escolar: destinado a estudantes com idades entre 12 e 17 anos incompletos que se destaquem nos Jogos Escolares; Bolsa de Iniciação Científica Junior: destinada a estudantes com bom desempenho em competições acadêmicas; Auxílio Criança Cidadã: para o responsável por família com criança de zero a 48 meses incompletos que não consiga vaga em creches públicas ou privadas; Auxílio Inclusão Produtiva Rural: pago por até 36 meses aos agricultores familiares inscritos no Cadastro Único; Auxílio Inclusão Produtiva Urbana: destinado a quem estiver na folha de pagamento do programa e comprovar vínculo de emprego formal; e Benefício Compensatório de Transição: destinado a famílias que estavam na folha de pagamento do Bolsa Família e perderem parte do valor recebido na transição para o Auxílio Brasil.

Vídeo: homem morre sufocado em “câmara de gás” dentro de carro da PRF

Genivaldo de Jesus Santos tinha 38 anos e foi vítima de abordagem truculenta por parte de policiais rodoviários federais em Sergipe

Os moradores de Umbaúba, litoral sul de Sergipe, flagraram uma abordagem policial violenta nesta quarta-feira (25/5) que resultou em morte. Um homem não resistiu depois de ser preso por dois policiais rodoviários federais dentro de uma espécie de “câmara de gás” montada no porta-malas da viatura da PRF.

O homem foi identificado como Genivaldo de Jesus Santos, de 38 anos, pelo portal G1. O sobrinho da vítima, Wallyson de Jesus, presenciou a situação e esclareceu que o tio tinha um transtorno mental.

“Eles pediram para que ele levantasse as mãos e encontraram no bolso dele cartelas de medicamentos. Meu tio ficou nervoso e perguntou o que tinha feito. Eu pedi que ele se acalmasse e que me ouvisse”, relatou Wallyson.

Nas imagens gravadas pela população, é possível ver Genivaldo ser rendido por dois policiais. Ele está no chão e depois é colocado no porta-malas da viatura.

Enquanto um dos policiais segura a tampa do porta-malas para assegurar que ela continue fechada, o outro joga, dentro do espaço fechado, grande quantidade de gás. Quando o compartimento é aberto de novo, o homem já não se mexe mais.

“Eles jogaram um tipo de gás dentro da mala, foram para delegacia, mas meu tio estava desacordado. Diante disso, os policiais levaram ele para o hospital, mas já era tarde”, relatou o sobrinho.

Em nota, a PRF afirmou que o homem teria “resistido ativamente” à abordagem. Os agentes, então, teriam utilizado “técnicas de imobilização e instrumentos de menor potencial ofensivo” para conter a agressividade da vítima, que passou mal no caminho para a delegacia, segundo a corporação.

A Polícia Civil de Sergipe afirmou que investiga o caso, colhendo depoimento dos envolvidos. A família registrou um Boletim de Ocorrência.

Leia a nota emitida pela PRF:

“Na data de hoje, 25 de maio de 2022, durante ação policial na BR-101, em Umbaúba-SE, um homem de 38 anos resistiu ativamente a uma abordagem de uma equipe PRF. Em razão da sua agressividade, foram empregados técnicas de imobilização e instrumentos de menor potencial ofensivo para sua contenção e o indivíduo foi conduzido à Delegacia de Polícia Civil em Umbaúba.

Durante o deslocamento, o abordado veio a passar mal e socorrido de imediato ao Hospital José Nailson Moura, onde posteriormente foi atendido e constatado o óbito.

A equipe registrou a ocorrência na Polícia Judiciária, que irá apurar o caso. A Polícia Rodoviária Federal em Sergipe lamenta o ocorrido e informa que foi aberto procedimento disciplinar para averiguar a conduta dos policiais envolvidos”.

OURO BRANCO: PM prende dois homens com sacos de maconha dentro do carro

Sacos com a maconha apreendida em Ouro Branco - Foto Reprodução

Policiais militares lotados na guarnição da cidade de Ouro Branco (RN), apreenderam sacos contendo maconha. A ação se deu na madrugada desta quinta-feira (26), por volta de 1h.

Os policiais realizavam o patrulhamento de rotina quando se depararam com um veículo, corsa, cor escura trafegando em atitude suspeita. Os ocupantes do veículo, ao avistarem a viatura, tentaram empreender fuga mais foram capturados pelos polícias militares.

