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Investigação aponta que grupo de extermínio revendia armas e drogas com traficantes; PM foi preso

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A operação que culminou na prisão de sete pessoas suspeitas de integrar um grupo de extermínio baseado na zona Norte de Natal ainda terá novas fases. A declaração foi dada pelo delegado Márcio Lemos, diretor da Divisão de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP) nesta quinta-feira (16). Ele reforçou que os indivíduos não são “justiceiros”, mas criminosos que agiriam por motivos econômicos. A investigação aponta que o grupo repassava armas e drogas a traficantes, para que eles revendessem o material.

O grupo criminoso, de acordo com a Polícia Civil, contava com três núcleos de atuação. Um deles seria formado por membros das forças de segurança pública. Um policial militar foi um dos sete presos na operação “Caronte”, deflagrada nesta quinta-feira.

“Os bandidos presos hoje não são justiceiros. Eles tinham a finalidade de se apropriar dos bens. Ficou comprovado que eles subtraíram drogas. Então porque o alvo eram traficantes? Porque são traficantes que têm esse material, têm armas e drogas”, afirmou o delegado Márcio Lemos, em entrevista coletiva sobre a operação.

Além das sete pessoas presas, 20 quilos de cocaína foram apreendidos na Grande Natal. Segundo as investigações, o grupo de extermínio teria executado ao menos 41 pessoas na Zona Norte de Natal, Extremoz e São Gonçalo do Amarante somente no segundo semestre do ano passado.

As investigações sobre o grupo criminoso começou a partir de uma prisão em flagrante da Polícia Federal, que passou a colaborar com a Polícia Civil do Rio Grande do Norte. As suspeitas partiram da semelhança entre as ocorrências. Segundo o delegado Márcio Lemos, o Instituto Técnico-Científico de Perícia (Itep-RN) participou da produção das provas materiais.

“A primeira fase teve por objetivo primordial a coleta de provas. Embora tenha um número expressivo de prisões, são prisões pontuais, considerando o primeiro escalão desse grupo de extermínio que nós vamos dar a dimensão. De julho a dezembro do ano passado, apenas seis meses, nós contabilizamos nomes e CPFs de vítimas que foram assassinadas por esse grupo. E aí entrou, crucialmente, a Polícia Federal e o Itep com provas técnicas. O Itep conseguiu relacionar os crimes através da prova técnica, a balística, enquanto a PF com provas”, disse o delegado.

“Consideramos que o primeiro escalão desse grupo, que, pelo volume, acredito que é o único que atua ali na região, está desbaratado. Se não foi desbaratado, está mapeado, e [a operação] terá novas fases”, complementou Márcio Lemos.

Núcleos do grupo criminoso

O delegado Cláudio Henrique, da Delegacia de Desaparecidos, esclareceu a formação do grupo de extermínio. Segundo ele, os criminosos atuavam em três núcleos. O primeiro era com pessoas que capturavam traficantes para realizar extorsão de bens ou justamente para executá-los, com intuito de subtrair drogas.

Já o segundo núcleo era formado por forças de segurança pública que prestavam informação e identificavam quem era o alvo do grupo. As investigações apontam que a viatura policial era retirada da área de circulação, de modo a ocultar o grupo das investigações da Polícia Civil.

O último núcleo era composto por traficantes de armas e drogas, que recebia o material subtraído pelo grupo para revender.

O delegado Cláudio Henrique informou que o trabalho de investigações sobre o grupo vem desde janeiro deste ano, quando a unidade de crimes de alta complexidade foi criada na Polícia Civil.

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