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Imagine uma vida na qual a sociedade é conduzida pela Inteligência Artificial (IA) e onde a robótica toma de conta da rotina do ser humano. Uma sociedade dividida entre aqueles com e sem acesso a recursos. Esse é o mote de “Futuro Futuro”, filme premiado no Festival de Cinema de Brasília como Melhor Trilha Sonora, Melhor Roteiro, Melhor Longa-Metragem e uma menção honrosa de Melhor Ator para Zé Maria Pescador, ator de Baía Formosa, no interior do Rio Grande do Norte.
““O filme se passa num momento e lugar em que a população está doente, com a falta de regulação no uso da IA, que acaba tomando de conta da vida das pessoas. Eu faço o papel de K, um homem de 40 anos que acaba sendo vítima desse processo. Ele tem a memória apagada, vai em busca de respostas para o que aconteceu e acaba encontrando uma escola de reabilitação que cuida de pessoas como ele. Nesse lugar eles usam oráculo que é uma IA que os ajuda na busca, mas K descobre que não é nada daquilo que foi prometido…”, conta Zé Maria, tentando não dar spoilers.

O longa vai agora para o Festival de Cinema do Rio de Janeiro e a produção aguarda resposta para saber se também foi aceito para o Festival de São Miguel do Gostoso.
“Futuro Futuro” é dirigido por Davi Preto e foi gravado em Porto Alegre.
“Foi a primeira vez na minha carreira que atravessei a fronteira entre Nordeste e Sudeste. Recebi o convite e fui gravar lá. Uma coisa que ocorreu no filme é que faltando cinco dias para concluirmos as gravações ocorreram aquelas ,enchentes no Sul do país e tinha uma enchente no roteiro, então as cenas que gravamos foram das enchentes reais, que foram parar no filme. Também há cenas criadas por IA já ambientando a temática sobre a qual o filme fala”, revela o artista.
“Futuro Futuro” é o 10º filme na carreira de Zé Maria Pescador. Ele já foi premiado no Festival de Cannes em 2006 com “Sonhos de Peixe”, longa de ficção de coprodução entre Estados Unidos e Rússia dirigido por Kirill Mikhanovsky, gravado em Baía Formosa.
Ele também gravou “O Alecrim e o Sonho”, de Valério Fonseca, e “Descastigo”, que ainda vai ser lançado.
““Também teve ‘Açúcar’, de Renata Pinheiros e Sérgio Oliveira, gravado em Pernambuco. ‘Paloma’, de Marcelo Gomes, disponível na GloboPlay, e ‘O Clube dos Canibais’, de Guto Parente, do Ceará. Recentemente fiz ‘Maria e o Cangaço’, uma série para a Disney, e tem mais quatro filmes para serem lançados”, revela.

Uma das principais preocupações do meio artístico hoje, revela Zé Maria, é garantir o acesso desses filmes ao público, um problema que continua travado na distribuição.
““O que tem sido bastante discutido no meio artístico é a distribuição dos filmes no Brasil. Somos acostumados a assistir filmes estadunidenses e europeus que são de mais fácil distribuição, tenho amigos que acabaram não tendo o talento reconhecido. Metade dos filmes que eu fiz estão distribuídos, mas muitos não tiveram essa oportunidade de reconhecimento porque nunca foram vistos”, lamenta.
Outras facetas
Além de ator, Zé Maria também é cantor e compositor, chegando a ser apadrinhado por Ney Matogrosso, de quem foi guia turístico em Baía Formosa. Numa maré de sorte, ele foi descoberto como ator por acaso, quando decidiu ver o amontoado de gente na praia e foi notado pelo preparador de elenco Sergio Penna (de Bicho de Sete Cabeças) que o levou para fazer um personagem em “Sonhos de Peixe”.
Confira o trailer de “Futuro Futuro”:
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