Os dois ocupantes do veículo, residem na cidade de Currais Novos — RN. No interior do veículo conduzido pelos suspeitos, foi encontrada uma grande quantidade de maconha.

Os policiais deram voz de prisão aos dois homens e os encaminharam, juntamente com a droga, para a Delegacia de Plantão em Caicó — RN. A guarnição da Policia Militar de Ouro Branco, mais uma vez está de parabéns pela eficiência no combate ao crime.

Quatro estados aumentam nível de alerta para varíola dos macacos

Bahia, Santa Catarina, Mato Grosso do Sul e Espírito Santo emitiram alertas para as vigilâncias epidemiológicas locais

O aumento dos casos de varíola dos macacos no mundo colocou em alerta ao menos as secretarias de Saúde de quatro estados brasileiros, que aumentaram o nível de alerta para localizar casos suspeitos.

Bahia, Santa Catarina, Mato Grosso do Sul e Espírito Santo emitiram alertas para as vigilâncias epidemiológicas aumentarem o nível de atenção e permanecerem em sentinela para hipotéticos casos.

A doença já foi identificada em Estados Unidos, Canadá, Austrália, Reino Unido, Portugal, Espanha, Irlanda do Norte, Argentina, Alemanha, Bélgica, França, Holanda, Itália, Suécia, Áustria e Suíça.

A principal ordem é que os casos em investigação sejam comunicados para o registro na Rede Nacional de Alerta e Resposta às Emergências em Saúde Pública.

No comunicado capixaba, as autoridades sanitárias ressaltam a necessidade de tratamento rápido e do isolamento do paciente suspeito.

A Secretaria de Saúde do Estado da Bahia fez recomendações sobre a prevenção do contágio pela varíola de macaco.

Segundo a pasta, residentes e viajantes de países endêmicos devem evitar o contato com animais doentes que possam abrigar o vírus da varíola dos macacos.

“Entre os cuidados, estão o de abster-se de comer ou manusear caça selvagem, higienizar as mãos com água e sabão ou álcool em gel, além de evitar contato com pessoas infectadas e usar objetos de pessoas contaminadas e com lesões na pele”, informa, em nota.

Anvisa e Ministério da Saúde

Contra a doença, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recomenda o distanciamento físico sempre que possível, o uso de máscaras de proteção e a higienização frequente das mãos contra a transmissão da varíola dos macacos.

O Ministério da Saúde instalou, na segunda-feira (23/5), uma sala de situação para monitorar uma possível chegada da varíola dos macacos no Brasil. Até o momento, o país não identificou nenhuma infecção pela doença.

A doença

A doença foi diagnosticada pela primeira vez em humanos em 1970 e, de acordo com o perfil dos pacientes infectados atualmente (homens gays ou bissexuais, em sua maioria), provavelmente é transmitida por meio do sexo sem proteção, além de pelo contato com lesões em pessoas doentes ou gotículas liberadas durante a respiração.

Os primeiros sintomas são febre, dor de cabeça, dor no corpo e nas costas, inchaço nos linfonodos, exaustão, calafrios e bolinhas que aparecem no corpo inteiro (principalmente rosto, mãos e pés) e evoluem, formando crostas, até cair.

A varíola de macacos é transmitida, primariamente, por contato com esquilos ou macacos infectados e é mais comum em países africanos – antes do surto atual, só quatro países fora do continente já tinham identificado casos na história.

Os cientistas acreditam que a taxa de mortalidade da doença é semelhante à da primeira cepa da Covid-19, de 1 a cada 100 infectados.

Por ser uma doença muito parecida com a varíola, a vacina contra a condição (que é considerada erradicada no mundo) também serve para evitar a contaminação. Em casos severos, o tratamento inclui antivirais e o uso de plasma sanguíneo de indivíduos imunizados.

Apesar de relativamente rara e transmissível, os especialistas europeus afirmam que o risco de um grande surto é baixo.

Como funcionam as fazendas de cliques, usadas pelo bolsonarismo para atacar opositores

Afetadas pelo desemprego, pessoas em busca de renda extra viram “bots humanos” e gerenciam milhares de contas falsas

O mercado movimentado das chamadas Fazendas de Cliques está cada vez mais “humanizado”, por assim dizer, quando se trata de burlar as regras das plataformas digitais e garantir a manutenção de milhares de contas falsas na internet. Uma multidão de brasileiros desempregados ou que buscam fonte de renda extra, ficam horas seguindo, comentando e curtindo perfis por milésimos de real.

