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Toda a vida, obra e história de Amélia Duarte Machado, mais conhecida como a Viúva Machado, serão expostas pelas ruas da Cidade Alta nos dias 12 e 19 de julho, numa aula de campo que vai começar no Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte (IHGRN), vai passar pela casa de Amélia e terminar na exposição sobre a vida dela na Pinacoteca do Estado.
““A atividade surgiu a partir do lançamento de uma obra sobre a viúva Machado e uma exposição na Pinacoteca sobre o tema. Saímos do Instituto Histórico, nos encaminhamos pelo sítio histórico da Praça André de Albuquerque até o palacete da Família Machado e depois retornamos à Pinacoteca para uma análise da produção artística. Entre as temáticas iremos abordar: memória e patrimônio, além da formação da sociedade natalense a partir de conceitos de exclusão e misoginia“, relata o professor de História Henrique Lucena, que se refere ao livro “Viúva Machado: a grandeza de uma mulher”, lançado recentemente no final de junho.
Todo o trajeto da “Caminhada da Memória: viúva Machado, patrimônio e resistência feminina”, vai ser conduzido por historiadores membros efetivos do Instituto, que explicarão o contexto dos pontos visitados. O projeto é resultado de uma parceria entre o “IHGRN Explica” e o Departamento de Ciência da Informação da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).
Quem foi a Amélia Duarte, a Viúva Machado
Amélia Duarte Machado era a esposa de um rico e habilidoso comerciante português que veio morar na capital potiguar. Amélia, que não teve filhos, tornou-se viúva e teve que gerenciar um patrimônio que abarcava os quatro cantos de Natal e Região Metropolitana numa época na qual as mulheres não tinham qualquer tipo de autonomia.
A história da mulher que comia fígado de crianças e morava num lindo casarão no bairro da Cidade Alta, no centro de Natal, como é de se supor, não passa de uma lenda, e mais do que injusta.
““Os mitos urbanos se formaram a partir de arquétipos associando o medo como instrumento de poder e construção de narrativas. A exposição (aquele pinacoteca) se desdobra em uma série de percepções arquetípicas sobre o feminino. A ideia é criar uma narrativa de valorização, porém com senso crítico e de fácil entendimento para o público em geral“, acrescenta Lucena.
Maria Elza Bezerra Cirne, que recentemente lançou uma biografia sobre a Viúva Machado, suspeita que a lenda em torno de Amélia surgiu do “atrevimento” dela em gerenciar os próprios negócios. Sem filhossó depois é que veio o adotivo, a Viúva Machado enfrentou para manter os negócios de pé e se tornar uma empresária de sucesso aos 53 anos na década de 1930, quando para comercializar algo a mulher tinha que pedir licença ao marido, de acordo com o Código Civil.
Com um patrimônio imenso, vários pontos conhecidos da capital e Região Metropolitana de Natal têm relação com Amélia e o marido: oParque Aristófanes Fernandes, em Parnamirim, foi doação dela. O Colégio Atheneu, em Petrópolis, foi comprado pelo Estado, o Batalhão que fica perto do campus da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) foi desapropriado na época da 2ª GM, também foi terreno dela. O Machadinho foi doação dele e Ferreiro Torto, em Macaíba, também foi do casal, assim como a Fazenda Guarapes, que deu origem aos bairros do Guarapes, Planalto e Felipe Camarão.
Serviço
O quê: “Caminhada da Memória: viúva Machado, patrimônio e resistência feminina”
Quando: dias 12 e 19 de julho
Onde: concentração no Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte
Hora: das 8h às 10h30
Entrada: livre
Inscrições: atenção, vagas limitadas, para inscrever-se, CLIQUE AQUI!
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