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Governo vendeu R$ 676 mi em imóveis; Guedes estimou R$ 1 tri

Foram vendidos 211 imóveis do Estado desde que Bolsonaro assumiu a cadeira; houve aumento na comparação com Temer e Dilma

Desde que o atual governo, de Jair Bolsonaro (PL), assumiu, em 2019, foram vendidos 211 imóveis da União, que totalizaram R$ 675,9 milhões. Isso dá uma média de R$ 205,4 milhões por ano, excluindo 2022, que ainda está em curso.

É uma alta de 93% na comparação com os ex-presidentes Michel Temer (MDB) e 72% com Dilma Rousseff (PT). E está de acordo com o que Bolsonaro (PL) e seu ministro da Economia, Paulo Guedes, diziam na campanha, ainda que em volume bem menor.

Guedes disse, na época, que pretendia vender R$ 1 trilhão em imóveis da união. O volume vendido é menos de 1 milésimo da estimativa.

Em dezembro de 2020, já com quase 2 anos no cargo, a SPU (Secretaria do Patrimônio da União) e a Secretaria de Desestatização, Desinvestimento e Mercados, que são parte do ministério da Economia, fizeram plano com o objetivo de vender 10% disso: R$ 110 bilhões. O valor real, até o momento, é menos de 1 centésimo do planejado. O responsável pelo plano foi o secretário especial de desestatização, desinvestimento e mercados, Diogo Mac Cord.

O ano em que mais se venderam imóveis, e que mais se arrecadou com esse movimento, foi 2020, quando o plano foi lançado.

Foram vendidos 90 imóveis a R$ 309,3 milhões. Em 2021, foram vendidos 47 a R$ 253 milhões. Os dados foram obtidos via LAI (Lei de Acesso à Informação) na SPU (Secretaria de Patrimônio da União) e atualizados pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo). Desde 2012, o valor acumulado com as vendas é de R$ 1,42 bilhão.

ARTE

O patrimônio total em poder da SPU é de R$ 1,34 trilhão divididos em 723.699 imóveis. Atualmente, o Estado usa 56.191 imóveis, cujo valor representa R$ 1,07 trilhão e, consequentemente, não entram na lista das possíveis vendas. Estão nesse bolo imóveis como o Palácio da Alvorada e o Palácio do Planalto. 

Outros 667.508 imóveis tem outros usos diversos e tem valor estimado em R$ 275,7 bilhões.

Outras gestões

De 2012 a 2015, Dilma vendeu R$ 477 milhões em imóveis da União. Temer vendeu R$ 212,5 milhões em 2017 e 2018. Segundo a SPU, não há dados sobre o número de imóveis vendidos antes de 2016.

Até então, diz a secretaria, esse processo era conduzido pelas superintendências regionais. Os valores arrecadados, porém, foram registrados.

Especialistas em doenças infecciosas cobram OMS sobre varíola dos macacos

Organização está ponderando se o surto deve ser avaliado como uma possível emergência de saúde pública

Alguns importantes especialistas em doenças infecciosas estão cobrando medidas mais rápidas das autoridades sanitárias globais para conter um surto cada vez maior de varíola que se disseminou em pelo menos 20 países.

Eles defendem que governos e a Organização Mundial de Saúde (OMS) não podem repetir os erros iniciais da pandemia de Covid-19 que atrasou a identificação de casos, ajudando o vírus a se espalhar.

Embora a varíola não seja tão transmissível ou perigosa quanto o coronavírus, segundo esses cientistas, há a necessidade de uma orientação mais clara sobre como pessoas infectadas com varíola devem se isolar, conselhos mais explícitos sobre como proteger as pessoas que estão em risco e melhores testes e rastreamento de contatos.

“Se isso se tornar endêmico (em mais países), teremos outra doença complicada e muitas decisões difíceis a tomar”, disse Isabelle Eckerle, professora do Centro de Genebra para Doenças Virais Emergentes, na Suíça.

A OMS está ponderando se o surto deve ser avaliado como uma possível emergência de saúde pública de relevância internacional (PHEIC, na sigla em inglês), disse uma autoridade à Reuters.

A determinação da OMS de que um surto representa uma emergência sanitária global – como a Covid ou a Ebola – ajudaria a acelerar pesquisa e financiamentos para conter a doença.

“Está sempre sob consideração, mas nenhum comitê de emergência ainda (sobre a varíola)”, disse o diretor de programas de emergência sanitária da OMS, Mike Ryan, durante a reunião anual da agência em Genebra.

No entanto, especialistas dizem que é improvável que a OMS chegue a essa conclusão em breve porque a varíola é uma ameaça conhecida, e o mundo tem as ferramentas para enfrentá-la. Discutir se organizará comitês de emergência, o órgão que recomenda a emergência de saúde pública, apenas faz parte da resposta normal da agência, disseram autoridades da OMS.

Eckerle cobrou que a OMS encoraja países a adotar medidas de isolamento mais coordenadas e rígidas, mesmo sem uma declaração de emergência. Ela se preocupa que o discurso de que o vírus é leve, assim como a disponibilidade de vacinas e tratamentos em alguns países, “possa levar a um comportamento preguiçoso das autoridades públicas de saúde”.

O que são as federações partidárias e qual a diferença entre elas e as coligações

Novo formato de união entre partidos exige que as siglas permaneçam juntas após as eleições

As federações partidárias são uma nova forma de os partidos se juntarem para disputar as eleições e atuarem de forma unificada pelos quatro anos seguintes. Elas foram criadas em setembro de 2021, em uma reforma eleitoral aprovada pelo Congresso Nacional, e acabaram referendadas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para as eleições de 2022.

Até agora, três registros de federações já foram aprovados pelo TSE: PT-PCdoB-PV, Rede-PSOL e PSDB-Cidadania.

CNN ouviu Ricardo Vita Porto, presidente da Comissão de Direito Eleitoral da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) de São Paulo, e Fernando Alencastro, secretário judiciário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), para explicar como as federações funcionam, e qual a diferença delas para as coligações partidárias.

O que são as federações partidárias?

A federação partidária permite que dois ou mais partidos atuem de forma unificada durante as eleições e na legislatura consequente, devendo permanecer com essa união por no mínimo quatro anos. A entidade deve agir, no Parlamento, como uma única bancada, sem que os partidos tenham a obrigação de se fundir.

As federações são válidas tanto para eleição majoritária (presidente da República, governador, senador e prefeito) quanto para a proporcional (deputado federal, deputado estadual e distrital e vereador).

Para serem registradas pela Justiça Eleitoral, as legendas devem antes constituir uma associação que deve ser registrada em cartório de registro civil de pessoas jurídicas, com aprovação absoluta de seus órgãos regulatórios.

O limite para registro das federações é 31 de maio. A participação da federação nas eleições só será possível caso seu registro seja deferido até o prazo final. Em seguida, a união das siglas será celebrada por prazo indeterminado, com cada uma conservando seu nome, número, filiados e o acesso ao fundo partidário ou fundo eleitoral.

O que é a coligação partidária?

A coligação é uma reunião temporária de partidos políticos para disputar uma eleição. As coligações têm natureza eleitoral e se extinguem após as eleições. Durante o pleito, elas funcionam como se fossem um só partido.

Desde 2017, as coligações para eleições proporcionais foram extintas, mas elas ainda são permitidas para os cargos majoritários. A união proporciona mais recursos para a realização de campanhas eleitorais, como mais tempo de televisão e a possibilidade de receber verbas de todos os partidos coligados.

Qual a diferença entre coligação e federação partidária?

Enquanto as coligações são válidas apenas no período eleitoral, na federação os partidos são obrigados a se unir durante quatro anos e atuar como se fossem uma bancada única.