Os “bots humanos” são estratégias que as empresas digitais encontram para driblar as regras impostas contra perfis falsos, além de ganhar dinheiro em cima do desalento do trabalhador que precisa sobreviver e pagar contas a qualquer custo. Essas pessoas, atraídas por promessas de renda extra, chegam a gerir 500 contas falsas, o que praticamente as transformam em “robôs humanos”.

O mercado funciona da seguinte forma: empresas conhecidas como plataformas de cliques vendem pacotes de “engajamento” para “clientes” que podem ser políticos, influenciadores e empresários. Nos “pacotes” são ofertados milhares de seguidores, além de combos com curtidas, comentários e até visualizações em vídeos. O “diferencial” é que os perfis seriam supostamente reais, como prometem as empresas.

E o segmento digital fake aprimorou tanto que, para transformar um perfil falso em conta real, fotos de pessoas comuns são alteradas por softwares de inteligência artificial, ou seja, são criadas imagens de pessoas que não existem. Com isso os algoritmos das plataformas não conseguem detectar os robôs, a menos que o comportamento estranho seja notado pela moderação.

Empresas como Dizu, Ganhar no Insta e Kzom oferecem este tipo de serviço e botam em xeque a originalidade do “mercado da influência” na internet. Isso significa que nem sempre quem tem mais seguidores é realmente mais influente.

Os valores desses serviços variam, mas em regra geral, são muito baixos. É possível encontrar pacotes de mil curtidas no Instagram por míseros R$ 0,60. 

Na outra ponta, essas empresas pagam a trabalhadores (sem carteira assinada) de R$ 0,001 (ou seja, um décimo de um centavo) a R$ 0,05 para executar cada uma das interações. No entanto, para conseguir sacar o dinheiro após dias e horas trabalhados, o “robô humano” precisa ter um saldo de R$ 20. Ou seja, para chegar a esse montante é necessário completar cerca de 20 mil tarefas.

Para melhorar os rendimentos, os colaboradores são incentivados a criar múltiplas contas, ampliando assim o número de atividades cumpridas. Muitos se valem dos softwares, que podem ser oferecidos pelas próprias plataformas, para conseguir atingir a meta de interações.

O sociólogo Sérgio Amadeu – autor do livro Como Derrotar o Fascismo nas Eleições e Sempre em parceria com o diretor de redação da Revista Fórum, Renato Rovai – confirma que as fazendas de cliques atuam muitas vezes “no linear da lei” ao explorar mão de obra. 

“Empresários são verdadeiros arregimentadores de pessoas com trabalho precarizado e que acabam distribuindo conteúdo nas mais variadas plataformas. Essas plataformas têm sistemas algorítmicos de detecção que muitas vezes não conseguem pegar o padrão de humano fazendo cliques ou fazendo respostas que são quase automáticas”, explica Amadeu. 

Segundo o sociólogo, o bolsonarismo utiliza muito do serviço das fazendas de cliques, contando com o apoio de “empresários ideologicamente fascistas” que pagam por esses serviços de distribuição de notícias falsas e ataques a opositores.

Ele também alerta que o bolsonarismo vai continuar apostando nessa estratégia para ganhar as eleições deste ano. “É preciso detectar e denunciar. Dependendo da rede de conteúdos que eles distribuam durante as eleições, pode denunciar para a própria justiça eleitoral”, recomenda. 

Plataformas mostram conteúdos para burlar os sistemas delas próprias

Nas mesmas redes sociais é possível aprender truques e dicas para escapar das punições pelo uso artificial das plataformas. A lição mais importante é que as contas “pareçam orgânicas, com fotos, curtidas e seguidores”.

youtuber Sávio Augusto, por exemplo, dá dicas para quem quer criar suas contas de forma “manual”, sem gastar dinheiro com isso. Ele possui 119 mil inscritos e milhões de visualizações.

Segundo ele, um aspecto valorizado é que a foto de perfil seja de uma pessoa e “que não seja real para não cometer crime”. Sávio argumenta que, então, os perfis criados não são “fakes” (falsos), já que “perfil fake” é quando você copia a imagem de uma pessoa. Outra dica conseguir curtidas rapidamente é postar fotos de animais fofos e usar hashtags.

Depois do perfil pronto, os usuários ainda são orientados a revezar as contas e trocar o endereço de IP do dispositivo regularmente para não chamar a atenção da moderação das redes.

