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exposição em Natal resgata tradição do doce feito com sangue de porco

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O chouriço é um doce tradicional no sertão potiguar feito com sangue de porco, especiarias e rapadura, entre outros ingredientes. Depois de uma imersão na Comunidade Quilombola Boa Vista dos Negros, em Parelhas, a estudante do curso de Artes Visuais da UFRN (Universidade Federal do Rio Grande do Norte), Sarah Ariane, resolveu transformar a experiência na exposição “Chouriço doce: a festa do sangue”.

Eu criei familiaridade com o tema dessa exposição quando fui bolsista de iniciação científica no projeto ‘Doçaria seridoense: um patrimônio cultural alimentar’, coordenado pela professora e pesquisadora Isabel Dantas do IFRN (Instituto Federal do Rio Grande do Norte). Nesse tempo, me formei em Produção Cultural e pesquisei bastante sobre doces tradicionais da região”, explica a autora da exposição.

Já a exposição ‘Chouriço doce: a festa do sangue’ veio um pouco depois. O projeto independente nasceu na disciplina de Economia Criativa, ministrada pela professora Patrícia Teles, da UFRN.

Tive que desenvolver um trabalho para a disciplina e pensei ‘por que não o chouriço, que é um doce que encanta pela forma de fazer e tem todo um ritual?’. Quando perguntei na sala, quase ninguém sabia o que era chouriço, o que me deixou bastante surpresa. Foi aí que a ideia foi ganhando força”, relembra Sarah.

Frame do curta metragem que será exibido na exposição

O projeto deu tão certo que foi financiado pela Lei aldir Blanc. Para fazer a exposição, Sarah realizou uma imersão com a mestra Damiana Maria da Cruz, conhecida por Dona Daminha, da Comunidade Quilombola Boa Vista dos Negros em Parelhas, no interior do Rio Grande do Norte.

Nas origens, o doce se inspira numa sobremesa chamada Papas de Moado, um mousse português que não leva rapadura, mas também é feito com especiarias e sangue do porco. O chouriço feito com rapadura é invenção nossa, as primeiras taxadas vêm do princípio da colonização. Os portugueses trouxeram práticas alimentares, como criação e matança do porco, alimentos como carne e sangue foram trazidos para cá, em diversas regiões o uso do sangue é associado a outras coisas, como na preparação da linguiça, mas no sertão ele é usado para doce. Seridó potiguar é o epicentro do chouriço”, disse Sara.

Na exposição imersiva, os visitantes poderão ter contato com os utensílios utilizados na chouriçada, como o tacho e o pilão, além dos ingredientes, como as especiarias, além da exibição de um curta metragem sobre a preparação do doce por Adriano Dantas e Antônio Bê. Na abertura do evento também haverá uma experiência olfativa e degustativa do chouriço. Além disso, será realizada uma roda de conversa deliciosa com a pesquisadora Isabel Dantas do IFRN, especialista no tema. O evento acontecerá na Galeria do Departamento de Artes da UFRN, de forma gratuita e aberta à comunidade.

Serviço

Exposição “Chouriço doce: a festa do sangue”

Abertura: 23/10/2025 às 17h

Local: Galeria Laboratório do Departamento de Artes da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), localizada ao lado da BR-101, na Av. Senador Salgado Filho, nº 3000, em Lagoa Nova, Natal/RN, entre o DAS e a COMPERVE, próximo ao Anfiteatro da UFRN e ao Natal Shopping

Período de exposição: 23/10/2025 a 25/11/2025 (exceto sábados, domingos e feriados), das 9h às 17h

Classificação indicativa: maiores de 18 anos

Confira o conteúdo original aqui!

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