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“Na era do digital, é mais fácil se perder”

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Por Rômulo Sckaff

Extraída do nosso filme O Impreciso Mar que nos Move — gravado na Polônia —, a frase nos convida a refletir sobre o que dizemos (e o que silenciamos) em tempos de redes “antisociais”; como nos posicionamos nelas e, sobretudo, como a linguagem é manipulada para diluir conflitos reais.

Vivemos na sociedade do “TikTok”, onde 15 segundos bastam para resumir ideias complexas, enquanto a interpretação crítica de textos é substituída por neologismos vazios. Termos como “fake news”, por exemplo, soam abstratos para quem tem menos acesso à educação: chamar algo de “notícia falsa” não provoca o mesmo impacto que denunciar um mentiroso intencional.

Da mesma forma, expressões como “direito à manifestação” ou “tentativa de golpe” são desvirtuadas para justificar a violência de conservadores, distanciando-se da realidade da classe trabalhadora, que luta por sobrevivência em meio a salários aviltantes e alimentação precária.

Os chamados “colaboradores”, que só colaboram mesmo para o enriquecimento dos patrões — e os trabalhadores de aplicativos, geradores de lucros bilionários sem direitos básicos — são sintomas de um capitalismo de plataforma que disfarça exploração sob jargões modernos. Enquanto isso, a riqueza concentra-se no topo, e milhões seguem contando moedas para o pão do dia seguinte.

É urgente resgatarmos a potência das palavras. Precisamos nomear as coisas como são, sem eufemismos que apaguem a luta de classes:
– Pobre que defende patrão não é “empreendedor de si”; é vítima de alienação.
– Conservadores que criminalizam protestos não são “defensores da ordem”; são agentes da opressão.
– Despreparados, canalhas, corruptos e covardes são aqueles que lucram com a miséria alheia enquanto fingem discursos de meritocracia.

A linguagem não é neutra. Nas entrelinhas dos trending topics, nas maiores pesquisas da internet, esconde-se uma guerra pelo sentido — e só desviando o jogo das narrativas dominantes lembraremos: a riqueza é criada por nós, que seguimos com as mãos calejadas e a dignidade intacta.

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