Câmara não vê urgência em projeto para combater fake news

A Câmara dos Deputados rejeitou, em abril, um requerimento que pedia a tramitação do projeto de lei 2630/20, o PL das Fake News, em regime de urgência. A proposta relatada pelo deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP) tem como objetivo criar mecanismos de combate à disseminação de desinformação e notícias falsas, com um robusto marco legal que impacta também na atuação das big techs, como Google e Facebook, que lucram com o ambiente hostil das redes.

“As fake news colocam em risco nossas vidas e a democracia brasileira. Por isso, lutamos pela aprovação deste projeto que estabelece a obrigação de transparência para plataformas digitais; proíbe que órgãos públicos façam publicidade em veículos que divulgam conteúdo de ódio; torna crime a divulgação em massa de fake news; entre outras medidas”, disse. 

“As contas fakes que são operadas por pessoas reais e que recebem remuneração por interação representam um dos efeitos da falta de regulação de plataformas de mídias sociais”, complementou.

Segundo Silva, foram meses de trabalho, com várias reuniões e audiências para coletar contribuições de diversos segmentos da sociedade sobre o tema. O deputado reiterou a importância de aperfeiçoar a legislação brasileira em relação à liberdade, responsabilidade e transparência na internet.

Entre os pontos destacados por Silva está a necessidade da criação de mecanismos de investigação para que as autoridades atuem no combate de grupos organizados e financiados para o cometimento de crimes. “A internet não é terra sem lei e estou convicto da nossa luta para tornar o ambiente digital um espaço mais seguro e saudável”, afirmou.

O deputado disse ainda que o país “precisa que a internet e as redes sociais tenham ampla liberdade de expressão, mas que também sejam barrados grupos criminosos que usam as redes para destruir a democracia, sabotar as eleições, atacar as instituições democráticas e até a saúde pública, como fizeram durante a pandemia”.

Vídeo: Servidor do TCE-PB morre após cair de barra, em João Pessoa

Uma câmera de segurança flagrou o momento em que Euclides Alves de Sá, de 52 anos, chega ao local e inicia as atividades na barra.

Um servidor técnico do Tribunal de Contas do Estado da Paraíba (TCE-PB) morreu nesta quarta-feira (25), após cair de uma barra durante uma atividade física no bairro do Bessa, em João Pessoa. A queda aconteceu no último domingo (22), no Parque Parahyba.

Uma câmera de segurança flagrou o momento em que Euclides Alves de Sá, de 52 anos, chega ao local e inicia as atividades na barra. Euclides perdeu o equilíbrio e ao cair bateu a cabeça no chão. 

O servidor foi socorrido para o Hospital de Trauma de João Pessoa. De acordo com a unidade de saúde ele estava em coma, mas não resistiu aos ferimentos e morreu. 

O TCE informou que o servidor era natural de Natal, no Rio Grande do Norte, e  morava sozinho em João Pessoa porque trabalhava no órgão há mais de 15 anos. 

O velório acontece das 7h às 9h, em João Pessoa e segue para a cidade natal onde será sepultado.

Avança PL que libera mineração por decreto em todo o país; relator é financiado por mineradoras

Proposta prevê que projetos minerários de “Interesse nacional” poderão ser liberados via decreto presidencial

Avança na Câmara dos Deputados o Projeto de Lei (PL) 571/2022, que transfere ao presidente da República o poder de autorizar por decreto a mineração em qualquer área do país, incluindo unidades de conservação, terras indígenas e propriedades particulares. A matéria é considerada inconstitucional por especialistas ouvidas pelo Brasil de Fato

Para ser aprovado, o PL não precisa ser votado por todos os deputados. Basta que ele seja aprovado por quatro comissões da Casa: Constituição e Justiça, Minas e Energia, Meio Ambiente e Direitos Humanos. É a chamada tramitação conclusiva, que envia a matéria diretamente para o Senado em caso de aprovação pelas comissões. Até agora, nenhuma das comissões emitiu parecer sobre o projeto.

Dentro da Comissão de Meio Ambiente, o relator designado em 12 de maio é o deputado Evair Vieira de Melo (PP-ES). Em 2014, última eleição em que foi permitido o financiamento privado, a campanha dele recebeu R$ 50 mil da gigante da siderurgia ArcelorMittal, que também atua no ramo da mineração.

