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Moradores do sítio Forquilhas, em Santana do Matos, no interior do Rio Grande do Norte, afirmam que um parque de energia solar fotovoltaica construído para abastecer as fábricas da Mercedes-Benz no Brasil poluíram dois açudes na região. O levantamento foi publicado originalmente na coluna de Carlos Madeiro, no portal UOL.
Segundo a reportagem, o assoreamento dos açudes levou duas famílias a procurarem a Justiça. Eles pedem que os açudes sejam restaurados, além de pagamento de indenização pelos prejuízos causados. Os sedimentos acumulados com a obra ao longo dos anos de 2022 e 2024 teriam sido arrastados pela chuva, tornando a água imprópria para o consumo humano.
Ao todo, 14 famílias dependiam da água, que não serve mais nem para o banho. Elas afirmam que tentaram negociar diretamente com a empresa, mas pela falta de avanço, decidiram entrar na Justiça. Na ação, as famílias anexaram um laudo físico-químico da água coletada em março de 2024 que mostra um índice de turbidez de 285 NTUs (Unidade Nefelométrica de Turbidez), quando o máximo aceitável é de 5.
A Mercedes-Benz do Brasil e a Raízen Power atuaram juntas e formaram o projeto Dunamis, que começou a operar em janeiro deste ano com quatro usinas instaladas em 410 hectares. O empreendimento tem capacidade para gerar 117,5 megawatts e no sistema de autoprodução, produz a energia necessária para abastecer a fábrica de caminhões, chassi de ônibus e agregados de São Bernardo do Campo, em São Paulo, e a fábrica de cabina de caminhões de Juiz de fora, em Minas Gerais.
Segundo a ação, a Dunamis chegou a reconhecer que o sistema de drenagem do parque não foi suficiente para evitar a destruição dos açudes vizinhos. Um dos moradores relata que o açude que chegou a ter dois metros de água passou ater apenas 0,5 metro. As famílias ainda relatam a morte dos peixes dos açudes e que até a agricultura local tem sido prejudicada e que a tendência é de mais lama descer do local onde as placas foram instaladas, assoreando ainda mais os açudes.
Ao portal UOL, a Mercedes-Benz disse que tem fornecido água potável às famílias. Além disso, afirmou que a água dos açudes foi contaminada antes das obras.
Uma nota
UM agência Saiba Mais entrou em contato com a Mercedes-Benz e aguarda um posicionamento da empresa.
Por meio de nota ao UOL à coluna de Madeiro, a Dunamis alega que:
- O abastecimento de água potável já havia sido restabelecido em maio de 2025;
- Medições anteriores na região indicam que a água já aera imprópria para consumo humano antes da instalação do empreendimento de geração de energia e, dessa forma, não há evidências, técnicas que comprovam a relação entre a obra e a alteração da qualidade do açude;
- Por último, a Dunamis reforça que mantém diálogo contínuo com a comunidade local, realizando iniciativas sociais que incluem cursos de formação para aumentar a empregabilidade, contratação de mão de obra e empresas locais, aumento na economia e recolhimento de impostos na região, investimento em infraestrutura e fornecimento de energia elétrica para a cidade de Santa do Matos.