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Um Ataque à Soberania e os Caminhos para a Luta Popular em Defesa do Brasil

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POR YAGO SCACHETTI, Cientista Social, militante dos Movimentos Sociais em Defesa da Educação e Assistência Social

A recente e alarmante decisão do governo Donald Trump de impor uma tarifa de 50% sobre todos os produtos brasileiros, a partir de 1º de agosto de 2025, representa um grave atentado à soberania econômica do Brasil. A justificativa para tal medida, detalhada em carta endereçada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, apontam falsas justificativas para a medida e ressalta, em especial, o tratamento dado ao ex-presidente Jair Bolsonaro pelo judiciário brasileiro, classificado por Trump como uma “vergonha internacional” e uma “caça às bruxas”. Além de criticar supostos ataques à liberdade de expressão e uma relação comercial “injusta”, a carta demonstra o verdadeiro interesse político de submeter o judiciário brasileiro e suas instituições sob tutela do atual governo estadunidense.

Desvendando as Falsas Narrativas e a Inegável Responsabilidade da Família Bolsonaro

É fundamental desmascarar as premissas dessa medida punitiva. Ao contrário do que Trump alega sobre uma relação comercial “muito injusta” e déficits insustentáveis para os Estados Unidos, os dados da balança comercial com o Brasil mostram o oposto. O Brasil tem um superávit comercial consistente com os Estados Unidos, o que significa que exportamos mais do que importamos deles. Portanto, a justificativa comercial apresentada por Trump é falsa e desprovida de base factual.

Mais preocupante ainda é a tentativa de alguns setores de apontar os discursos do Presidente Lula como a causa dessa tensão, desviando o foco da verdadeira raiz do problema. Essa é uma narrativa enganosa. A verdade é que o governo brasileiro, sob a liderança de Lula, tem se dedicado ativamente a abrir o Brasil para o mundo, buscando fortalecer relações com diversos mercados importantes e estratégicos, visando expandir nossas parcerias comerciais e investimentos.

Afastadas as justificativas comerciais e desvendada a falsidade das acusações sobre a política externa brasileira, fica ainda mais evidente que o verdadeiro motor por trás dessa tarifa é a interferência política nos assuntos internos do Brasil, especialmente no que tange ao tratamento de Jair Bolsonaro e às ações do Judiciário brasileiro. Ao citar “centenas de ordens de censura SECRETAS e ILEGAIS” emitidas pela Suprema Corte brasileira contra plataformas de mídia social dos EUA, Trump revela sua intenção de tutelar a justiça brasileira e minar a autoridade das nossas instituições democráticas. As justificativas para as taxas de Trump são, portanto, exclusivamente políticas.

Nesse cenário, que é de extrema gravidade, não podemos ignorar o papel desempenhado por setores da direita brasileira. A ida do ex-deputado Eduardo Bolsonaro aos Estados Unidos, com o intuito público de influenciar o governo estadunidense contra os interesses do Brasil, e seu posterior pedido para que apoiadores “agradeçam” pelas tarifas impostas, configura uma ação que deve ser categoricamente associada a decisão punitiva de Donald Trump.

É imperativo que se entenda: é uma ação que, ao buscar a defesa de Jair Bolsonaro de acusações no Brasil, colocou deliberadamente a economia e a imagem da nossa nação em xeque. A família Bolsonaro precisa ser responsabilizada por lutar contra o nosso próprio país, submetendo os interesses nacionais a uma agenda particular e visivelmente prejudicial à soberania brasileira. Não há justificativa para que figuras públicas brasileiras atuem em detrimento da prosperidade e da dignidade da própria nação.

A Necessidade da Luta Popular

A pauta da defesa intransigente da soberania nacional e do Estado brasileiro, frente a ingerências externas e a interesses internos que minam a nossa autonomia, deve ser o eixo central de toda a articulação política. É o momento de unificar as forças progressistas em torno de um projeto de defesa do Brasil, contra todos aqueles agentes internos e externos que conspiram pelo fracaso do nosso país.

Para evocar o espírito de unidade e resistência, é fundamental resgatar a força simbólica do nosso Hino Nacional, oficializado em 6 de setembro de 1922. Seus versos ressoam com um profundo orgulho pátrio e a inabalável resiliência do nosso povo:

“Gigante pela própria natureza, / És belo, és forte, impávido colosso, / E o teu futuro espelha essa grandeza.”

“Brasil, de amor eterno seja símbolo / O lábaro que ostentas estrelado, / E diga o verde-louro dessa flâmula / – Paz no futuro e glória no passado.”

E, especialmente agora, o chamado à ação e à coragem:

“Mas, se ergues da justiça a clava forte, / Verás que um filho teu não foge à luta, / Nem teme, quem te adora, a própria morte.”

Esses trechos devem inspirar a mobilização popular, lembrando-nos da grandeza e da coragem inerentes ao “espírito” do povo brasileiro.

Convocação à Mobilização Nacional

É crucial que os movimentos sociais, as centrais sindicais, as entidades estudantis e todos os segmentos da sociedade civil engajados na defesa do país convoquem grandes manifestações em torno da pauta da soberania. A união das forças populares é indispensável para demonstrar, tanto para as potências estrangeiras quanto para aqueles que atuam contra os interesses nacionais, que o Brasil não se dobrará a pressões e que a defesa de seus interesses, de sua dignidade e de seu futuro é uma prioridade inadiável. Que as ruas sejam o palco da luta popular em defesa do Brasil.

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