Para Ricardo Vita Porto, isso evita que nas eleições proporcionais o voto do eleitor vá para um partido que tenha ideologias muito diferentes. “Partidos se coligavam porque não tinham uma chapa muito forte e, de alguma forma, se aproveitavam dos votos dirigidos aos candidatos de outros partidos políticos. Então, como forma de amenizar esse movimento, foi criada a federação”, explica Vita Porto

Mas também existem semelhanças entre as duas constituições. A distribuição dos votos entre os candidatos das federações ocorre de maneira semelhante ao que ocorria nas coligações, como explica Fernando Alencastro, do TSE.

“As federações fazem com que as votações dos partidos sejam somadas. Se os partidos A, B e C formam uma federação, suas votações se somam para atingir X cadeiras no Legislativo, que serão distribuídas entre os candidatos mais votados. Se os três mais votados, por exemplo, forem do mesmo partido, eles ficam com as vagas. Elas não precisam ser distribuídas entre os que formam a federação”, diz ele.

O que acontece se um partido deixar a federação?

Se um partido deixar a federação partidária, ele não poderá ingressar em outra, e também não poderá fazer coligação nas duas eleições seguintes. Além disso, a sigla ficará proibida de utilizar o fundo partidário até a data prevista para o fim da federação.

A exceção à regra ocorre em caso de fusão ou incorporação dentro da própria federação. Na fusão, as duas legendas se tornam uma terceira. Na incorporação, um partido agrega outro(s) menor(es) sem mudar de nome.

O que acontece se um parlamentar deixar a federação?

Um parlamentar eleito só pode sair do partido e da federação por justa causa, cujos casos estão previstos na lei eleitoral. Caso contrário, o representante estará sujeito a penalidades.

Um parlamentar pode ser expulso da federação?

Existem alguns motivos pelos quais um político pode ser expulso da sua federação. Por exemplo, se ele não seguir as diretrizes determinadas no estatuto de seu partido ou não seguir orientação partidária, como votar de acordo com a bancada em algum projeto. Apesar da possibilidade de ser expulso da federação e do partido, isso não implica perda de mandato.

Prestação de contas da federação

Os partidos, apesar de federados, continuam a receber separadamente o fundo partidário.

Na campanha eleitoral poderá haver repasses do fundo partidário e do fundo eleitoral entre os partidos federados. Os gastos de cada partido em prol da federação serão verificados na prestação de contas.

Debate

A CNN realizará o primeiro debate presidencial de 2022. O confronto entre os candidatos será transmitido ao vivo em 6 de agosto, pela TV e por nossas plataformas digitais.

Chuvas deixam 44 mortos e 56 desaparecidos em PE; governo federal promete recursos

Em pronunciamento, ministro do Desenvolvimento Regional, Daniel Ferreira, detalhou trâmites para liberação de verba federal para assistência humanitária, restabelecimento de serviços essenciais e reconstrução de infraestruturas

As chuvas que atingem o estado de Pernambuco já deixaram ao menos 44 mortos e 56 desaparecidos. O governo federal prometeu começar a liberar recursos assim que forem reconhecidos os decretos de emergência do estado e municípios.

Em coletiva de imprensa realizada neste domingo (29), o ministro do Desenvolvimento Regional, Daniel Ferreira, disse que a situação mais atualizada pelas autoridades indicam 44 mortes, 56 desaparecidos, 25 feridos, 3957 desabrigados e 533 desalojados em Pernambuco.

“Ainda ontem telefonei para o governador do estado e o prefeito de Recife, e coloquei de imediato as equipes do governo federal à disposição. Uma equipe da Defesa Civil nacional permanecerá em Pernambuco enquanto a situação perdurar”, disse.

Pouco antes do pronunciamento, Ferreira sobrevoou as áreas atingidas pela chuva no Grande Recife com os ministros Ronaldo Bento, da Cidadania, Marcelo Queiroga, da Saúde, Carlos Brito, do Turismo e Gilson Machado, ex-ministro do Turismo.

O ministro explicou os trâmites para a liberação de recursos federais para auxiliar as autoridades no enfrentamento da situação.

Ferreira disse que a primeira etapa requer o reconhecimento federal dos decretos de emergência emitidos pelos entes públicos locais, tanto o governo do estado quanto as prefeituras.

Quando o reconhecimento federal da situação for publicado no Diário Oficial da União, o governo federal libera recursos para a primeira de três etapas, a de “socorro e assistência humanitária”.

“São recursos para kits de higiene, limpeza, colchões, cestas básicas, combustível e alimentação para equipes de resgate”, disse Ferreira.

“Vencida essa parte, os municípios vão elaborar planos de trabalho para fazer a liberação [de recursos] para restabelecimento de serviços essenciais. Isso inclui limpeza urbana, desobstrução de vias, restabelecimento de energia e abastecimento de água”, acrescentou.

A última etapa de possível auxílio federal ocorrerá quando a situação das chuvas se normalizar. “Passada a situação das chuvas, e a partir do reconhecimento federal, os municípios e estados têm até 90 dias para solicitar ao Ministério do Desenvolvimento Regional os recursos para reconstrução de infraestruturas públicas e casas, que eventualmente foram destruídas pelo desastre”, explicou o ministro.

“O momento agora é de trabalho. A equipe técnica vai ficar aqui e vai auxiliar as autoridades locais para enfrentar a situação”, concluiu Ferreira.

Bolsonaro vai a Pernambuco nesta segunda (30)

O presidente Jair Bolsonaro (PL) publicou no Twitter, neste domingo (29), que vai se deslocar para Recife na manhã desta segunda-feira (30) para “melhor se inteirar da tragédia”.

“O nosso governo disponibilizou, desde o primeiro momento, todos os seus meios para socorrer aos atingidos, aí incluído as Forças Armadas”, escreveu Bolsonaro.

Cancelado show de Gusttavo Lima com cachê de R$ 1,2 milhão em cidade de 18 mil habitantes

Prefeito de Conceição do Mato Dentro lamentou nas redes e disse que a festa “foi envolvida em uma guerra político-partidária”; veja vídeo aqui

O show do cantor Gusttavo Lima, que custaria aos cofres da cidade o valor de R$ 1,2 milhão, foi cancelado pela Prefeitura de Conceição do Mato Dentro, na Região Central de Minas Gerais. Ele iria se apresentar na cidade no dia 20 de junho, durante a 30ª Cavalgada do Jubileu do Senhor Bom Jesus Do Matozinhos.

O cachê de R$ 1,2 milhão foi motivo de polêmica nesta semana após ser revelado que o dinheiro partia de uma verba destinada a saúde e educação, obtida a partir da Compensação Financeira pela Exploração Mineral, a CFEM.

O prefeito Zé Fernando (MDB) gravou um vídeo em que tenta se justificar por pagar o cachê milionário ao cantor bolsonarista. Na gravação, que foi postada nas redes sociais, ele afirma que a festa “foi envolvida em uma guerra político-partidária, que nada tem a ver com a cidade”. Veja abaixo:

O evento, que está previsto para os dias 17 a 23 do próximo mês, contava com o show da dupla Bruno e Marrone, que custaria R$ 520 mil, que também foi cancelado.

Outras despesas

O contrato de Gusttavo Lima ainda previa que a prefeitura pagasse a hospedagem de 40 pessoas da equipe do cantor “no melhor hotel da região” e se responsabilizasse com os gastos diários de alimentação, fixados em R$ 4 mil. Além disso, o executivo deveria fornecer o transporte do local para o artista, músicos, técnicos e produção.

O documento, assinado com a empresa do cantor, Balada Eventos e Produções, estabelece que o pagamento seja efetuado em duas parcelas – uma no ato da assinatura do contrato, datado de 11 de abril de 2022, e outra até o dia 15 de junho de 2022. No total, os contratos disponíveis no portal da prefeitura ultrapassam a cifra de R$ 2,3 milhões.

Zé Neto

Ao fazer críticas à colega Anitta, dizendo em uma apresentação ao vivo que não precisava nem fazer “tatuagem no toba” e nem usar a Lei Rouanet, o cantor Zé Neto, da dupla com Cristiano, abriu uma crise sem precedentes no mercado de shows e acabou virando alvo de críticas de seus colegas de gênero.

