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Bolsonaro teria oferecido dinheiro para “hacker de Araraquara” atacar urnas eletrônicas

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Fotos divulgadas pela Veja comprovam ida de hacker ao Palácio do Alvorada. Hacker seria “garoto-propaganda” da tese de Bolsonaro sobre votação. “Eles querem usar a imagem de heroísmo de Delgatti”, diz Luis Costa Pinto.

A Veja desta sexta-feira (12) revelam que Wlater Delgatti Neto, o ‘hacker de Araraquara’, realmente se encontrou com Jair Bolsonaro (PL) na última quarta-feira (10) no Palácio do Alvorada. Delgatti foi levado por um Corolla cinza de vidros escuros e placas frias para a reunião fora da agenda, que contava ainda com a presença da deputada Carla Zambelli (PL-SP).

Ao jornalista Reynaldo Turollo Jr., o advogado Ariovaldo Moreira confirmou uma reunião com Zambelli e Waldemar da Costa Neto, presidente do PL, na sede do partido em Brasília. 

Na ocasião, Costa Neto e Zambelli teriam oferecido dinheiro e um contrato na campanha de Bolsonaro para que Delgatti atuasse como “garoto-propaganda” da tese estapafúrdia de Bolsonaro de fraude nas urnas eletrônicas.

“A hora que partiu para essa questão de o Walter afirmar que as urnas podem ser fraudadas aconteceu um mal-estar muito grande. Eu dei opção para o Walter ir embora comigo, disse que isso ia gerar m problema gigantesco para ele, para mim e para várias pessoas. Optei por pegar as minhas coisas e sair”, disse Moreira à Veja.

O rompimento do advogado com Delgatti já havia sido antecipado na Fórum por Luís Costa Pinto, que relatou sobre o acerto financeiro para que o hacker de Araraquara entrasse na campanha de Bolsonaro.

“Ele [Delgatti] estava em um certo desespero para sobreviver e ouviu o canto da sereia lançado para ele pela Carla Zambelli inicialmente, mas também pelo PL, pela estrutura de marketing da campanha do Bolsonaro, e decidiu levar o Walter para dentro da comissão militar que faria o teste de estresse das urnas, usando aquilo que eles acharam que era a reputação de herói, a imagem de heroísmo de Delgatti para a esquerda. Usando isso para submeter as urnas eletrônicas à desconfiança. Eles queriam que o hacker identificasse janelas de fragilidade nas urnas eletrônicas. Mas, eu já sabia que o Walter não é um hacker com grande conhecimento técnico científico operacional sobre funcionamento de sistemas. Walter é um hacker do que se chama engenharia social”, disse Luis Costa Pinto ao Fórum Café – assista aqui.

A narrativa vai ao encontro do que afirmou Moreira à Veja. “Acho que as urnas são um assunto delicado, não tenho propriedade para falar sobre isso e penso que o Walter também não tem. Não vou compactuar”, disse o advogado, que deixou a defesa de Delgatti.

Segundo a reportagem, Delgatti é visto ainda como “reforço improvável do bolsonarismo” e teria viajado à Brasília para encontrar o presidente sem avisar à Justiça – já que está proibido de deixar Araraquara e de acessar a internet, exceto com autorização judicial.

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