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A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, disse nesta quarta-feira (2), que, apesar da “forte dependência” da importação do adubo NPK (nitrogênio, fósforo e Potássio), o Brasil tem “forte estoque de passagem” do insumo. “Estamos conversando com a Associação Nacional de Adubos (Anda), que tem estoque da passagem para chegarmos até a próxima safra, (que começa a ser plantada) em outubro”, afirmou a ministra, em entrevista nesta tarde à emissora CNN Brasil. Os agricultores já compraram fertilizantes para esta safra, falou a ministra. “Já tem gente com produto na propriedade.”
Atualmente, o País está colhendo a safra de soja e de milho verão e iniciando o plantio do milho de inverno, que são as principais culturas de grãos do País.
Outra importante cultura que está sendo cultivada neste momento é a do algodão, que está no fim do plantio. Entretanto, como disse a ministra, produtores costumam comprar adubos, sementes e agroquímicos com antecedência de pelo menos uma safra.
O potássio é o produto de maior preocupação do governo brasileiro, de acordo com a ministra. “O nosso maior gargalo no Brasil é o potássio. Importamos mais de 90% do que consumimos. Este é o produto com o qual temos mais preocupação e por isso é que, já prevendo isso, estávamos articulando com outros países produtores, como o Canadá”, disse ela. Tereza Cristina afirmou que o país da América do Norte é o maior produtor mundial de potássio, mas que as minas estavam desativadas e agora deverão voltar a ser operadas por causa da demanda de países como o Brasil.
A ministra também disse que o porcentual de dependência do Brasil da Belarus “não era baixo” em relação à importação de fertilizantes. “Mas nós já estávamos procurando alternativas”, afirmou. Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério da Economia, Belarus contribui com cerca de 20% do cloreto de potássio importado anualmente pelo Brasil, do total de aproximadamente 12 milhões de toneladas internalizadas por ano.
Plano nacional
A ministra da Agricultura afirmou também que o Plano Nacional de Fertilizantes já está pronto e deve ser lançado até o dia 17 deste mês. O plano busca estimular a produção própria de fertilizantes no País.
O plano, conforme a ministra, está atualmente em processo de revisão da legislação nos ministérios da Economia e da Agricultura. “A Casa Civil até o dia 17 de março estará com isso pronto.”
Tereza Cristina afirmou que foram identificados gargalos de legislação, tributários e de licenças ambientais. “Às vezes investidores acabam desistindo de explorar potencial, principalmente do potássio. Na região de Autazes (AM), nós temos uma gigantesca mina, que pode ser explorada. Supriria 25% do que hoje exportamos, que hoje está em torno de 96%”, disse ela, citando também uma mina que depende de licença no Sergipe.
A ministra também disse que o Brasil importa fósforo do Marrocos, que é o maior produtor do mundo. “É coisa muito complexa. Estamos trabalhando para ter menor dano possível. Para que o Brasil caminhe não para autossuficiência, mas para mais produção interna, para ter garantia da segurança alimentar e segurança nacional da produção”, disse.