De acordo com a coluna do Fefito no Splash, sertanejos não têm poupado críticas a Zé Neto em grupos de WhatsApp, pois suas declarações abriram uma “caixa de Pandora”. Desde suas críticas à Lei Rouanet, tem sido revelados vários cachês milionários realizados em cidades pequenas pelo Brasil que foram sido pagos com dinheiro público e muitas vezes sem licitação.

‘Faleceu minha irmã, meu cunhado… faleceram 11 pessoas da minha família’, diz morador do Grande Recife

“Foi difícil”, contou Luiz Estevão de Aguiar, que perdeu os parentes em Jardim Monte Verde, área limítrofe entre o Recife e Jaboatão dos Guararapes, na Região Metropolitana. Ainda há desaparecidos na região, onde 20 pessoas morreram.

Bombeiros, Exército e moradores buscam, neste domingo (29), por pessoas desaparecidas nos deslizamentos de barreiras que ocorreram no sábado, devido às fortes chuvas que atingem o Grande Recife.

Autoridades já confirmaram pelo menos 30 mortes na região, entre elas 11 são parentes de Luiz Estevão Aguiar, conta ele.

“Faleceu minha irmã, meu cunhado, faleceram 11 pessoas da minha família, foi difícil. Difícil mesmo. Não esperava isso”, disse, em entrevista.

De acordo com ele, que é morador de Camaragibe, os parentes foram vítimas do deslizamento em Jardim Monte Verde, área limítrofe entre o Recife e Jaboatão dos Guararapes, na Região Metropolitana. Nesse local, ao menos 20 pessoas morreram soterradas. Ainda há pessoas desaparecidas em meio aos escombros.

O Corpo de Bombeiros disse que atende a ocorrências em 14 localidades. Um desses locais é a Rua Padre Roma, em Jaboatão, onde há cinco pessoas desaparecidas. Outro ponto é a Rua Paraná, em Santo Aleito, no mesmo município.

Houve deslizamentos ainda na Estrada dos Macacos, na Guabiraba, Zona Oeste do Recife. Nesse local, há uma pessoa desaparecida, segundo o Corpo de Bombeiros.

A Defesa Civil de Pernambuco (Codecipe) não divulgou estimativa do número de desaparecidos.

Ucrânia divulga vídeo de “drone kamikaze” atingindo tanque russo

Imagens compartilhadas pelas Forças de Operações Especiais ucranianas mostram uso de veículo aéreo não tripulado em combate

Os militares ucranianos divulgaram nesta semana um vídeo que mostra o uso de um “drone kamikaze” em ação no conflito com a Rússia.

Na filmagem, compartilhada pelas Forças de Operações Especiais da Ucrânia, o veículo aéreo não tripulado (VANT) vai em direção a um tanque russo, atingindo o blindado e os soldados sentados em cima deste.

O apelido de “kamikaze” vem desta ação de autodestruição realizada pelo drone contra um alvo, e faz referência aos pilotos de aviões japoneses carregados de explosivos cuja missão era realizar ataques suicidas contra navios dos Aliados nas etapas finais da Segunda Guerra Mundial.

“O drone kamikaze moderno equipado com poderosos explosivos voa diretamente em direção ao tanque, causando perdas irreparáveis ao adversário”, escreveram os militares ucranianos.

A ação é filmada pela câmera do próprio VANT, controlado à distância pelas forças da Ucrânia. Segundo os ucranianos, o modelo do vídeo foi doado por aliados internacionais. “É um bom exemplo de resultados positivos através da ajuda de parceiros estrangeiros”, afirmaram.

Petrobras vende refinaria Lubnor, no Ceará, por 55% do valor

Venda é contestada pela FUP: “Significa a entrega de mais um ativo da área de refino da estatal à iniciativa privada em meio à conjuntura de escalada dos preços dos combustíveis”

O preço negociado pela Petrobras pela venda da Refinaria Lubrificantes e Derivados do Nordeste (Lubnor) à Grepar Participações representa 55% do valor em comparação com os cálculos estimados em estudo realizado pelo Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep).

A venda da refinaria localizada no Ceará e das suas estruturas portuárias está avaliada com um valor mínimo, pelas projeções cambiais mais elevadas de 2022, em US$ 62 milhões, quando o valor negociado pela estatal com o potencial comprador foi de US$ 34 milhões.

Em nota, a Federação Única dos Petroleiros (FUP) afirmou que vai contestar judicialmente a decisão, anunciada na quarta-feira (25/5), pela gestão da Petrobras. “Isso significa a entrega de mais um ativo da área de refino da estatal à iniciativa privada em meio à conjuntura de escalada dos preços dos combustíveis, da inflação e de ameaça de desabastecimento interno de derivados de petróleo.”

Para realizar o valor da venda, o Ineep utilizou o método do Fluxo de Caixa Descontado (FCD), que se baseia no valor presente dos fluxos de caixa, projetando-os para o futuro. Do resultado, são descontadas: taxa que reflete o risco do negócio, despesas de capital (investimento em capital fixo) e necessidades adicionais de giro.

O estudo se baseia em dois cenários-base, considerando um piso cambial de US$ 5,08 e um pico de US$ 5,70. Essa faixa foi adotada em função da alta volatilidade cambial. A partir desses dois cenários, e baseando-se nesse piso e pico cambial, o estudo conclui que a refinaria pode valer de US$ 62 milhões a US$ 70 milhões.

“Rateio”

Apesar da venda, a Petrobras não apresenta valores “isolados” de cada refinaria, para estimar as receitas e despesas da Lubnor, o Ineep fez um “rateio” dos dados disponibilizados pela empresa. Esse valor pode variar, dependendo das despesas efetivas da refinaria. Deve-se considerar que as receitas podem variar em função das premissas adotadas para determinar o preço de petróleo utilizado no cálculo da geração de caixa futuro — considerando variações, o Ineep não observou nenhum cenário em que o preço do ativo estivesse no valor vendido pela Petrobras.

Em relação às receitas da Lubnor, foram levadas em conta a produção dos derivados da refinaria, a capacidade de produção, entre outras informações. Para definir a premissa de nível de produção e preço da carga fresca processada da refinaria, foram utilizadas na projeção futura as informações trimestrais da Petrobras desde 2019.

FUP

A Federação Única dos Petroleiros (FUP) afirmou tamb[em, em nota, que sua assessoria jurídica está monitorando, junto do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep), os critérios adotados pela direção da estatal para a definição do preço de venda da Lubnor.

“Mais uma iniciativa da gestão da Petrobras de venda de ativos, a preço aviltado, sem debate com a sociedade brasileira. Um desmonte de patrimônio público anunciado em meio a mais uma troca no comando da companhia em apenas 40 dias. Uma decisão equivocada, com possíveis efeitos perversos para a economia e o emprego nordestinos”, criticou o coordenador-geral da FUP, Deyvid Bacelar.

metade das famílias não pagou alguma conta em abril

Os que conseguiram manter os boletos em dia foram 43%; inadimplência ficou estável desde o estudo realizado em janeiro

Metade das famílias brasileiras (50%) deixou de pagar alguma conta no último mês, mostra pesquisa PoderData realizada de 22 a 24 de maio de 2022. Os que conseguiram manter os boletos em dia são 43%, enquanto 7% não souberam responder.

Os números registrados nesta rodada são os mesmos aferidos em janeiro. A margem de erro do estudo é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos.

Em abril, o Brasil registrou a inflação mais alta para o mês desde 1996, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O índice chegou a 1,06%, puxado pela alta nos preços dos alimentos, transportes e combustíveis. Já no acumulado de 12 meses, o indicador acelerou 12,13%, no maior patamar desde 2003.

A pesquisa foi realizada pelo PoderData, empresa do grupo Poder360 Jornalismo, com recursos próprios. Os dados foram coletados de 22 a 24 de maio de 2022, por meio de ligações para celulares e telefones fixos. Foram 3.000 entrevistas em 301 municípios nas 27 unidades da Federação. A margem de erro é de 2 pontos percentuais. O intervalo de confiança é de 95%. O registro no TSE é BR-05638/2022.

