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O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) disse ter sido indicado pelo pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro como candidato à presidência da República nas eleições de 2026 na última sexta (5). Bolsonaro está preso desde que tentou violar a tornozeleira eletrônica. Ele foi condenado a 27 anos e três meses de prisão por tentativa de Golpe de Estado e está impedido de disputar as eleições por determinação do Supremo Tribunal Federal e do Tribunal Superior Eleitoral até 2060.
Inicialmente, Flávio Bolsonaro afirmou que abriria mão da candidatura, mas que isso teria um preço.
“Tem a possibilidade de eu não ir até o fim, tem um preço para isso, eu vou negociar… eu espero que a gente paute essa semana a anistia”, declarou.
Já neste domingo (7), em entrevista ao programa Domingo Espetacular, da TV Record, ele disse que o preço seria anistia ao pai, com Bolsonaro “livre, nas urnas”.
No Rio Grande do Norte, a bancada federal à esquerda vê a possível candidatura com desconfiança.
“Primeiro é preciso reforçar que eles sempre arregam: anunciam coisas e voltam atrás. O lançamento dessa candidatura é um gesto desesperado de quem está vendo, a menos de um ano das eleições, que precisa correr para viabilizar alguém que garanta impunidade a esse clã. Nem Flávio Bolsonaro, ou o próprio Jair, acreditam que essa candidatura vai existir”, avalia a deputada federal Natália Bonavides (PT-RN).
Na leitura da parlamentar potiguar, a pré-candidatura faz parte de uma simbiose entre interesses provados e machismo.
“Eles viram Michelle Bolsonaro ganhando mídia, ganhando projeção. Para além de todo o machismo óbvio nessa história, pois eles jamais aceitariam que a representante do clã fosse uma mulher, me parece que o que veio à tona nas investigações contra os Bolsonaro é apenas a ponta do iceberg. Eles têm muitos motivos para querer que alguém muito íntimo e de confiança deles ocupe a Presidência. Buscam alguém que não vai titubear em soltar toda essa turma que cometeu crimes e foi presa junto com o seu líder. Querem soltar esses criminosos. E a gente não sabe o que ainda pode aparecer contra os Bolsonaro. Acredito que esse é um temor deles e, por esse motivo, querem gente na Presidência que não permita mais investigações”, aponta Bonavides.