Aliado das mineradoras, Evair foi um dos sub-relatores do novo Código de Mineração, considerado um retrocesso em relação à preservação ambiental e à proteção das populações atingidas pelos empreendimentos. Na relatoria, ele propôs a aprovação automática de projetos minerários que fiquem mais de um ano em análise na Agência Nacional da Mineração (ANM).

Brasil de Fato procurou o deputado Evair Vieira de Melo e perguntou se ele considera haver conflito de interesses, por ter sido financiado por uma empresa que poderá se beneficiar do PL por ele relatado. Até a publicação, não houve resposta e o espaço segue aberto.  

Nesta quarta-feira (25), a mesa diretora da Câmara aceitou o pedido do deputado Túlio Gadêlha (Rede-PE) de submeter o projeto à Comissão de Direitos Humanos, que até então estava fora da tramitação. Na justificativa, Gadêlha afirmou ser preciso levar em conta o interesse das comunidades indígenas afetadas.

A comissão de Meio Ambiente está tomada por ruralistas. O presidente é Covatti Filho (PP-RS). Sua trajetória política está ligada ao agronegócio no Rio Grande do Sul, onde foi secretário da Agricultura. Segundo o De Olho Nos Ruralistas, é autor de um dos textos que inspirou o Projeto de Lei nº 6299/2002, o PL do Veneno.

Outro político financiado pelo agronegócio é o 2º Vice-Presidente da Comissão de Meio Ambiente, Neri Geller (PP-MT). Latifundiário e inimigo autodeclarado do Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST), é relator do PL 337/2022, que pretende excluir o estado do Mato Grosso da Amazônia Legal.

“Interesse nacional”

O PL 571/2022 prevê que projetos minerários de “Interesse nacional” poderão ser liberados via decreto presidencial, caso haja contexto de crise global ou interna que prejudique o abastecimento. 

A autorização seria válida para qualquer território do país, incluindo unidades de conservação protegidas por lei e propriedades particulares. Pelo texto, indígenas teriam direito “à participação na lavra [mineral]”, e proprietários seriam indenizados. 

O autor da matéria é o deputado José Medeiros (PL-MT). Vice-líder do governo de Jair Bolsonaro (PL), o parlamentar é um dos principais defensores da regulamentação do garimpo ilegal e aliado próximo do presidente. 

Ao justificar a proposta, Medeiros escreveu que o conflito na Ucrânia poderá prejudicar o abastecimento de fertilizantes, importados principalmente da Rússia. “Sem o insumo poderemos ir à completa bancarrota, na medida em que o agronegócio, principal sustentáculo da economia, não poderá se desenvolver de forma adequada”, argumentou.

O presidente Jair Bolsonaro (PL) já afirmou que o conflito internacional é uma “boa oportunidade” de abrir as terras indígenas à mineração. E tem como agenda prioritária o PL 191/2020, que permite a instalação de grandes empreendimentos em territórios originários. Praticamente todas as organizações indígenas brasileiras, no entanto, são contrárias a projetos minerários nas áreas protegidas.  

Claramente inconstitucional

Duas advogadas especialistas em direito ambiental afirmaram ao Brasil de Fato que a iniciativa é “claramente inconstitucional”. 

Suely Araújo, especialista sênior em políticas públicas do Observatório do Clima, classificou a proposta como “inconsequente” ao dar “poder ilimitado” ao chefe do Executivo, ferindo princípios como os da legalidade, impessoalidade e moralidade.

“A centralização de poder decisório prevista no projeto de lei é inconstitucional. Vivemos numa democracia, abalada pelas tendências autoritárias do atual governo, mas ainda uma democracia”, apontou.

A advogada Juliana Batista, do Instituto Socioambiental (ISA), diz que um projeto com essas características nem tramitaria no Congresso se o contexto brasileiro fosse de normalidade institucional.

“O PL se insere em uma estratégia mais geral de avanço sobre essas terras protegidas. Um avanço completamente indiscriminado. Porque são as terras onde ainda existe madeira e recursos florestais”, afirmou.

“Para as terras indígenas, há necessidade de lei regulamentadora e autorização do Congresso, empreendimento por empreendimento, mediante decreto legislativo, assegurada a oitiva das comunidades afetadas”, alertou Batista.

As críticas das advogadas ao PL 571/2022 foram publicadas em uma reportagem no final de abril. Na ocasião, o Brasil de Fato procurou o autor do PL, o deputado José Medeiros, para abrir o espaço ao contraditório. Ele nunca respondeu aos questionamentos.