Para chegar a 3.000 entrevistas que preencham proporcionalmente (conforme aparecem na sociedade) os grupos por sexo, idade, renda, escolaridade e localização geográfica, o PoderData faz dezenas de milhares de telefonemas. Muitas vezes, são mais de 100 mil ligações até que sejam encontrados os entrevistados que representem de forma fiel o conjunto da população. Saiba mais sobre a metodologia lendo este texto.

Estratificação

Os que moram no Norte (58%) e no Nordeste (55%) e os mais pobres, que ganham até 2 salários mínimos (60%), são os mais inadimplentes.

Segundo o Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), a inflação da população que tem renda “muito baixa” chegou a 12,7% no acumulado de 12 meses até abril.

Inadimplência X aprovação do governo

Entre os brasileiros que aprovam a gestão de Jair Bolsonaro (PL), 56% dizem que não deixaram de pagar contas no mês passado. Em contrapartida, 59% dos que desaprovam o atual governo dizem estar inadimplentes.

METODOLOGIA

A pesquisa PoderData foi realizada de 22 a 24 de maio de 2022. Foram entrevistadas 3.000 pessoas com 16 anos de idade ou mais em 301 municípios nas 27 unidades da Federação. Foi aplicada uma ponderação paramétrica para compensar desproporcionalidades nas variáveis de sexo, idade, grau de instrução, região e renda. A margem de erro é de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos. As entrevistas foram realizadas por telefone (para linhas fixas e de celulares), por meio do sistema URA (Unidade de Resposta Audível), em que o entrevistado ouve perguntas gravadas e responde por meio do teclado do aparelho. O intervalo de confiança do estudo é de 95%.

Para facilitar a leitura, os resultados da pesquisa foram arredondados. Devido a esse processo é possível que o somatório de algum dos resultados para algumas questões seja diferente de 100. Diferenças entre as frequências totais e os percentuais em tabelas de cruzamento de variáveis podem acontecer devido a ocorrências de não resposta. Este estudo foi realizado com recursos próprios do PoderData, empresa de pesquisas que faz parte do grupo de mídia Poder360 Jornalismo. A pesquisa está registrada no TSE sob o número BR-05638/2022.

AGREGADOR DE PESQUISAS

O Poder360 mantém acervo com milhares de levantamentos com metodologias conhecidas e sobre os quais foi possível verificar a origem das informações. Há estudos realizados desde as eleições municipais de 2000. Trata-se do maior e mais longevo levantamento de pesquisas eleitorais disponível na internet brasileira.

O banco de dados é interativo e permite acompanhar a evolução de cada candidato. Acesse clicando aqui.

As informações de pesquisa começaram a ser compiladas pelo jornalista Fernando Rodrigues, diretor de Redação do Poder360, em seu site, no ano 2000. Para acessar a página antiga com os levantamentos, clique aqui.

Reajustes salariais de 2022 ficam abaixo da inflação, diz Dieese

Dados coletados até abril mostram que 40,8% dos reajustes ficaram abaixo do índice inflacionário total do ano

Segundo pesquisa do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), 40,8% dos reajustes salariais de 2022 ficaram abaixo do índice inflacionário total do ano. Os que ficaram acima da inflação representam 27,6%. Os outros 31,6% tiveram reajuste equivalente ao INPC-IBGE (Índice Nacional de Preços ao Consumidor do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

O total de reajustes abaixo da inflação no mês de abril ficou em 46%. Outros 46% tiveram aumento salarial proporcional ao INPC, e 8% tiveram reajuste superior ao índice. Foram abordados 163 casos.

Já a variação média real (descontando a inflação) foi de -0,76%, resultado abaixo do registrado em março, mas ligeiramente superior do contabilizado em fevereiro. Todas as últimas 15 datas-base (analisadas de fevereiro de 2021 a abril de 2022) apresentaram variação real negativa.

“As médias negativas refletem o peso dos resultados abaixo do INPC-IBGE, que superam em grandeza os ganhos dos reajustes acima do índice inflacionário. Os reajustes abaixo do INPC-IBGE de abril foram, em média, equivalentes a apenas 83% do valor necessário para a recomposição plena dos salários”, disse o Dieese. O departamento também afirma que os números podem sofrer alterações conforme as negociações para essas datas-base sejam concluídas.

O comércio teve 67% dos reajustes iguais ou acima da inflação entre as negociações analisadas de janeiro a abril. O setor industrial vem em seguida com 64% dos casos. Por outro lado, em relação aos aumentos reais, a indústria está à frente do comércio: 29,4% e 17,1%, respectivamente.

A região Sul do Brasil apresentou o maior percentual de reajustes iguais ou acima da inflação —77% dos casos analisados. Já o Sudeste se destacou com 38,7% de ganhos acima do índice inflacionário, o maior percentual entre as regiões.

Por sua vez, o Centro-Oeste teve os piores resultados: 63,7% ficaram abaixo do INPC, 21% acompanharam a variação do índice e 15% ficaram acima dele.

O valor médio dos pisos salariais registrados até abril é R$ 1.414,77, com o comércio tendo o maior (R$ 1481,54) e a indústria, o menor (R$ 1.380,19). Por região, o Sul tem o maior piso salarial médio (R$ 1.536,67), seguido por Sudeste (R$ 1.420), Norte (R$ 1.368,09), Centro-Oeste (R$ 1.362,89) e Nordeste (R$ 1.330,10).

De acordo com o boletim, devido ao INPC de 1,04% em abril, o reajuste necessário para as negociações com data-base em maio indicou 12,47%. Ainda segundo o Dieese, é o maior valor desde fevereiro de 2021.

O boletim do Dieese foi elaborado com dados do Ministério do Trabalho e Previdência Mediador até 13 de maio.

Acatar resultado da eleição é “inegociável”, diz Fachin

Declaração foi feita em Pernambuco, durante evento sobre participação feminina na política

O ministro Edson Fachin, presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), disse nesta 6ª feira (27.mai.2022) que acatar o resultado das eleições é “inegociável”. Declaração foi feita em Pernambuco, durante o evento “1º Encontro do ciclo de estudos mulheres e política”, sobre a participação feminina na política.

“O Brasil tem eleições limpas, seguras e auditáveis. O acatamento do resultado do exercício da soberania popular é expressão inegociável da democracia pelo respeito ao sufrágio universal e ao voto secreto”, afirmou.

Fachin não citou o presidente Jair Bolsonaro (PL), que fez diversas declarações questionando a segurança das eleições. O chefe do Executivo também já sugeriu que não aceitaria o resultado das eleições, se derrotado.

“A defesa da democracia propõe serenidade, segurança e ordem para desarmar os espíritos. Prega o diálogo, a tolerância e a obediência à legalidade constitucional. E por isso, enfrenta a desinformação com dados e com informação correta. A justiça eleitoral conclama para a paz”, prosseguiu Fachin.

Participação feminina

No evento, o ministro disse que as mulheres continuam sub-representadas no Legislativo. De acordo com dados do TSE, Fachin disse que, em 2020, elas foram 15,80% das eleitas no país, embora a maioria do eleitorado.

“Não demanda cálculos acurados ou complexos a percepção sobre o quão discrepante é a relação entre  a população feminina e a representatividade. Também não demanda maiores digressões a identificação de sedimentada realidade de desigualdade entre gêneros que nos impõe repisados e verticalizados estudos e debates”, afirmou.

O evento foi promovido pelo TRE (Tribunal Regional Eleitoral) de Pernambuco. Teve o apoio da Escola Jurídica Eleitoral, da Escola Jurídica de Pernambuco e da Escola Superior do Ministério Público de Pernambuco.

Graça a Silveira foi “exemplo ao STF”, afirma Bolsonaro

Presidente diz que Poderes não devem ser temidos e diz que pode descumprir eventual aprovação do marco temporal

O presidente Jair Bolsonaro (PL) disse nesta 6ª feira (27.mai.2022) que o perdão de pena concedido ao deputado Daniel Silveira (PTB-RJ) foi um exemplo dado ao Supremo Tribunal Federal. Deu a declaração em discurso a pastores evangélicos durante convenção das assembleias de Deus do Ministério de Madureira, em Goiânia (GO).

