24.8 C
Ouro Branco

Idema propõe criação de nova unidade de conservação da caatinga no Rio Grande do Norte

Anúncios

Getting your Trinity Audio player ready...

“Refúgio da Vida Silvestre” será área de proteção do bioma e de preservação das cabeceiras da bacia hidrográfica do Rio Potengi, segundo órgão.

O Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente (Idema) propôs a reserva de uma área para criação de uma unidade de conservação da caatinga e das cabeceiras da bacia hidrográfica do Rio Potengi, no Rio Grande do Norte.

Uma portaria foi publicada na última quarta-feira (23), no Diário Oficial do Estado (DOE), com proposta de reserva de 12.356 hectares, entre os municípios de Cerro Corá, São Tomé e Currais Novos.

A futura unidade de conservação deverá ser chamada Refúgio da Vida Silvestre, segundo o órgão.

“Devido à elevada diversidade biológica presente na região, o espaço é apontado pelo Ministério do Meio Ambiente como uma das Áreas Prioritárias para Conservação da Caatinga, o bioma de maior extensão no território potiguar”, informou o Idema em comunicado à imprensa.

De acordo com o diretor-geral do Idema, Leon Aguiar, a caatinga é o bioma menos protegido do Rio Grande do Norte, o que aumenta a importância de alinhar políticas públicas para conservação da biodiversidade com os desafios das mudanças climáticas e da sustentabilidade.

“Também consideramos na escolha da área a importância da preservação dos recursos hídricos e o combate à desertificação na região semiárida como mecanismo de mitigação dos efeitos do aquecimento global e garantia da segurança hídrica”, disse.

Mapa mostra área abrangida por proposta de criação de unidade de conservação da caatinga na região Seridó potiguar.  — Foto: Divulgação

A escolha da área contou com a participação de diversos pesquisadores e representantes da sociedade. Estudos técnicos subsidiaram a proposta de criação da unidade de refúgio da vida silvestre.

Segundo o Idema, a iniciativa foi motivada pela ocorrência das espécies emblemáticas de aves na região. Conforme a legislação federal, refúgios são unidades de conservação de proteção integral, que tem como objetivo proteger ambientes naturais onde se asseguram condições para a existência ou reprodução de espécies ou comunidades da flora local e da fauna residente ou migratória.

Coordenador do Núcleo de Unidades de Conservação (NUC) do Idema, Ilton Soares afirma que esta é a primeira unidade de conservação desta categoria no estado, dando ênfase à proteção da biodiversidade.

“Esta categoria permite a presença de comunidades humanas, uma oportunidade para atividades sustentáveis, como ecoturismo e manejo do solo”, explicou o coordenador.

Para o professor do Departamento de Botânica e Zoologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Mauro Pichorim, a região representa a porção mais preservada de Caatinga do Seridó com cerca de 230 espécies de aves, sendo várias exclusivas do bioma (endêmicas) e outras ameaçadas de extinção ou raras.

“Além disso, a área é predominantemente composta por encostas de serras, ambiente que mantém a melhor representatividade da biodiversidade local quando comparado aos platôs mais altos e às áreas baixas de planície. Até o momento, essa região é o único local conhecido de ocorrência de arara-maracanã (Primolius maracana) e papagaio-verdadeiro (Amazona aestiva) no RN”, esclareceu o professor.

Para o Idema, a proteção das serras e encostas que fazem parte da área proposta para criação da Unidade de Conservação é fundamental para garantir as condições adequadas dos ambientes naturais onde essas espécies existem e para sua reprodução.

Após a publicação da portaria, o Idema dará continuidade ao processo de criação do Refúgio da Vida Silvestre com a publicação dos estudos técnicos e encaminhamento da proposta para discussão da sociedade e órgãos públicos, através de consulta e audiência públicas.

Mais artigos

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Últimos artigos