Consultoria de militares que querem poder até 2035 ganhou R$ 170 mil da Codevasf sob Bolsonaro

Instituto Sagres com apoio de diversos órgãos do governo, em dezembro de 2020, em Mossoró (RN) - Divulgação

Instituto Sagres, chefiado por oficiais da reserva, recebeu verba de estatal do governo federal para realizar evento

Instituto Sagres, um dos think tanks (organizações que funcionam como gabinetes estratégicos) que divulgou um Projeto de Nação defendendo a permanência dos militares no poder até 2035, recebeu R$ 170 mil da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), em junho de 2021, estatal sob comando do presidente Jair Bolsonaro (PL) e de aliados do centrão.

A organização, que formalmente é uma empresa chamada Sagres – Política e Gestão Estratégica Aplicadas, recebeu o valor do Executivo em duas ordens de pagamento diferentes, uma de R$ 161,5 mil e outra de R$ 8,5 mil. Vinculada ao Ministério do Desenvolvimento Regional, chefiado pelo ministro Rogério Marinho, a Codevasf enquadrou o gasto como apoio ao “desenvolvimento sustentável local integrado”.

No documento que defende a permanência dos militares no poder, divulgado nesta semana, a Sagres se somou ao Instituto General Villas Bôas (IGVB), presidido pelo mesmo militar que ameaçou o Supremo Tribunal Federal (STF), em 2018 durante julgamento do habeas corpus que daria a liberdade a Lula (PT), e pelo Instituto Federalista. Entre as propostas, estão o fim da obrigatoriedade do Sistema Único de Saúde (SUS) e a cobrança de mensalidades em universidades públicas até 2025.


Um dos documentos de pagamento do Codevasf ao Instituto Sagres tem valor de R$ 161,5 mil; o outro é de R$ 8,5 mil / Reprodução/Portal da Transparência

De acordo com a descrição que consta no Portal da Transparência, a Codevasf repassou a verba ao Instituto Sagres como patrocínio pela realização do Fórum de Desenvolvimento do Semiárido, uma iniciativa em parceria com a Frente Parlamentar Mista em Prol do Semiárido. O evento foi realizado em Mossoró (RN) em dezembro de 2020, com a participação do vice-presidente Hamilton Mourão.

A organização do evento foi delegada ao instituto pelo deputado federal General Girão (PL-SP), coordenador da Frente Parlamentar Mista em Prol do Semiárido, criada em maio de 2019. O Sagres é presidido pelo general-de-divisão Raul José de Abreu Sturari, reformado em 2003. De fevereiro de 2019 a abril de 2021, ele foi secretário parlamentar na Câmara, justamente no gabinete de Girão.


Atual diretoria do Instituto Sagres, segundo o site oficial da organização / Reprodução/Sagres

Sturari é bacharel em Ciências Militares (Infantaria) pela Academia Militar das Agulhas Negras (Aman), em 1976, um ano antes do presidente Jair Bolsonaro (PL). Além dele, um dos principais articuladores do Projeto de Nação pelo Sagres foi o general-de-divisão Luiz Eduardo Rocha Paiva, formado na graduação em Aplicações Militares (Infantaria) na Aman, em 1973, e reformado em 2007.

Paiva foi ex-presidente do grupo Terrorismo Nunca Mais (Ternuma), a ONG do coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, torturador da Ditadura. No governo Bolsonaro, foi nomeado membro da Comissão da Anistia, do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos. Em 2021, foi autor da nota “Aproxima-se o ponto de ruptura”, divulgada pelo Clube Militar após a anulação dos processos de ex-presidente Lula (PT) na Lava Jato.


Paiva é autor do prefácio de um dos livros de Ustra / Moreira Moriz/Agência Senado

No site do Fórum de Desenvolvimento do Semiárido, aparecem outros agências, órgãos públicos e empresa públicas como patrocinadores do evento. Entre eles, a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex Brasil), a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), a Itaipu Binacional. A Codevasf é descrita como “organização” e o Ministério do Desenvolvimento Regional, como “apoio institucional”.

Brasil de Fato questionou a Codevasf sobre o patrocínio ao evento do Instituto Sagres. Até o momento, não houve resposta. O espaço segue aberto para manifestações.