“Não pude ver um cidadão ser condenado a 9 anos de cadeia em regime fechado, ter o mandato cassado, tornar-se inelegível, ser multado por ter se expressado. Não interessa o que ele falou. Exerci meu poder, dentro das 4 linhas, até para dar exemplo ao STF, assinando a graça”, disse o chefe do Executivo.

Bolsonaro disse ainda que não se deve “temer” os outros Poderes da República. “Nós devemos respeitar os outros poderes, nunca temer. Dessa forma, governamos com a força de Deus, para poder mostrar ao Brasil aonde poderemos ir”.

Sem citar, nomes, criticou aqueles que chamou de “supremáveis” e enalteceu as redes sociais.

“Acredito que, com a liberdade que temos, em especial das mídias sociais, que tanto incomodam alguns supremáveis, conseguimos nossa liberdade. Não somos imbecis que passamos a ter voz. Somos cidadãos que conseguimos, com informação, olhar os imbecis que sempre comandaram o Brasil”. Bolsonaro foi aplaudido pela plateia depois dessa frase.

O ministro Alexandre de Moraes é relator do inquérito das fake news, criticado diversas vezes pelo chefe do Executivo.

O presidente discursou por 35 minutos. Disse contar com o apoio dos cristãos e da bancada evangélica. Criticou governos anteriores. Segundo ele, a gestão petista ameaçava a família tradicional, e o mal “tomava conta” do país.

Bolsonaro disse ainda que não levava política para os púlpitos da igreja, mas defendeu a entrada do que chamou de “política sadia” nos ambientes religiosos.

“A política não entra aqui. Aqui entra, no meu entender, logicamente, se assim entender o nosso marechal aqui, a política sadia, verdadeira, não obviamente no púlpito, mas em reuniões e salas e até em momentos como esses”, disse.

MARCO TEMPORAL

No discurso, Bolsonaro voltou a dizer que pode não cumprir a implantação do novo marco temporal se o Supremo Tribunal federal julgar válida a tese. O STF deve continuar o julgamento da demarcação de novas terras indígenas na próxima semana.

“Não é ameaça, é uma realidade. Só me sobram duas alternativas: pegar as chaves da presidência, me dirigir ao presidente do STF e dizer para ele administrar o Brasil. Ou a outra alternativa: não vou cumprir”. De novo, a plateia aplaudiu o presidente.

A tese do marco temporal estabelece que as populações indígenas só podem reivindicar terras que ocupavam na data da promulgação da Constituição, em 5 de outubro de 1988. Agora, passou-se a discutir a validade do oposto: se os indígenas também poderiam ou não reivindicar terras não ocupadas na data da promulgação.

ENCONTRO COM BIDEN

Outro assunto abordado por Bolsonaro no discurso direcionado a líderes evangélicos foi o encontro previsto com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, na Cúpula das Américas, em junho.

O chefe do Executivo reafirmou que terá um encontro bilateral com o par norte-americano. Lembrou que, no G20 – reunião das 20 maiores potências do mundo – recusou-se a apresentar comprovante de vacinação e declarou que seguirá a mesma conduta.

“Não iria jamais lá para ser moldura de uma fotografia. Tenho uma audiência bilateral de pelo menos 30 minutos com ele. Tive 3 horas com o Putin. A resposta foi sim [à cúpula]. Então iremos falar a posição do Brasil, falar o que tínhamos tratado com o presidente Donald Trump enquanto ele era presidente, para continuarmos essa política”, disse. “Não podemos continuar dessa maneira”, completou.

Entenda por que os Estados Unidos são o país com mais tiroteios em massa

Com 5% da população mundial, EUA estão envolvidos em 31% das ocorrências desse tipo registradas mundialmente, diz pesquisa

Em 2022, até agora, a sociedade americana lamentou dois grandes massacres: o de Buffalo, no qual um jovem de 18 anos assassinou 18 pessoas, e o de Uvalde, no Texas, em que outro rapaz, também de 18 anos, assassinou 19 estudantes e dois adultos em uma escola.

Em 31 de maio de 2019, 11 pessoas foram mortas em um ataque em Virginia Beach. Em 7 de novembro de 2018, doze pessoas foram mortas em um tiroteio em um bar em Thousand Oaks, Califórnia. Em novembro de 2017, 25 pessoas e um feto foram mortos em uma igreja em Sutherland Springs, no Texas. Um mês antes, um homem disparou em um hotel de Las Vegas contra os espectadores de um show, matando 58 pessoas. Em junho de 2016, Omar Seddique Mateen abriu fogo em um bar LGBTQIA+ na cidade de Orlando, deixando 50 vítimas fatais.

Esses episódios se juntam a uma longa lista de ataques em que um invasor tirou a vida de várias pessoas na mesma ocasião.

Quando se trata de assassinatos em massa, os Estados Unidos têm números alarmantes, pois mais ataques foram registrados por lá do que em qualquer outro país do mundo, segundo um estudo.

Entre 1966 e 2012, houve 90 tiroteios em massa nos Estados Unidos. Segundo o estudo, entram nessa estatística os episódios em que quatro ou mais vítimas morrem e não inclui brigas entre gangues ou assassinatos envolvendo vários membros de uma mesma família.

Os 90 tiroteios em massa nos Estados Unidos representam um terço dos 292 ataques registrados no mundo. Com 5% da população mundial, os EUA estão envolvidos em 31% dos acontecimentos dessa natureza.

“As pessoas ficaram chocadas com essas estatísticas”, diz Adam Lankford, professor associado de Justiça Criminal da Universidade do Alabama, que fez a análise. Lankford apresentou seu trabalho na conferência anual da American Psychological Association no ano passado e diz que esta é a primeira pesquisa desse tipo comparando números globais.

Os tiroteios nos EUA são diferentes?

Lankford revisou os registros de ocorrências em massa encontrou alguns fatores comuns em episódios nos Estados Unidos que os diferenciam do resto do mundo.

Nos EUA, as pessoas têm uma alta probabilidade de morrer em tiroteios em massa se estiverem no trabalho ou na escola. Em outros países, esses casos geralmente ocorrem perto de instalações militares.

Em mais da metade dos casos nos Estados Unidos, o agressor possui mais de uma arma de fogo. Em outros países, o assassino normalmente tem apenas uma arma.

Nos Estados Unidos há uma média de 6,87 vítimas por episódio, enquanto nos outros 171 países que Lankford estudou, a média é de 8,8 vítimas por ataque.

O fenômeno da imitação

O que está por trás desses assassinatos em massa nos Estados Unidos?

Muitos dos agressores nos Estados Unidos possuíam distúrbios psicológicos, de acordo com o relatório. Mas outros estudos estimam que o número de casos de distúrbios psicológicos não aumentou significativamente, enquanto o número de tiroteios em massa disparou.

Esses ataques triplicaram entre 2011 e 2014, de acordo com uma análise da Harvard School of Public Health e da Northeastern University. A pesquisa de Harvard mostra que os ataques públicos nesse período ocorreram em média a cada 64 dias. Nos 29 anos anteriores, eles aconteceram a cada 200 dias ou mais.

Em contraste, a taxa geral de homicídios e violência armada nos Estados Unidos caiu significativamente nas últimas duas décadas.

Alguns pesquisadores acreditam que esses massacres podem ser “contagiosos”: uma morte ou um ataque aumenta as chances de outros ocorrerem em duas semanas. É uma “infecção” que dura cerca de 13 dias, como encontrado em outros estudos.

Esse fenômeno de imitação é mais pronunciado nos EUA porque as armas estão mais prontamente disponíveis para as pessoas do que em qualquer outro país. “O acesso a armas de fogo é um importante preditor desses incidentes”, diz Lankford.

