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O roteiro se repete em Ouro Branco. Assim como em 2012, quando o então ex-prefeito Zé Braço virou chacota política ao seu advogado prometer “furar o céu” para manter os seus direitos políticos e concorrer nas eleições daquele ano, a história ganha uma nova versão — agora protagonizada por Samuel Souto, cassado e inelegível, mas ainda tentando convencer seus seguidores de que continua prefeito.
Nos bastidores e nas redes sociais, a tática é clara: discurso religioso e bravatas políticas. “Só Deus tira ele da cadeira”, repetem aliados e familiares, como se a Justiça Eleitoral não tivesse poder sobre o mandato cassado. Outros vão além, afirmando que “a culpa é da oposição”, “ainda não gastaram nenhuma bala” ou que “em Brasília tudo será resolvido”.
Após a decisão do Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Norte (TRE-RN) na tarde da última terça-feira (11/11), que rejeitou todos os recursos e confirmou a cassação e inelegibilidade de Samuel Souto e de seu vice, Francisco Lucena, o ex-gestor parece ter adotado a estratégia do “nega que cola”.
Mas o que esses discursos tentam esconder é o que realmente importa: Samuel Souto foi condenado em dois processos, perdeu o diploma e ficou inelegível por oito anos em ambos os casos. E mais — segundo os próprios desembargadores do TRE-RN, as divergências nos julgamentos foram mínimas, o que torna praticamente impossível qualquer reversão da decisão.
Até então, Samuel ocupava o cargo por força de uma liminar concedida pelo TSE, que o mantinha no posto até o julgamento dos recursos na segunda instância. Com a decisão de terça-feira, essa liminar perde o efeito e o ex-prefeito está oficialmente fora do cargo.
A população de Ouro Branco, parece cansada de ser enganada. As redes sociais foram tomadas por cobranças, memes e ironias, com muitos moradores pedindo mais transparência e menos mentiras.
Enquanto isso, o município aguarda os desdobramentos administrativos e o cumprimento efetivo da decisão judicial. O fato é que, nem Deus nem Brasília parecem dispostos a “furar o céu” por Samuel Souto.