Patrocinadores do Fórum de Desenvolvimento do Semiárido 2020 / Reprodução/Instituto Sagres

Longo histórico de verbas públicas: R$ 720 mil em 8 anos

O patrocínio ao Fórum de Desenvolvimento Semiárido 2020 não é a primeira vez que o Sagres recebeu dinheiro do governo federal. Em 2014, a Amazul – Amazônia Azul Tecnologias de Defesa S.A., empresa pública ligada às Forças Armadas, constituída em 2013 com o objetivo “de absorver atividades do Programa Nuclear da Marinha (PNM)”, pagou R$ 445,3 mil ao instituto.

No mesmo ano, a Embrapa pagou R$ 9,6 mil ao Sagres para atividades de “capacitação de servidores públicos federais em processo de qualificação e requalificação”. Em 2015, ano seguinte, o Banco Central R$ pagou 49,5 mil por serviços de “projetos corporativos voltados ao aprimoramento da governança, da estrutura e da gestão do Banco Central”.

Em 2017, no governo do ex-presidente Michel Temer (MDB), a Secretaria Especial da Receita Federal do Ministério da Fazenda contratou os serviços do Sagres por R$ 6,3 mil para “capacitação e especialização de recursos humanos”.

Em 2019, já no governo Bolsonaro, o Ministério da Agricultura pagou R$ 15,2 mil ao instituto na rubrica orçamentária “ordenamento, monitoramento, controle e fiscalização da atividade pesqueira”. Em 2021, foi a vez da Telebrás, ligada ao Ministério das Comunicações, pagar R$ 15 mil ao Sagres, com o gasto enquadrado em “administração da unidade”.

Leia a relação completa dos pagamentos:

Aposta em importação deixa Petrobras refém de multinacionais: Brasil pode ficar sem diesel

Petroleiros alertam que falta de refinarias pode deixar país sem combustível para caminhões em auge da safra

O coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Deyvid Bacelar, foi ao twitter nesta quarta-feira (25) fazer um alerta: “O Brasil corre o risco de desabastecimento de diesel no início do segundo semestre.”

Segundo Bacelar, o problema decorre da escassez do combustível no mercado internacional e do baixo nível dos estoques mundiais. Pode afetar o Brasil justamente quando caminhoneiros estiverem mobilizados para escoar a safra de grãos rumo a portos, período de maior consumo de diesel.

Bacelar afirmou que tal escassez tem relação com a guerra entre Rússia e Ucrânia. Lembrou, contudo, que o Brasil poderia estar imune a esse efeito do conflito já que é autossuficiente na produção de petróleo, matéria-prima do diesel, e tinha projetadas as refinarias necessárias transformar o óleo em combustível.

Acontece que tudo mudou desde a Lava Jato e o golpe que destituiu a então presidenta Dilma Rousseff (PT), em 2016.

Após o impeachment de Dilma, já durante o mandato do presidente Michel Temer (MDB), a Petrobras decidiu reduzir seus investimentos em refino. Também adotou uma política de preços para aumentar sua lucratividade e abrir espaço para que importadores ampliassem sua participação no mercado nacional de combustível.

Isso, de fato, ocorreu. Em 2021, a Petrobras obteve o maior lucro de sua história: R$ 106 bilhões. Por outro lado, sua participação no mercado brasileiro de diesel também nunca mais foi a mesma, beneficiando as importadoras multinacionais.

Em 2016, a Petrobras abastecia 77% da frota de caminhões do país com seu combustível. Em 2017, o percentual caiu para 67%. Recuperou-a partir de 2017. Em 2021, no entanto, ainda estava em 74% – ou seja, abaixo do nível de seis anos atrás e bem abaixo do que poderia estar caso investimentos não tivessem sido interrompidos.

“A obra da Refinaria Abreu e Lima (Rnest), em Pernambuco, parou pela metade por conta da Lava Jato. Tínhamos refinarias planejadas para o Ceará e Maranhão. O Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) também parou”, listou o economista Cloviomar Cararine Pereira, do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). “Todas elas estariam focadas na produção de diesel.”

“A Lava Jato proibiu a Petrobras de contratar as grandes empresas nacionais para conclusão dessas obras”, complementou Bacelar, da FUP. “Teríamos como atender nossa demanda se isso não tivesse ocorrido.”

Chantagem por preços

Dados da Agência Nacional do Petróleo (ANP) indicam que cerca de 20% do diesel consumido no Brasil hoje é importado. Isso significa que o país está hoje parcialmente vulnerável a crises internacionais de abastecimento, como a causada pela guerra.