Os EUA têm mais armas do que qualquer outro país. Existem cerca de 270 milhões a 310 milhões de armas circulando no país. Com a população americana de 319 milhões, isso significa que quase todo americano tem uma arma.

Pouco mais de um terço dos americanos dizem que alguém em sua casa tem uma arma, de acordo com o Pew Research Center. O país com o maior número de armas depois dos Estados Unidos é a Índia, com 46 milhões de unidades em uma população de mais de 1,2 bilhão. A Índia nem aparece no top 5 dos países com mais tiroteios em massa. Os números mostram que leis mais restritivas fazem a diferença. Lankford aponta a Austrália como exemplo. O país teve quatro tiroteios em massa entre 1987 e 996. Depois disso, a opinião pública se voltou contra a permissão para as pessoas terem armas e o Parlamento aprovou leis mais rígidas. A Austrália não teve um tiroteio desde então.

O desejo de fama é um fator?

“É mais difícil quantificar, mas fiquei chocado com pesquisas que mostram que ganhar fama é um dos objetivos mais importantes desta geração”, disse Lankford. “Parece que mais e mais americanos estão buscando a fama e não há dúvida de que existe uma associação entre a cobertura da mídia que esses criminosos recebem e a possibilidade de que eles ajam”, diz Lankford.

O especialista acrescentou que, se há algo de bom a ser obtido com seu estudo, é que o conhecimento pode ajudar os outros a se prepararem para o impensável.

“Nossa taxa de homicídios é maior do que a de outras nações europeias. No entanto, são esses tipos de ataques que nos distinguem negativamente do resto do mundo e nos dão essa reputação violenta como país”, disse Lankford. “Francamente, se quisermos dar ao mundo uma mensagem do que aprendemos com tudo isso, seria dizer a eles que: ‘É possível que essas coisas aconteçam, então prepare-se e aprenda com elas antes de experimentar uma tragédia você mesmo.”

Conmebol define jogos das oitavas de final da Libertadores; veja confrontos

Sorteio foi realizado nesta sexta-feira (27); grande final será disputada em Guayaquil, no Equador

As seis equipes brasileiras que se classificaram para as oitavas de final da Copa Libertadores da América conheceram seus adversários nesta sexta-feira (27). Esta fase da competição é “mata-mata”, ou seja, confrontos eliminatórios com duas partidas até a grande final, que será jogo único.

O Palmeiras, atual bi-campeão, garantiu a melhor colocação geral, o que significa que disputará o segundo jogo no seu estádio, o Allianz Parque, em toda a segunda fase do torneio, caso avance. Flamengo e Atlético Mineiro também decidirão a partida das oitavas de final em seus campos.

A equipe alviverde enfrentará o Cerro Porteño; já o Flamengo, campeão em 2019 e vice em 2021, disputará contra o Tolima; o Atlético Mineiro tem pela frente o Emelec; o Corinthians jogará contra o Boca Juniors; o Fortaleza enfrentará o Estudiantes de La Plata; e o Athletico Paranaense jogará contra o Libertad.

O sorteio, organizado pela Conmebol, definiu as disputas entre os clubes que se classificaram na primeira colocação dos respectivos grupos na primeira fase contra aqueles que passaram na segunda posição.

A partir deste ano, não há “gol fora de casa”, ou seja, um gol marcado pelo time visitante não será considerado como critério de desempate. A final será disputada em Guayaquil, no Equador.

Antes do sorteio, o presidente da confederação fez um pronunciamento contra o racismo. Tanto a Sul-Americana quanto a Libertadores registraram diversos casos do crime contra torcedores de clubes brasileiros.

Nesta sexta, também foram sorteados os jogos da Copa Sul-Americana.

Confira os confrontos das oitavas da Libertadores:

  • Athletico Paranaense (BRA) x Libertad (PAR)
  • Deportes Tolima (COL) x Flamengo (BRA)
  • Vélez Sarsfield (ARG) x River Plate (ARG)
  • Emelec (ECU) x Atlético Mineiro (BRA)
  • Cerro Porteño (PAR) x Palmeiras (BRA)
  • Talleres (ARG) x Colón (ARG)
  • Corinthians (BRA) x Boca Juniors (ARG)
  • Fortaleza (BRA) x Estudiantes de La Plata (ARG)

Governo informa que país tem 38 dias de estoque de diesel

Mercado vê risco maior em setembro, tradicional período de pico de consumo no país

O ministério de Minas e Energia (MME) divulgou nesta sexta-feira (27) que o Brasil tem estoque de óleo diesel S10 equivalente a 38 dias de importação. “Se as importações desse combustível fossem cessadas hoje, os estoques, em conjunto com a produção nacional, seriam suficientes para suprir o país por 38 dias”, diz a nota da pasta.

O volume representa aumento de 26,7% desde o último monitoramento do ministério, que antes projetava 30 dias de autonomia. De acordo com o MME, o combustível  possui papel de destaque na matriz brasileira de transporte e nível de dependência externa da ordem de 30%.

Nesta sexta-feira, o presidente da Petrobras, José Mauro Coelho, enviou um ofício à Agência Nacional do Petróleo (ANP) alertando sobre o “elevado risco de desabastecimento de diesel no mercado brasileiro no segundo semestre de 2022”. A decisão de comunicar oficialmente o governo foi tomada em reunião do Conselho de Administração da estatal na última terça-feira (25), depois de um longo debate sobre o tema.

“Destaca-se que os fatos elencados pela Petrobras em sua carta, como a redução da oferta e dos estoques mundiais de óleo diesel, em função da conjuntura energética mundial, e o aumento da demanda pelo produto, no segundo semestre do ano, são fatos amplamente conhecidos e monitorados”, informa o MME.

A pasta diz que por conta da situação do mercado global de óleo diesel e os possíveis impactos para o país instituiu, no último dia 10 de março, o “Comitê Setorial de Monitoramento do Suprimento Nacional de Combustíveis e Biocombustíveis”, de caráter executivo.

O Comitê é coordenado pelo MME e tem a participação da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), EPE (Empresa de Pesquisa Energética) e associações representativas e agentes do setor, incluindo o Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP), a Associação das Distribuidoras de Combustíveis (Brasilcom), a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), a Acelen e a Petrobras. O grupo reúne-se semanalmente às segundas-feiras.

“O Ministério de Minas e Energia segue atento aos movimentos do mercado doméstico e internacional, mantendo o monitoramento de forma intensa e constante para adotar medidas tempestivas em conjunto com os demais órgãos governamentais nas esferas das suas respectivas competências, conforme a evolução do cenário”, diz a nota, destacando ainda que a pasta, “quando do início do conflito que eclodiu no leste europeu, com reflexos na conjuntura energética global, adotou medidas imediatas para intensificar o monitoramento dos fluxos logísticos e da oferta de petróleo, gás natural e seus derivados, nos mercados doméstico e internacional.”

Mercado vê risco maior em setembro

Apesar da segurança imediata, integrantes do mercado de combustíveis ouvidos pela CNN apontam que setembro deve ser o mês mais crítico para a oferta de diesel no Brasil.

Tradicional pico de consumo no país, setembro tem uma combinação de fatores que exige maior movimentação de caminhões, com intenso transporte de carga. Segundo esses integrantes do mercado, em setembro, o volume de cargas de produtos vendidos na Black Friday aumenta no Brasil.

É quando começa também a distribuição dos itens vendidos no Natal. Nessa mesma época, os caminhões a diesel transportam grãos como milho e soja e o final da safra de cana de açúcar.

Racionamento

O segundo semestre terá ainda paradas técnicas para a manutenção das refinarias brasileiras e a temporada de furacões que pode interromper o funcionamento de refinarias dos Estados Unidos e Caribe.

Os principais agentes desse mercado não conseguem enxergar um possível plano de racionamento, por exemplo, já que todas as atividades com diesel são essenciais.

Basicamente o mercado do combustível é dividido em três fatias. A maior vai para os caminhões, a segunda maior para ônibus e a fatia menor para outros fins como o abastecimento de geradores de hospitais.

“Se os produtores nacionais informarem imediatamente quanto vão conseguir entregar por polo de abastecimento até dezembro, eu não tenho dúvidas que as distribuidoras vão conseguir se programar”, afirma o presidente da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis, Sérgio Araujo.

Araújo prevê ainda uma disparada do preço no segundo semestre porque os exportadores devem dar preferência ao hemisfério norte, em rotas conhecidas e de maior rentabilidade.

“Independentemente do preço que a Petrobras venha a praticar, as distribuidoras vão correr atrás, mas elas precisam de previsibilidade. Se deixar pra última hora não vão conseguir, a oferta é menor que a demanda”, completa.

Em curso, policial rodoviário ensina a fazer ‘câmara de gás’: ‘A pessoa fica mansinha’

A comoção pela morte por asfixia de Genivaldo de Jesus em uma abordagem da Polícia Rodoviária Federal em Sergipe, na última quarta-feira 25, fez voltar a circular nas redes sociais o vídeo de um curso preparatório para carreiras militares em que um professor descreve como empregar o método utilizado no episódio.

No vídeo, o instrutor Ronaldo Bandeira relata um suposto caso em que lidou com um preso no porta-malas de uma viatura. Ele é agente da PRF há mais de dez anos e abriu um curso preparatório em Balneário Camboriú.

“Nesse ínterim, em que a gente ficou lavrando o procedimento e ele estava na parte de trás da viatura, ele ainda tentou quebrar o vidro com chutes. O que o polícia faz? Abre um pouquinho, pega o spray de pimenta e taca (sic)”, narrou Bandeira. “A pessoa fica mansinha. Aí, daqui a pouco eu só escutei assim: ‘Eu vou morrer, eu vou morrer’. Aí eu fiquei com pena. Abri assim: ‘Tortura!’. E fechei de novo. Sacanagem, fiz isso, não.”

A assessoria do curso preparatório afirma que o vídeo, de 2016, tem mais de três horas de duração e a declaração foi retirada de contexto. A aula, segundo a empresa, tratava da Lei Penal 9.455, que define os crimes de tortura. A lei foi sancionada em abril de 1997.

‘A minha caneta pode vir para o bem e para o mal’, diz Bolsonaro

O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta sexta-feira 27 que sua ‘caneta’ de presidente da República pode ser usada para ‘o bem ou para o mal’ a depender da situação. A declaração foi dada em evento com pastores da Assembleia de Deus, em Goiânia.

“A minha caneta pode vir para o bem e para o mal. Às vezes, até bem intencionado, se não tiver muito bem pensado o que vou assinar, todos nós sofremos”, destacou Bolsonaro aos líderes evangélicos.

Em seguida, o ex-capitão deu um exemplo de como supostamente sua caneta serviu ‘para o bem’ do País ao se encontrar com Vladimir Putin poucos dias antes do início da guerra na Ucrânia. Ao tratar do assunto, recuou da autoclassificação de ‘pacificador mundial’ que se deu naquele momento. A insinuação de que teria feito Putin recuar dos ataques gerou inclusive pedidos de bolsonaristas para que ele fosse indicado ao Nobel da Paz. Uma capa fake da revista Time circulou com a foto de Bolsonaro por ter supostamente impedido a guerra na ocasião.

Ataques ao Supremo

Diante dos pastores, Bolsonaro até tentou moderar o tom dos ataques ao Supremo Tribunal Federal, sem citar diretamente nenhum dos ministros. Em meio às declarações, porém, voltou a escalar o tom e ameaçar não cumprir uma decisão do tribunal.

“[Se o STF aprovar o novo marco temporal] Falando como presidente da República, só me resta uma alternativa…ou melhor duas alternativas…pegar as chaves da Presidência, me dirigir ao presidente do Supremo e dizer ‘olha, administre o Brasil’ ou a outra alternativa que dizer ‘não vou cumprir’”, afirmou o ex-capitão. A ameaça foi aplaudida pelos pastores.

Bolsonaro voltou ainda a repercutir o perdão concedido ao deputado Daniel Silveira (PTB-RJ), condenado a prisão por promover ataques contra ministros do STF. Ao tratar do assunto, o ex-capitão alegou ter tomado a decisão para ‘dar exemplo’ aos ministros da Corte.

“Não pude ver um cidadão ser condenado a 9 anos de cadeia, começar no regime fechado, ter o mandato cassado, tornar-se inelegível e ser multado, por ter se expressado…não interessa o que ele falou…exerci o meu poder, dentro das quatro linhas, até para dar exemplo ao Supremo Tribunal Federal, assinando a graça”, disse o ex-capitão, novamente aplaudido pelos religiosos. “Nós devemos respeitar os outros poderes, nunca temer”, completou.

‘Nós não somos imbecis que passamos a ter voz com as redes sociais’

Ao evocar o termo liberdade, como costuma fazer de forma vaga, Bolsonaro também tratou do papel exercido pelas redes sociais na ascensão da extrema-direita no Brasil. Segundo disse, foi com as mídias que o grupo passou ‘a ter voz’.

“Hoje eu acredito que, com as mídias sociais, que tanto incomodam alguns ‘supremáveis’, nós conseguimos a nossa liberdade. Nós não somos imbecis que passamos a ter voz, nós somos cidadãos, que conseguimos, com informação, olhar os imbecis que sempre comandaram o Brasil”, vociferou Bolsonaro.

Por fim, o ex-capitão cobrou ainda que os pastores atuem politicamente nestas eleições, alegando que isso deve ser feito fora do púlpito, mas abertamente em reuniões entre evangélicos.

Vale lembrar que o ex-ministro da Educação Milton Ribeiro, antes de ser demitido, teve um áudio revelado em que explicava que amigos de pastores tinham verbas liberadas, a pedido de Bolsonaro, pois, no futuro, poderiam ajudar o atual governo. O presidente também tem ampliado o aceno ao grupo justamente porque é entre evangélicos onde encontra seu melhor desempenho eleitoral.

Pesquisa Ipespe mostra alta da polarização entre Lula e Bolsonaro e fracasso da “terceira via”

Principais candidatos, ex e atual presidente têm, juntos, quase 80% das intenções de voto a cerca de 4 meses do 1º turno

A depender da mais recente pesquisa eleitoral divulgada pelo Ipespe, nesta sexta (27), a chamada “terceira via” não tem muitos motivos para sonhar com a vitória nas eleições presidenciais de outubro. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) – líder do levantamento com 45% das intenções de voto – e o atual presidente, Jair Bolsonaro (PL) – segundo colocado, com 34% – somam 79% do total de eleitores declarados.

Levantamentos anteriores feitos pelo mesmo instituto mostram que a polarização nunca esteve tão alta. Em maio de 2021, por exemplo, as intenções de voto em Lula e Bolsonaro, somadas, eram 58%, enquanto outros candidatos tinham 30%. Em novembro do mesmo ano, a diferença passou para 67% a 24%. E, agora, enquanto líder e vice-lider têm os 79% já citados, os demais candidatos, somados, chegam a 16%.

O cientista político Antonio Lavareda, presidente do Conselho Científico do Ipespe, lembrou o fato de que o grupo dos “outros candidatos” – que não Lula ou Bolsonaro – já teve nos últimos tempos vários nomes que deixaram a disputa. O último foi João Doria (PSDB), que formalizou sua saída em pronunciamento na última segunda-feira.

O candidato mais próximo (ou menos distante) de Lula e Bolsonaro é Ciro Gomes (PDT), que tem 8% das intenções de voto, segundo o levantamento divulgado nesta sexta. Simone Tebet (MDB) somou 3%. A pesquisa ainda apresentou aos entrevistados o nome de Doria, que registrou 2% das intenções de voto, empatado com André Janones (Avante). Pablo Marçal (Pros), Felipe D’Avila (Novo), Vera Lúcia (PSTU), Eymael (DC), Luciano Bivar (União Brasil) e Sofia Manzano (PCB) foram citados, mas não chegaram a 1%. Leonardo Péricles (UP) não foi citado.