Para além disso, significa também que se os importadores pararem de trazer diesel para o Brasil por uma decisão unilateral, o risco de escassez tornaria uma realidade. E as empresas do ramo, que só ganharam relevância por conta de decisões tomadas pelo governo e a Petrobras, sabem disso.

Hoje, inclusive, usam essa dependência para pressionar o próprio governo contra uma mudança na política de preços da Petrobras e redução do diesel, por exemplo. Argumentam que, se o governo desvincular o preço do combustível do dólar, ficaria inviável para elas importar o necessário para suprir a demanda do país. Levando isso em consideração, o governo diz que a Petrobras não pode mudar seus preços.

“É uma baba [jogo de futebol] combinado”, disse Bacelar, em entrevista ao Brasil de Fato. “As importadoras pedem a manutenção dos preços altos para garantir o abastecimento. O governo mantém os preços altos para garantir o lucro dos importadores e dos acionistas da Petrobras.”

Petrobras apoia importadores

No início de maio, quando a diretoria da Petrobras reuniu-se com investidores para apresentar os lucros da empresa durante o primeiro trimestre do ano, o risco de abastecimento do diesel no Brasil foi debatido. Na ocasião, a diretoria da empresa afirmou que o tema era sensível pois os estoques mundiais do produto estavam realmente baixos.

Durante a conferência, o então presidente da empresa José Mauro Coelho – demitido pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) na última segunda-feira após ficar pouco mais de um mês no cargo – afirmou que a Petrobras manteria sua política de preços para garantir o abastecimento do mercado nacional.

Bolsonaro tem reclamado publicamente dos preços, mas ainda não tomou uma atitude concreta para que a Petrobras, que é controlada pelo governo, baixe a gasolina e o diesel.

Nesta quarta-feira (25), o conselho de administração da empresa reuniu-se para, entre outras coisas, discutir a chamada paridade de preços de importação (PPI). Ainda não houve sinalização de que essa política será alterada, apesar dos pedidos de diversos setores da população.

“A política de preços da Petrobras está esmagando a classe média e deixando os pobres cada vez mais pobres”, já disse Wallace Landim, o Chorão, caminhoneiro e presidente da Associação Brasileira de Condutores de Veículos Automotores (Abrava).

Bolsonaro veta inclusão da psiquiatra Nise da Silveira entre heróis da pátria

Defensora de métodos mais humanizados, médica inseriu a arte como forma de tratar transtornos mentais

A médica psiquiátrica Nise da Silva, referência mundial no tratamento manicomial, teve sua inclusão vetada pelo presidente da República no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria. A decisão saiu na edição desta quarta-feira (25) do Diário Oficial da União. Na Mensagem 251, dirigida à presidência do Senado, Jair Bolsonaro alega “contrariedade ao interesse público”.

O Projeto de Lei (PL) 9.262/17, da deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), foi aprovado em abril. O veto partiu de manifestação da Casa Civil, com base na Lei 11.597, de 2007. Segundo a mensagem presidencial, “não é possível avaliar, nos moldes da referida Lei, a envergadura dos feitos da médica Nise Magalhães da Silveira e o impacto destes no desenvolvimento da Nação, a despeito de sua contribuição para a área da terapia ocupacional”.

Desrespeito à ciência

Além disso, o presidente diz que uma homenagem não pode ser “inspirada por ideais dissonantes das projeções do Estado Democrático”. Uma possível “explicação” para o veto está no fato de Nise ter sido filiada ao Partido Comunista.

Vários protestos já circularam em redes sociais. “É um desrespeito absurdo à ciência brasileira!”, reagiu, por exemplo, a Associação Nacional de Pós Graduandos (ANPG). “Ela foi responsável pelo fim do confinamento, lobotomia e eletrochoque em pacientes, humanizando os tratamentos.” “Bolsonaro nunca, sequer, deve ter lido algo sobre o trabalho e a carreira da médica Nise da Silveira”, comentou a deputada Luiza Erundina (Psol-SP). A autora do projeto chamou o presidente de “inimigo da sociedade”. “Nise da Silveira revolucionou a psiquiatria’, afirmou Jandira, que também é médica.

Formada em Medicina pela Universidade Federal da Bahia, Nise nasceu em 1905, em Maceió, e morreu em 1999, no Rio de Janeiro. Em sua atividade, desenvolveu o uso da arte e de animais de estimação como parte de tratamentos. Há 70 anos, ela criou o Museu de Imagens do Inconsciente.