Os números acima são referentes à pesquisa estimulada, ou seja, os entrevistados recebem uma lista com os nomes dos candidatos antes de dizerem em quem vão votar. Na pesquisa espontânea, Lula tem 40%, contra 30% de Bolsonaro, 4% de Ciro, 1% de Tebet, 1% de Doria e 1% de Janones. Felipe D’Avila e André Janones foram citados, mas não chegaram a 1%.

O instituto também testou cenários de segundo turno: Lula venceria Bolsonaro por 53% a 35%. Contra Ciro, a vitória do petista seria de 54% a 25%. Se a adversária fosse Tebet, Lula teria 57%, contra 18%. Em um enfrentamento entre Ciro e Bolsonaro, vitória do pedetista: 44% a 41%. O atual presidente levaria vantagem contra Tebet (40% a 34%).

Eleitores decididos

Lavareda ressaltou, ainda, o alto percentual de pessoas que dizem já ter definido seus votos: 68% dos entrevistados. Número considerado alto a mais de quatro meses do primeiro turno. “Esses dados, revelando um volume inédito de eleitores com razoável solidez de preferências, diga-se de passagem bastante antecipadas, também nos ajudam a entender porque as medições semanais das intenções de voto se movem com parcimônia”, destacou.

O Ipespe ouviu 1.000 pessoas nos dias 23, 24 e 25 de maio, mas não informa se coletou as respostas por telefone ou presencialmente. A pesquisa está registrada no TSE sob o número BR-07856/2022. A margem de erro máxima é de 3,2 pontos percentuais.

Governo marca data para privatização da Eletrobras: 13 de junho

Eletrobras comunicou à CVM detalhes sobre sua capitalização, que deve movimentar R$ 30 bilhões

A privatização da Eletrobras já tem data marcada: 13 de junho. A estatal comunicou nesta sexta-feira (27) à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) detalhes sobre a operação que tirará o governo do controle companhia.

Por meio dessa operação, a empresa colocará novas ações à venda. A União, que hoje detém cerca de 75% das ações com direito a voto, não vai exercer o direito de compra das novas ações, as quais serão divididas entre investidores privados.

Com isso, o governo reduzirá sua participação no capital social da Eletrobras. A expectativa é que, após essa redução, ele passe a ter só 45% das ações com direito a voto, ou seja, menos da metade necessária para que decidir sozinho os rumos da companhia, como  hoje.

Segundo a Eletrobras informou à CVM, a capitalização da empresa ocorrerá em fases. Do dia 3 a 8 de junho, investidores poderão manifestar seu interesse em ações da companhia.

No dia 9, levando em conta esse interesse, será definido o preço de cada ação à venda. Hoje, essas ações estão cotadas a R$ 44, o que indica que a capitalização da Eletrobras pode movimentar até R$ 30 bilhões.

Segundo sindicatos de funcionários da Eletrobras, a empresa toda vale cerca de R$ 400 bilhões.

Já no dia 13, as ações serão efetivamente vendidas. Isso significa que, a partir daí, a empresa deixará de ser controlada pelo governo.

Mobilização contra venda

Sindicatos e movimentos populares têm se manifestado contra a privatização da Eletrobras. Eles já prometeram agir para tentar evitar a venda do controle da empresa, a maior do setor de energia de toda a América Latina.

Uma série de ações judiciais estão sendo elaboradas para questionar a legalidade e a forma como as ações da Eletrobras serão vendidas.

Parte dessas ações se deve a erros ou omissões já apontadas pelo ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Vital do Rêgo, sobre o processo. Ele foi o único que se posicionou contra a venda.

Do Rêgo afirmou que a Eletrobras está sendo vendida a “preço de banana” por conta da pressa imposta pelo governo do presidente Jair Bolsonaro (PL) para a conclusão do negócio. Eleito com um discurso privatista, Bolsonaro quer concluir a capitalização da Eletrobras antes da eleição deste ano para demonstrar ao mercado sua capacidade de levar adiante propostas de seu ministro Paulo Guedes para a economia.

Guedes, aliás, disse durante o Fórum Econômico Mundial, na Suíça, que, se Bolsonaro for reeleito, a Petrobras será privatizada. O ministro já autorizou estudos sobre a venda da maior empresa do país.

Para os movimentos populares, o importante é adiar qualquer movimento sobre privatização para após a eleições presidenciais. Eles acreditam que, caso a Eletrobras não seja vendida agora e Bolsonaro não seja reeleito, ele não será mais privatizada.

Isso porque o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), pré-candidato líder em todas as pesquisas eleitorais, já afirmou ser contra a venda do controle da Eletrobras. Ciro Gomes (PDT) e outros pré-candidatos de partidos de esquerda também são contra a privatização.

Congresso aprova crédito de R$ 167 milhões para alimentação de quilombolas

MP é conquista de entidade e deve beneficiar 202 mil famílias por seis meses

O Senado e a Câmara aprovaram a Medida Provisória (MP) que garante R$ 167,2 milhões em créditos para compra e distribuição de cestas de alimentos para comunidades quilombolas pelo Ministério da Cidadania. O texto, que agora segue para promulgação, prevê a distribuição dos alimentos por pelo menos seis meses, beneficiando 202 mil famílias quilombolas.

A MP é uma conquista da Coordenação Nacional de Articulação de Quilombolas (Conaq), que coordenou as ações para garantir o sustento de sua população desde o início da pandemia.

A mobilização incluiu a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 742, protocolada ainda em 2020 junto ao Supremo Tribunal Federal (STF), e que solicitava providências em relação às omissões do governo federal no combate à pandemia nas comunidades quilombolas.

“A ADPF colocada pela Conaq junto ao STF objetivava algumas coisas. A primeira coisa era proteger nosso povo. E aí nós cobrávamos atendimento nas comunidades quilombolas com auxílios emergenciais, vacinas, máscaras, e também cobrávamos que neste momento de isolamento não tivesse invasão dos territórios, e também que governo federal e estados auxiliassem as comunidades quilombolas com cestas de alimentos”, destaca Antônio Crioulo, coordenador executivo da Conaq.

A MP, que já tinha passado pela Câmara dos Deputados em 19 de maio, foi aprovada por unanimidade pelo Senado na última quinta-feira (26). O relator do projeto, senador Fabiano Contarato (PT-ES), disse que o poder público precisa oferecer mais apoio às comunidades quilombolas.

“É evidente que o valor alocado é insuficiente para fazer face às reais necessidades dessa população. Dessa forma, deve-se frisar a premência de o Poder Público atuar de forma mais efetiva no que tange às comunidades quilombolas, aumentando a oferta de serviços de saúde, educação, cultura, assistência social, entre outros”, destacou.

Falhas

Desde que o STF determinou, em fevereiro de 2021, que o governo federal elaborasse um plano com medidas de enfrentamento à pandemia nas comunidades quilombolas, os líderes comunitários apontaram falhas no cumprimento da decisão. O STF, em novas decisões, obrigou a união a tomar providências para garantir água potável e medidas de segurança alimentar a essas comunidades.

“O período da pandemia foi muito duro, e ainda está sendo. Não pudemos chorar pelos nossos mortos. Muitos não pudemos enterrar e nos despedir por causa das medidas sanitárias. E não são números: são pais, são mães, amigos. São pessoas da comunidade. Perdemos muito também, durante a pandemia, inclusive as bibliotecas vivas do território, que são os anciãos. Por não ter tido condução melhor por parte do estado a gente acabou perdendo”, lamenta Biko Rodrigues, também integrante da coordenação executiva da Conaq.

“O governo não tinha informações sobre o povo quilombola, então a Conaq e as lideranças das comunidades tiveram de fazer levantamentos de informações para obrigar o governo a garantir vacina, e também levantamento de quantos quilombolas estavam sendo infectados e mortos na pandemia. Fizemos isso sem ajuda do governo, e entramos com ação no STF para garantir que o estado apoiasse as comunidades”, complementou Antônio Crioulo.